Imagem: univesp
Prezados leitores, solicitamos desculpas pela recorrência do tema, porém isso se faz necessário, considerando que alguns leitores estão acessando o nosso espaço democrático pela primeira vez ou estão conosco há pouco tempo.
O governo do estado do Rio de Janeiro com o objetivo de implantar o maior número possível de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) acelerou a formação de novos Soldados PM e passou a classificar todos nas UPPs.
Isso fez com que a deficiência de efetivos nos batalhões aumentasse significativamente.
Como os 8.500 PMs (efetivo de 17 batalhões) das UPPs ficam imobilizados no interior das comunidades e como a falta de efetivo nos batalhões acarreta a diminuição do policiamento ostensivo, a soma desses dois fatores resulta em ruas com pouca presença policial, um fator que contribui para a insegurança e a prática de crimes.
Não precisaríamos lembrar, isso salta aos olhos, mas não custa citar que a decisão de agigantar a Polícia Militar e de concentrar os novos recursos humanos nas UPPs, nada mais é do que uma decisão política e não uma decisão institucional.
Diante dessa verdade, resta ao comando da PMERJ buscar meios de compensar essa falta de efetivo nas ruas. O que tem feito através da diminuição da folga dos PMs, algo que é condenável pois a folga é indispensável para repor as energias físicas e para a manutenção do equilíbrio emocional.
Uma ação implantada com a diminuição da folga foi a criação dos serviços extras remunerados (RAS e PROEIS). Agora se pretende diminuir a folga dos PMs que trabalham na área administrativa.
Isso tudo é muito ruim para a população, para a PMERJ e para o PM.
Antes de criticar a ação do comando, criticar é muito fácil, temos que informar à população que o governo tem imposto esse problema: a falta de efetivo nas ruas.
Cabe ainda frisar que é preocupante a possibilidade do RAS, atualmente voluntário, ser tornado obrigatório. Isso desmotivará ainda mais a tropa.
Penso que o caminho mais correto e justo seja tornar todo serviço extra em serviço remunerado, inclusive na forma de horas extras, quando o PM passa do seu horário normal de serviço. Tal procedimento teria um efeito motivador, sobretudo quando a tropa é sobrecarregada como ocorre nos grandes eventos (carnaval, natal, ano novo, ...). Isso ocorreu também nos protestos e ocorrerá na Copa e nas Olimpíadas. Nesses casos o extra poderia ser compulsório e remunerado, sendo mantido o voluntariado para as demais situações.
A seguir transcrevemos uma matéria do jornal O Dia que trata dessas questões:
"JORNAL O DIA
26/11/2013
PM muda escala e ganha 300 homens na patrulha das ruas
Reunião define que todo militar deverá cumprir 44 horas semanais, o que gera polêmica
Adriana Cruz e Vania Cunha
Rio - Colocar um batalhão de 300 homens hoje em serviço administrativo apenas no Quartel General (QG) da PM de volta às ruas. Esta é a meta da cúpula da Polícia Militar para o início de dezembro. A estratégia do comando — de que todos deverão cumprir 44 horas semanais — já causa polêmica. Acostumados a trabalhar em uma escala que, muitas vezes, gerava apenas dois dias de serviço durante a semana, policiais reclamam da nova política.
A discussão sobre a implantação da nova carga horária começou sexta-feira em reunião na Academia Dom João VI, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), em Sulacap. No encontro, com o comandante-geral, coronel Luís Castro; o chefe do Estado-Maior Operacional, coronel Paulo Henrique Moraes, comandantes de batalhões e diretores, foi decidido pelas 44 horas semanais. A escala será definida por cada unidade.
A nova determinação não vai alterar a rotina de quem já está nas ruas. Por exemplo, quem trabalha 12h por 48h vai continuar cumprindo a mesma carga horária. Pelo sistema atual — que já dura alguns anos — os agentes servem em horários que variam de 12h ou 24 h de turnos por 24 horas de descanso.
No caso dos administrativos, o antigo modelo obrigava os comandos a colocarem dois ou três policiais na semana para desempenhar a mesma função burocrática. Ou seja, dois PMs faziam o trabalho que poderia ser realizado por um. Já pela nova regra, a tropa que faz serviço interno deverá trabalhar de segunda a sexta, cumprindo oito horas diárias.
As quatro horas restantes deverão ser compensadas de acordo com a programação de cada unidade.
Muitos PMs defendem que as mesmas determinações sejam cumpridas por militares da área da saúde.
Hora extra e custos são discutidos
Polêmicas não faltaram na reunião da cúpula da PM. De acordo com o coronel Paulo Henrique Moraes, são necessários ainda ajustes na concessão do Regime Adicional de Serviço (RAS), ou seja, a hora extra da tropa. Ele argumentou que parte das vagas, a partir do mês que vem, será cumprida por determinação dos comandantes.
O modelo seria um teste para, no futuro, o RAS ser totalmente compulsório. Nos bastidores, os policiais lotados na Zona Sul não querem integrar o RAS pelo fatos de os batalhões serem longe de suas residências.
Outro assunto espinhoso foi a redução de gastos com água, luz e telefone das unidades até a dimuição no número de viaturas administrativas para economizar em combustível e manutenção.
Além disso houve preocupação com os excessos praticados contra recrutas nos treinamentos".
Juntos Somos Fortes!
Lembrando que no final do ano passado enquanto, Coordenador das UPPs, o CEL Paulo Henrique tirou a escala das UPPs , de 12/48 passou a 12/24-12/48.
ResponderExcluirNovamente no fim do ano este mesmo CEL, agora CMDT do EMG, tira a escala de uma fração significativa da tropa. Sempre alegando o mesmo motivo, cumprir 44 horas semanais.
Eu pergunto por que este CEL enquanto esteve adido do TJERJ, chefiando a segurança dos magistrados, não se preocupou com a escala no referido orgão? Por que enquanto 01 do BOPE ele não mecheu na escala na tropa de elite?
Lembrando que na epoca da morte da juiza Patricia em Niteroi , este CEL ainda chefiava a segurança dos magistrados e negou segurança para Juiza que posteriormente foi assassinada.
Quando que os Oficiais da PMERJ vão cumprir as 44 horas semanas? Quando vão deixar de usar viaturas e combustivel do Estado para locomoção diaria fora de serviço?
Me pergunto por que massacar Soldados, Cabos e Sargentos dessa forma?
Grato pelo comentário.
ExcluirEu entrei na PM em 1976 e sempre ouvi que o maior inimigo do PM é o próprio PM. Somos autofágicos. Ao invés de buscarmos os aspectos que nos unem, Oficiais e Praças, acabamos desenvolvendo as poucas diferenças. Somos uma só PM, mas insistimos em ser duas PMs.
A luta por cidadania compreende o fim dessa divisão.
Nunca seremos fortes e respeitados, enquanto estivermos divididos.
Juntos Somos Fortes!