"JORNAL O DIA
Mistura explosiva deixa Zona Oeste refém de bandidos
Quadrilhas de traficantes, milicianos e contraventores são responsáveis por milhares de casos de violência naquela região
FRANCISCO EDSON ALVES
Rio - Realengo, 22h30 de quinta-feira. Encapuzados invadem uma casa na Rua Nuretama e fuzilam cinco homens e duas mulheres. As cenas de horror na Zona Oeste seguem sem tréguas, fazendo vítimas de forma cada vez mais violenta, característica ímpar de uma região marcada pela mistura explosiva de quadrilhas ligadas ao tráfico, milícia e contravenção. A fuga de criminosos de áreas pacificadas para lá tem acirrado ainda mais as disputas sangrentas por territórios. No meio da guerra que parece não ter fim estão três milhões de moradores — metade da população carioca.
“O que vemos é o aumento da violência na Zona Oeste, que, sem atenção adequada do estado, transformou-se numa espécie de para-raio, atraindo toda a sorte de criminosos”, lamenta o juiz Alexandre Abrahão. Ele fala com a experiência de quem está há quase dez anos à frente da 1ª Vara Criminal de Bangu. Pedra no sapato de bandidos, Abrahão, que já perdeu as contas da quantidade de traficantes, maus policiais e bicheiros que já condenou, costuma comparar a Zona Oeste ao Iraque. “Aqui a guerra é pesada nas três modalidades de crimes”, justifica o magistrado, que vive acompanhado de seguranças desde 2004 (Leia mais)".
COMENTO:
Imperdível a matéria.
O juiz Alexandre Abrahão toca direto nas feridas ao tratar da transferência de criminosos e do abandono da Zona Oeste, onde reside metade da população do Rio de Janeiro.
Eu tive a honra de interagir com o juiz Alexandre Abrahão quando ele exercia a função de Auditor Militar, em face da minha atuação na área correcional da Polícia Militar. Um magistrado sempre pronto a orientar nos momentos mais difíceis que vivenciamos na Polícia Militar naquela época. Idealista e destemido, como demonstra na entrevista, ele sempre será uma referência para mim.
Juntos Somos Fortes!
Olá cel. Tenho visto os debates acalorados sobre a desmilitarização das polícias e, gostaria de dar a minha humilde opinião. Desmilitarizar não vai resolver os nossos problemas. E vejo muitos falando sobre tantas coisas, menos sobre um tópico que envolve o erário. O militarismo é caro para o bolso do contribuinte. Se comparássemos a policia a uma empresa, imaginariamos uma pirãmide pois, como se sabe, nem todos serão diretores. Alguem tem que ser o peão. Aí eu pergunto, se fossemos auxiliares de pedreiro, pedreiros, mestres de obra, tecnicos em edificações e engenheiros; ou entao atendentes de lanchonete, treinadores, gerentes de plantao, subgerentes e gerentes. Como pode um pedreiro virar técnico em edificações por tempo de serviço? desde quando o tempo habilita alguem a ser promovido? e pq todos os peoes serão pedreiros e todos os tecnicos serão engenheiros? (sei que o sr sabe a quem me refiro). Numa pirãmide, nem todos podem subir. E mais, que empresa tem dez diretorias e trinta diretores aguardando, à disposição, ganhando para ser diretor sem diretoria? Seria razoável haver um numero apenas sufucuente para cobrir eventuais licensas e afastamentos e férias, não mais que isso. Mas a nossa instituição o que faz? Cria-se mais uma chefia e, à vácuo um monte de estruturas que consomem pessoas que deveriam estar nas ruas. Há carros à disposição com motoristas. Nas upp's ha tenentes com motoristas! No qg há unidades com varios oficiais com veiculos oficiais, combustivel de graça, manutenção de graça, 24/7. Que empresa dá isso aos funcionários? Eu trabalhei em algumas grandes empresas antes de vir para a PM e nelas só o presidente tinha motorista e carro à disposição. Participação nos lucros, sim! mas gratificação de diretoria, não! Pq pagar a alguem para fazer aquilo para o qual ela esperou a vida toda, e supostamente se preparou para isto? A PM tem médicos. Veja cel que eu não reclamo do militarismo em sí, mas do modo como as coisas são conduzidas. E o modo como as coisas são conduzidas só faz aqueles que detem o poder financeiro nos olhar com maus olhos. Cada vez mais eles(financeiro) dominam os governos, e eles nos detestam pois somos consumidores contumazes de recursos, e não nos damos ao exercício da vergonha na cara, ou melhor, reflexão sobre a nossa estrutura. Veja por exemplo o exemplo da saúde. A policia tem ten-cel fisioterapeuta! ora, se refletíssemos, teríamos um major que comandaria toda a área de fisioterapia, um capitão em cada unidade para administrar o servico na unidade, e tenentes que poriam a mão na massa. Se o numero de tenentes não atende a demamda, faz-se um concurso para temporarios e outro para a carreira. Se eu só tenho um major comamdando, pra que concurso pra 30 isso ou aquilo? Na tropa a mesma coisa, a policia deveria fazer concurso para oficiais pensando em quantos coroneis se precisará, e não em quantos tenentes se precisa. Pra completar o numero de oficiais subalternos podem ser usados pracas. Parabens a quem teve peito para acabar com os não numerados, aquilo era um desrespeito a quem paga impostos. Pra terminar, a policia deveria saber quantas pessoas precisa em cada função e promover apenas mediante vagas, como em qualquer empresa. Parbens pela sua luta. P.S. Uma coisa que deveria cabar tambem é essa mania que oficiais tem de achar que conhecem todos os asuntos do mundo. O major só deveria sair cel se estudasse para uma determinada diretoria. Em que empresa o presidente tira o diretor de financas, um cara formado em economia e o transfere para ser o diretor da jurídica ou recursos humanos? Na policia é como se todos soubessem tudo.
ResponderExcluirGrato pelo comentário.
ResponderExcluirVocê fez comentários muito pertinentes.
A ascensão sem meritocracia é um absurdo completo.
Bastam mais alguns anos para que todos os inativos da PM sejam Coronéis ou Tenentes. Nenhum governo conseguirá pagar a nossa folha.
O uso indevido dos recursos também é uma realidade.
Temos que resolver muitas questões, mas isso não quer dizer que o militarismo não serve como forma organizacional para as polícias.
Juntos Somos Fortes!