sábado, 5 de outubro de 2013

CASO AMARILDO: DECRETADA A PRISÃO DOS POLICIAIS MILITARES INVESTIGADOS

Só quem já foi encarcerado pode conhecer a dimensão real do cerceamento da liberdade.
Só quem já viu a porta de uma cela ser trancada após a sua entrada conhece o que significa ter seu mundo limitado a um cubículo feito de concreto e metal.
Só quem teve que usar o "boi" para satisfazer suas necessidades fisiológicas entende a dimensão dessa degradação.
Não existem palavras que possam representar em toda a sua extensão os estragos físicos e psicológicos experimentados por um encarcerado, pelos seus familiares e pelos seus amigos.
Os efeitos são ampliados quando a prisão recai sobre um inocente.
Os estragos são maiores até que o sentimento de revolta.
A legislação brasileira sabiamente buscou resguardar o direito à liberdade e restringiu os casos em que se pode prender de forma cautelar, ou seja, antes da condenação judicial. O direito à presunção de inocência, por exemplo, serve como uma das limitações ao poder estatal de cercear a liberdade.
No Rio de Janeiro, o governo Sérgio Cabral rasgou leis no ano passado e encarcerou na Penitenciaria Bangu 1, dez Policiais Militares e dez Bombeiros Militares que estavam nas ruas lutando por melhores salários e por adequadas condições de trabalho. A ordem de nos jogar nos "porões" de Bangu 1 foi do governo, uma ordem administrativa ILEGAL, não foi uma determinação judicial. Se não bastasse o desrespeito às leis no tocante ao local do encarceramento, pois na condição de militares estaduais NUNCA poderíamos ter sido acautelados em um estabelecimento prisional de segurança máxima, devendo ser acautelados em Organizações Militares, o governo Cabral nos manteve incomunicáveis por três dias, algo que nem na ditadura militar ocorreu sem ordem judicial. Nem os advogados dos Bombeiros e Policiais Militares puderam conversar com eles. 
Até hoje nenhum dos responsáveis por tais ilegalidades foi investigado a respeito de suas ações fora da lei.
Eu fui um desses presos, fui preso por ser um crítico do governo, conheço bem as dores da cadeia.
Ontem, foram decretadas as prisões  dos Policiais Militares da UPP da Rocinha que foram investigados pela Delegacia de Homicídios e que estão sendo acusados de terem torturado e matado um morador da comunidade pacificada, ocultando em seguida seu cadáver.
Novas informações foram transmitidas pelos envolvidos nas investigações, as quais não eram do conhecimento público quando escrevi o artigo anterior sobre o assunto (Link). Novos indícios foram anunciados, inclusive sobre interceptações telefônicas autorizadas pelo Poder Judiciário.
O noticiado dá conta que segundo as investigações o senhor Amarildo teria sido conduzido para a sede da UPP. Posteriormente, por ordem dos Oficiais investigados, teria sido conduzido pelos outros Policiais Militares para o Parque Ecológico, onde teria sido torturado e morto, sendo ocultado seu cadáver em local ainda não sabido.
O roteiro dos fatos parece esclarecido, mas até o presente momento não foi revelado como se chegou a conclusão sobre a condução por Policiais Militares do senhor Amarildo para o Parque Ecológico, nem sobre como foi concluído que ele foi torturado e morto naquele local pelos militares, assim como, nem como concluíram sobre a ocultação do corpo. 
Localizar o cadáver será o próximo passo, conforme o divulgado.
Penso que nos próximos dias novos detalhes das investigações poderão povoar o noticiário e esclarecer melhor as conclusões divulgadas, só nos resta aguardar, pois não podemos ter acesso ao corpo do inquérito policial.
Ratifico que não escrevo para defender os Policiais Militares, não posso fazer isso pois não conheço os fatos e nem o contido no inquérito, mas como uma das vítimas do atual governo, escrevo com a intenção de que os direitos dos Policiais Militares sejam respeitados, isso é imprescindível.
Enquanto aguardamos o julgamento e o surgimento de novas revelações através da imprensa, reafirmo a importância da defesa dos direitos dos Policiais Militares e destaco a declaração do advogado Marcos Espínola que defende alguns deles:
"Não há necessidade de prender réus primários, com bons antecedentes, residência fixa e emprego, podendo ser ser encontrados a qualquer momento para colaborar com o processo - afirmou, acrescentando que até o momento, todos eles contribuíram com as investigações (O Globo).
Os Policiais Militares são culpados ou inocentes?
O Poder Judiciário decidirá, enquanto isso "cadeia neles!"
Juntos Somos Fortes! 

7 comentários:

  1. Tal pretensão punitiva não se verifica, por exemplo, aos já CONDENADOS no processo do Mensalão. Este país é uma ditadura comunista das mais sórdidas do planeta!
    Alexandre, The Great

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  2. Prezado Amigo Coronel Paulo Ricardo Paúl, boa noite.

    Acompanho sua Honrada e Destemida luta contra todas as injustiças sociais.
    O Senhor já passou terríveis momentos acima descritos;
    Porém há que se ressaltar que,como um Bravo Guerreiro, continua Firme, Forte e cada vez mais revestido de Sabedoria.
    Tenha a certeza que o Sr.não está sozinho, reitero que estou sempre á disposição para reverberar suas Sérias,Destemidas e Honradas atitudes; Atitudes, próprias de um Herói que conhece com Excelência as Estratégias de uma Guerra silenciosa.
    Forte abraço,
    Gustavo Barbosa Lima.

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  3. Segundo a Ministra dos Direitos Humanos e a OAB para os Policiais Militares somente o máximo rigor da Lei mesmo sabendo que são inocentes.

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  4. No Rio de Janeiro não existe nada mais fácil de se concretizar do que a decretação da prisão de Policiais Militares quando eles são acusados de algo delituoso.
    Eis a verdade.
    Juntos Somos Fortes!

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  5. Caro Cel.Paúl,

    Depois de longo afastamento, aqui estou eu, para dar minha opinião...
    Creio, deva ter na Polícia Civil, alguém com mediúnicos dons, pois conseguem dar minúcias do que aconteceu, sem explicar como chegaram a esta conclusão.
    Não estou defendendo ninguém, mas sim, estabelecendo a máxima: primeiro acham o ovo, já estrelado, para depois acharem a galinha...
    Parece quando alguém faz a sinopse de uma novela, para depois com o tempo distribuir os papeis... Claro que o núcleo da novela, já foi escolhido...
    Imagine, se Amarildo aparece??? Aff! Que decepção! Vai morrer de tanto ganhar porrada da mulher (que já está ganhando uma casa), dos filhos (um já tornou-se modelo), e dos advogados (vão ficar sem o dinheiro, que avidamente, pleiteiam do Estado)...
    Isto virou uma comédia bufa!

    Beijos,
    CHRISTINA ANTUNES FREITAS

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  6. Se esquecem de PMs inocentes do caso da Juíza Patrícia Acioli, também foram presos por mais de 365 dias em Bangu 1. Todos réus primários!!!

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  7. Grato pelos comentários.
    Concordo com vocês: Christina e Elaine.
    Juntos Somos Fortes!

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