Prezados leitores, a nossa luta por uma Polícia Militar honesta, competente e valorizada começou no final da década de setenta, quando fomos designados para o Terceiro Batalhão de Polícia Militar, isso em 1979, após a conclusão do Curso de Formação de Oficiais na antiga Escola de Formação de Oficiais, atual Academia de Polícia Militar D. João VI.
Ao longo dos anos de carreira defendemos a Polícia Militar e os verdadeiros Policiais Militares, sofrendo uma represália aqui e outra acolá, mas não desistindo de buscar uma instituição honesta, competente e valorizada.
A nossa postura fez com que terminássemos a carreira na área da Corregedoria Interna e exercendo a honrada e difícil função de Corregedor.
Sem qualquer dúvida, as nossas maiores lutas foram desencadeadas quando alcançamos o posto de Coronel PM e foram iniciadas no nosso período na função de Corregedor, isso em 2007.
Pouparemos os nossos amáveis leitores e não voltaremos a comentar nesse artigo tudo o que fizemos e todas as represálias que sofremos, o conjunto está eternizado em dois simples livros: "Cabral contra Paúl - A Polícia Militar de joelhos (Editora Livre Expressão - 2011) e "A ditadura de terno e gravata - A luta dos Bombeiros e dos Policiais Militares "(Editora Multifoco - 2014).
Temos apenas que relembrar aos leitores para que a nossa decisão possa ser corretamente interpretada, que nem a desistência dos companheiros de luta, nem a crise na saúde emocional, nem as duas prisões ilegais que sofremos, sendo que na segunda fomos atirados em uma solitária da Penitenciária Bangu 1, nem a ameaça de expulsão da Polícia Militar (com a perda do salário), nada nos fez desistir.
Nós continuamos lutando contra tudo e contra todos pela construção de uma Polícia Militar honesta, competente e valorizada.
Não foram poucos os amigos que aconselharam que desistíssemos, mas nunca acolhemos as sugestões, apesar de sempre bem fundamentadas.
Eis a nossa realidade até o dia de ontem, quando recebemos através do WhatsApp o vídeo que publicamos e que republicamos nesse artigo.
As palavras da sogra do Soldado PM Bruno Guimarães Miguez, assassinado por criminosos na Cidade de Deus, dirigidas ao atual Secretário de Segurança Pública, somadas ao silêncio dos Coronéis de Polícia Militar, explicitaram com uma clareza solar que nós estamos "pregando no deserto".
Ela teve a postura que os Coronéis de Polícia Militar, ativos e inativos, deveriam ter tido há muito tempo.
A coragem e a dor daquela senhora nos silenciaram.
Não precisamos e não devemos acrescentar mais nada às palavras proferidas por ela.
Não faz mais qualquer sentido escrever artigos e/ou publicar vídeos.
Nós só voltaremos a postar nesse espaço democrático quando os Coronéis de Polícia Militar, sobretudo, os que ainda integram o serviço ativo, adotarem as posturas que se mostram indispensáveis e inadiáveis para a salvaguarda da bicentenária Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e dos Policiais Militares, expostos desnecessariamente ao risco de morte.
Se os Coronéis de Polícia Militar continuarem inertes após assistirem o vídeo, tudo se perdeu, não existe mais nada a ser feito e só nos resta também o silêncio.
Juntos Somos Fortes!