O termo "pacificação" foi inteiramente desvirtuado no estado do Rio de Janeiro e, atualmente, serve apenas para ilustrar as campanhas eleitorais do governo Sérgio Cabral, como aconteceu nas eleições de 2010.
Apesar dessa verdade, ele continua sendo empregado como se fosse uma realidade, uma falácia que precisa ser desconstruída.
A grande imprensa atribui essa "pacificação virtual" ao secretário de segurança pública estadual, portanto, ele é o "pacificador".
Basta assistir os noticiário, ler os jornais, as revistas e, acima de tudo, os artigos que circulam pela internet, para concluir que a tal "pacificação" não existe nem nas comunidades onde forma implantadas as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), onde o tráfico de drogas continua atuando de forma velada em algumas, mas que chega a promover disputas armadas pela conquista das bocas de fumo em outras, isso sem falar nos ataques promovidos contra os Policiais Militares.
O projeto de implantação das UPPs é um conjunto de equívocos, mas isso foi abusivamente explicitado nos nossos blogs e, especialmente, no recente blog: "A biografia não autorizada das UPPs" (Acesse). Não os repetiremos.
O objetivo desse artigo é apresentar fatos novos, especificamente o que levou o governador Sérgio Cabral (PMDB) a dar continuidade a existência da Secretaria de Segurança, órgão inteiramente dispensável como já demonstramos, escolhendo como secretário o delegado de Polícia Federal Beltrame, um gaúcho que trabalhou no Rio de Janeiro na Operação Suporte da Polícia Federal.
O livro "Vivendo no fogo cruzado" (Maria Helena Moreira Alves e Philip Evanson) contém algumas entrevistas, a última delas com o governador Cabral. Ela foi realizada em julho de 2008, no auge das ações do tipo "tiro, porrada e bomba" no Rio de Janeiro, as operações de confronto armado entre traficantes e policiais (Militares e Civis), que ceifavam vidas inclusive de inocentes. Essa era a única linha de ação, tanto que na entrevista de Cabral e na entrevista de Beltrame inseridas no livro elas são justificadas e não encontramos a ideia da pacificação e do policiamento de proximidade.
Na página 318, Cabral falando sobre segurança pública afirma que:
"(...) A violência não é somente uma polícia que possa se corromper com o ilícito, ou uma polícia que é truculenta com o cidadão de bem, mas também a ausência de escola, de hospital, de saneamento".
Cabral destacou os dois problemas centrais das polícias brasileiras: a corrupção e a violência.
Além disso, citou a necessidade dos serviços sociais.
Indo em frente na leitura:
"Na área da segurança, eu sabia que teria que trazer alguém absolutamente imune a esse histórico (da polícia), mas que ao mesmo tempo conhecesse esse histórico".
Salvo melhor juízo, alguém que não fosse violento e nem corrupto, mas que conhecesse esses problemas.
Em frente!
"Por isso trouxe o (José Mariano) Beltrame, porque ele é absolutamente imune a esse histórico e ao mesmo tempo é de dentro, porque, até tomar posse como secretário de segurança, era o Chefe da Operação Suporte da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Ele é delegado da Polícia Federal, antes foi inspetor da Polícia Federal por mais de vinte anos e morou dentro da corporação, tinha um arsenal de informações do mundo-cão do Rio de Janeiro, tanto do colarinho branco como o da ponta da criminalidade (...)".
Pronto estão explicadas as razões para a escolha.
Diante delas surgem algumas questões:
- Não existia no Rio de Janeiro nenhum Coronel da PM ou Delegado da Polícia Civil, imune ao histórico de corrupção e de violência, para ocupar a SESEG/RJ? Foi necessário importar um gaúcho?
- Fiel ao raciocínio anterior, não existia no Rio de Janeiro um profissional de outra área relacionada com a segurança pública, alheio aos quadros policiais, que poderia ocupar a SESEG/RJ?
- Beltrame sempre se mostrou adepto ao ¨tiro, porrada e bomba", continua agindo assim, isso não o desqualifica como alguém contra a violência policial?
- Se Beltrame conhecia tanto da área de inteligência porque não conseguiu prender os traficantes quando implantou as UPPs, acabando por transferi-los na prática para outros bairros e municípios? A inteligência não produz mais informações eficientes?
- Se Beltrame conhecia tanto dos crimes de colarinho branco, porque não assistimos prisões frequentes desses criminosos pela Polícia Civil, a qual Beltrame gerencia? Isso era para acontecer com frequência?
- Quem afinal são esses criminosos de colarinho branco conhecidos e nunca presos?
- Será que eles tem relações comerciais com o governo?
- Por que o governo Cabral não fez os investimentos sociais nas comunidades ocupadas como prometeu?
Prezados leitores, está mais do que claro que Beltrame não é um pacificador, logo não poderia promover qualquer "pacificação".
E, ao que tudo indica, disseram para Sérgio Cabral que Beltrame conhecia muito mais do que realmente ele conhece.
Respeitosamente, faço essa crítica com objetivo de alertar à população fluminense que não existe qualquer "pacificação" em curso no território fluminense e nem poderia existir, como ficou claro na entrevista do governador sobre o secretário de segurança.
O projeto de implantação das UPPs é um conjunto de equívocos, mas isso foi abusivamente explicitado nos nossos blogs e, especialmente, no recente blog: "A biografia não autorizada das UPPs" (Acesse). Não os repetiremos.
O objetivo desse artigo é apresentar fatos novos, especificamente o que levou o governador Sérgio Cabral (PMDB) a dar continuidade a existência da Secretaria de Segurança, órgão inteiramente dispensável como já demonstramos, escolhendo como secretário o delegado de Polícia Federal Beltrame, um gaúcho que trabalhou no Rio de Janeiro na Operação Suporte da Polícia Federal.
O livro "Vivendo no fogo cruzado" (Maria Helena Moreira Alves e Philip Evanson) contém algumas entrevistas, a última delas com o governador Cabral. Ela foi realizada em julho de 2008, no auge das ações do tipo "tiro, porrada e bomba" no Rio de Janeiro, as operações de confronto armado entre traficantes e policiais (Militares e Civis), que ceifavam vidas inclusive de inocentes. Essa era a única linha de ação, tanto que na entrevista de Cabral e na entrevista de Beltrame inseridas no livro elas são justificadas e não encontramos a ideia da pacificação e do policiamento de proximidade.
Na página 318, Cabral falando sobre segurança pública afirma que:
"(...) A violência não é somente uma polícia que possa se corromper com o ilícito, ou uma polícia que é truculenta com o cidadão de bem, mas também a ausência de escola, de hospital, de saneamento".
Cabral destacou os dois problemas centrais das polícias brasileiras: a corrupção e a violência.
Além disso, citou a necessidade dos serviços sociais.
Indo em frente na leitura:
"Na área da segurança, eu sabia que teria que trazer alguém absolutamente imune a esse histórico (da polícia), mas que ao mesmo tempo conhecesse esse histórico".
Salvo melhor juízo, alguém que não fosse violento e nem corrupto, mas que conhecesse esses problemas.
Em frente!
"Por isso trouxe o (José Mariano) Beltrame, porque ele é absolutamente imune a esse histórico e ao mesmo tempo é de dentro, porque, até tomar posse como secretário de segurança, era o Chefe da Operação Suporte da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Ele é delegado da Polícia Federal, antes foi inspetor da Polícia Federal por mais de vinte anos e morou dentro da corporação, tinha um arsenal de informações do mundo-cão do Rio de Janeiro, tanto do colarinho branco como o da ponta da criminalidade (...)".
Pronto estão explicadas as razões para a escolha.
Diante delas surgem algumas questões:
- Não existia no Rio de Janeiro nenhum Coronel da PM ou Delegado da Polícia Civil, imune ao histórico de corrupção e de violência, para ocupar a SESEG/RJ? Foi necessário importar um gaúcho?
- Fiel ao raciocínio anterior, não existia no Rio de Janeiro um profissional de outra área relacionada com a segurança pública, alheio aos quadros policiais, que poderia ocupar a SESEG/RJ?
- Beltrame sempre se mostrou adepto ao ¨tiro, porrada e bomba", continua agindo assim, isso não o desqualifica como alguém contra a violência policial?
- Se Beltrame conhecia tanto da área de inteligência porque não conseguiu prender os traficantes quando implantou as UPPs, acabando por transferi-los na prática para outros bairros e municípios? A inteligência não produz mais informações eficientes?
- Se Beltrame conhecia tanto dos crimes de colarinho branco, porque não assistimos prisões frequentes desses criminosos pela Polícia Civil, a qual Beltrame gerencia? Isso era para acontecer com frequência?
- Quem afinal são esses criminosos de colarinho branco conhecidos e nunca presos?
- Será que eles tem relações comerciais com o governo?
- Por que o governo Cabral não fez os investimentos sociais nas comunidades ocupadas como prometeu?
Prezados leitores, está mais do que claro que Beltrame não é um pacificador, logo não poderia promover qualquer "pacificação".
E, ao que tudo indica, disseram para Sérgio Cabral que Beltrame conhecia muito mais do que realmente ele conhece.
Respeitosamente, faço essa crítica com objetivo de alertar à população fluminense que não existe qualquer "pacificação" em curso no território fluminense e nem poderia existir, como ficou claro na entrevista do governador sobre o secretário de segurança.
Juntos Somos Fortes!
Não existe pacificador, e sim o estado de pacificação. Para acontecer isso não é de um dia para o outro e sim de meses a anos.
ResponderExcluirGrato pelo comentário.
ExcluirNo Rio não existe nem pacificação e nem pacificador.
A área da segurança pública terá que ser reconstruída pelo próximo governador.
Juntos Somos Fortes!