domingo, 29 de setembro de 2013

INSEGURANÇA NAS RUAS, UM EFEITO DAS UPPs

Eu criei o meu primeiro blog em 2007, isso no auge da luta dos "Coronéis Barbonos" e dos "40 da Evaristo" para tentar salvar a Polícia Militar, sendo utilizado como uma ferramenta de divulgação da mobilização através da internet. Na época os movimentos foram combatidos pelo governo que respondeu com uma série de represálias contra os Oficiais e Praças mobilizados em defesa da corporação, mas o blog foi um grande sucesso durante muito tempo, servindo como base e motivação para a criação de outros blogs sobre temas específicos. O atual blog é uma extensão do primeiro.
No espaço democrático da internet eu fui um dos pioneiros, talvez o primeiro a apresentar as contra-indicações das famosas Unidades de Polícia Militar (UPPs). Eu fui durante muito tempo a voz dissonante, pois todos e todas aplaudiam o projeto implementado. Confesso, a posição foi muito desconfortável durante muito tempo. Alguns chegaram a afirmar que eu era contra apenas por ser contra o governo Cabral e por ser filiado a um partido de oposição. Ledo e cruel engano. Após a eleição de 2010, reeleito Sérgio Cabral, alguns órgãos da imprensa começaram a notificar alguns dos problemas que envolviam as UPPs, antes imaculadas, mas com muito cuidado. Falar mal sobre as UPPs era politicamente incorreto.
Abro um parêntese para esclarecer aos que não conhecem meus textos anteriores que nunca fui contra a implantação de policiamento nas comunidades, muito pelo contrário, esse é o caminho, mas sempre fui contrário à forma como o projeto foi operacionalizado, algo que considero desastroso para a população e para a própria Polícia Militar, como já comprovei em várias postagens.
O tempo foi passando e as notícias sobre os efeitos colaterais das UPPs foram se multiplicando na imprensa, embora a quase totalidade das notícias não faça vínculo entre as UPPs e os fatos noticiados.
Hoje, por exemplo, O Globo publica uma matéria sobre o aumento do número de roubo nas ruas (Leiam), onde fala da falta de policiamento nas ruas, mas não fala porque falta policiamento nas ruas, ou seja, não esclarece que existe um efetivo nas UPPs (comunidades) superior ao equivalente ao efetivo de doze batalhões de Polícia Militar.
Prezado leitor, temos mais de 8.500 PMs lotados em UPPs e considerando um efetivo de 700 PMs por batalhão, basta fazer a conta.
Para que você possa avaliar a diferença que esse efetivo varia nas ruas em termos de segurança pública através do policiamento ostensivo, lembro que na Capital do Rio de Janeiro temos: 1o BPM, 2o BPM, 3o BPM, 4o BPM, 5o BPM, 6o BPM, 9o BPM, 14o BPM, 16o BPM, 17o BPM, 18o BPM, 19o BPM, 22o BPM e 23o BPM. Um total de quatorze BPMs para policiar toda a Capital, sendo que muitos deles não possuem um efetivo de 700 PMs prontos para escalar, a média que estabelecemos.
Na prática o efetivo das UPPs se fosse aplicado nos batalhões significaria praticamente dobrar o policiamento nas ruas, o que traria mais segurança, inclusive no entorno das comunidades. Eis a verdade. 
O que seria melhor para a população: dobrar o efetivo dos batalhões ou colocar 8.500 PMs nas comunidades?
Recompletar o efetivo dos batalhões da Polícia Militar de todo o estado do Rio de Janeiro ou colocar 8.500 PMs nas comunidades?
Faça a sua avaliação.
O Globo não divulgou, mas eu divulgo há muito tempo que o não recompletamento dos efetivos dos batalhões, colocando todos os novos PMs nas UPPs, esvaziou as ruas de policiamento ostensivo, o que fez crescer a insegurança pública. Nem mesmo o esforço dos PMs que estão trabalhando nas suas folgas tem sido suficiente para diminuir a insegurança das ruas.
Juntos Somos Fortes!

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