segunda-feira, 28 de maio de 2012

SÉRGIO CABRAL (PMDB) DEVERIA MODERNIZAR OS SALÁRIOS DOS POLICIAIS MILITARES AO INVÉS DE TENTAR VENDER O QUARTEL GENERAL

O GLOBO: 
Novo QG da Polícia Militar: um choque de modernidade. 
Comando da PM ocupará a área do BPChoque, no Estácio, e vai adotar preceitos de sustentabilidade. 
RIO - Foi batido o martelo: o novo Quartel General da Polícia Militar vai realmente ocupar a área do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque), na Rua Salvador de Sá, no Estácio. Por ser tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Rio de Janeiro desde 2005, a fachada do prédio Regimento Marechal Caetano de Farias, onde fica a sede do BPChoque, será preservada. Os demais edifícios do complexo serão demolidos para dar lugar a uma moderna construção, deixando de lado o conceito de aquartelamento militar e respeitando preceitos de sustentabilidade. É o histórico convivendo com a modernidade, o que a engenharia costuma chamar de retrofit. Mas tudo isso só será possível se a compra do QG da PM, na Rua Evaristo da Veiga, no coração da Lapa, for efetivada pela Petrobras por R$ 336 milhões (Leiam).
Comento:
Modernização, eis a desculpa escolhida pelo governo Sérgio Cabral (PMDB) para vender o histórico QG da Polícia Militar. Aliás, a única desculpa, nem se deram ao trabalho de buscar algo melhor. Obviamente, a desculpa esfarrapada não merece prosperar, nem vale que gastemos o nosso valioso espaço para argumentar quanto a sua impropriedade.
Em apertada síntese, lembro aos nossos leitores que a PMERJ é atualmente uma das Polícias Militares mais atrasadas do Brasil, começando pelos péssimos salários que são pagos aos PMs para arriscarem a vida em defesa da sociedade. O acesso ao Curso de Formação de Soldados foi facilitado ao extremo, privilegiando a quantidade em detrimento da qualidade, comprometendo o recrutamento, a seleção e a formação. O acesso ao Curso de Formação de Oficiais está interrompido. As promoções não privilegiam o mérito, o concurso interno, mas sim o tempo de serviço. Ainda possuímos rancho e ainda economizamos na verba da alimentação para podermos gerir as despesas da corporação. Enfraquecemos a Corregedoria Interna. Aumentamos o número de funções blindadas para Coronéis PM, os mantendo no serviço ativo por mais tempo. Aumentamos a estrutura administrativa prejudicando a operacionalidade. A interferência política atingiu o ápice, promovendo a subserviência institucional completa ao poder político. Esses são apenas alguns exemplos que demonstram que no governo Sérgio Cabral (PMDB) a PMERJ anda na contramão da modernização.
Sinceramente, alegar a necessidade da modernização para vender o QG, logo no governo que mais nos levou para trás, demonstra a total falta de imaginação e de argumentos sólidos.
Hoje, o jornal O Globo publicou um artigo do Coronel PM RR Cony sobre o tema, vou publicá-lo no blog.
Cony integrou o Grupo dos Coronéis Barbonos, nós sim preocupados com a modernização da PMERJ, isso cinco anos atrás, como demonstra o conteúdo da Carta dos Barbonos (Leiam), datada de 03 de julho de 2007.
A venda do QG da PMERJ só tem um objetivo: fazer caixa.
O governo buscou o seu objetivo atuando contra o elo mais fraco do funcionalismo, o que aceita tudo, a Polícia Militar.
Perguntem ao governador:
Por que o senhor não vende a sede da Chefia da Polícia Civil, por exemplo, situada também no Centro do Rio e que também não é tombada?
Os que amam a PMERJ irão resistir, senhor governador.

Juntos Somos Fortes!

6 comentários:

  1. quem ama esta pm? depois resistir com o quê? como ? para quem? ou será uma cortina de fumaça? qual o beneficio que trouxe para a tropa? o salário já está definido até 2014, brigar,fazer passeata pelo QG? que vendam tudo.terei sorte se este comentário for publicado.se for,otimo,se não, é tudo que eu pensava.

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  2. Quem não AMA a PMERJ, o que faz nela ainda? Entrou para quê? Ahmm... sei...

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  3. A PMERJ já acabou há tempos! Até os oficiais que têm as suas prerrogativas, quando bem qualificados e com percepção do status quo que flagela a instituição, estão prestando concursos públicos para outros órgãos de segurança pública para ocuparem cargos que possam remunerar como o mínimo de dignidade ao servidor. Eu mesmo, que servi 10 (dez) anos com orgulho na PMERJ, não vi outra alternativa a não mudar para outro órgão, no caso a PCERJ. Pelo menos na PC os delegados não impões aos seus subordinados as condições degradantes e sub-humanas por falta de compromentimento com a Instituição. Aqui, também somos mal pagos, porém não somos humilhados. Aqui, também hã corrupção, mas o devido processo legal é justo para todos, autoridades e agentes; na PM todos sabem que oficial corrupto têm prerrogativas que a praça não têm. Hoje a PM colhe os frutos que os oficiais da década de 80 plantaram. Se hoje a PM está tão despretigiada perante a população e aos políticos e por quê os oficiais que atuaram em nível estratégico não se deram o devido valor, não cultuaram valores tão cobrados às nossas praças, não tiveram HONRA PESSOAL, SENTIMENTO DE DEVER, não primaram pelo PUNDONOR POLICIAL MILITAR, tampouco o DECORO DA CLASSE. A CintPM tentou se fortalecer cortando apenas a carne gorda, na própria carne.
    Agora a PM está sangrando. Nós estamos chorando. A população está nos cuspindo. E os políticos, estão rindo de nós, pobres coitados, filhos abandonados por uma mãe prostituta, órfãos de pai. Nos resta apenas orar e pedir a Deus que olhe por nós.
    cjosebatista@yahoo.com.br

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  4. Sobre o tema O QUE FIZERAM DA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO A PARTIR DA DÉCADA DE 1980, além do texto "A POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO AJOELHADA DIANTE DO PODER POLÍTICO" - cujo autor é o Cel Paúl - eu ainda não havia visto alguém discorrer de maneira tão sincera, tão real e tão coerente como neste comentário acima (cjosebatista@yahoo.com.br). Este comentário, apesar de, aparentemente, a alguns tendenciosos, parecer contundente e violenteo, é uma das maiores verdades já ditas sobre a PMERJ.

    Não basta dizer que amamos a PMERJ, se sabemos que ela foi adaptada a atender a determinados grupos com a permissão daqueles que possuem voz para gritar - mas se renderam ao canto da sereia - e não gritam - e não externarmos o desejo de mudanças recusando benefícios individuais. É preciso ter o desejo de ver a Instituição livre de manipulações que rendem, no máximo, promoções, cargos políticos, comandos, setores, etc., mas nos tornam reféns... subservientes. E isso só será possível quando o topo da pirâmide deixar se comportar como cabos eleitorais e passar a se comportar como policial honrado que demonstra compromisso coma sua profissão(não confunfir com corporativismo vil).

    A tal cartilha que foi pregada a partir da década de 1980 - como descrito no primeiro texto citado - foi religiosamente estudada por Oficiais e Praças.. E o que vemos? De soldados a coronéis, todos contribuindo direta ou indiretamente para o enfraquecimento da instituição para fortalecer a política profissional que não tem nenhum compromisso com a nossa missão de polícia ostensiva e com a própria instituição.

    O oficial precisa deixar de ser considerado um deus acima do bem e do mal que pode tudo pelo simples fato de ser oficial (vide Tenente-Coronel Claudio, do caso da Juíza assassinada em São Gonçalo) e ser considerado mais um integrante da PMERJ para, então, o devido processo legal ser igualmente aplicado a todos.

    Por fim, PM tem que estar na PM, e não emprestado a outros órgãos. Oficial da PM tem que comandar a PM, e não Presídios, Detran, Alerj, TJ, MP, Prefeituras, etc. Acho que, se começarmos a plantar agora, em 50 anos veremos mudanças.

    Não existe meio certo ou meio errado. Ou tentamos melhorar, ou seremos extintos.

    Sgt Foxtrot

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  5. É preocupante a situação do Quartel-General da Polícia Militar, na Rua Evaristo da Veiga. Apesar de ser um prédio histórico, com quase 3 séculos de existência, e de haver diversos projetos de tombamento na Câmara Municipal e na Assembléia Legislativa, o Governo do Estado tem avançado nas negociações para a venda de toda a área do Quartel para a Petrobras, numa operação de apenas R$ 336 milhões (pouco para o valor histórico do imóvel). A empresa irá demolir a construção atual, para levantar um novo prédio administrativo, que abrigará parte dos novos funcionários da empresa. Todos os cariocas querem ver o desenvolvimento da cidade, seus cidadãos e suas empresas, mas deve-se também preservar o patrimônio histórico e cultural da cidade. A modernidade não deve suprimir a tradição, mas ambas devem conviver juntas, harmoniosamente, mostrando o Rio de ontem e de hoje, abrindo as perspectivas para pensarmos o amanhã.

    E você, cidadão carioca, o que acha da demolição do prédio do Quartel-General da PM?

    Eu sou totalmente contra a venda do Quartel-General da Polícia Militar para a Petrobras!

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  6. A desunião e o individualismo é o que o Sérgio Cabral mais tem contado para enfraquecer a PM. Inteligente, observou o comportamento da PM desde quando era da ALERJ. Uma instituição dividida em que seus integrantes desconfiam da maioria de seus pares quando não os conhecem, apenas por ser PM um desconfia do outro. Sendo assim fica mole para ele fazer o que quer como tem feito muito bem. Acho difícil mudar alguma coisa pra melhor na PMERJ, apenas conseguem mudar a aparência de tempos em tempos(GETAM, UPPs, etc). Quanto aos comentários acima, foram muito bem colocados retratando a realidade desta Instituição que parece com os dias contados.

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