Prezados leitores, transcrevemos artigo da lavra de Ricardo Noblat publicado no jornal O Globo no dia 6 de março do corrente ano.
"NO TEMPO DO ABSOLUTISMO, não havia crime mais grave, sujeito à pena de morte, do que o
de lesa-majestade – traição cometida contra a pessoa do rei, ou
seu real estado. O crime de lesa-pátria é o crime contra o poder de um Estado.
Como deve ser chamado o crime contra o povo, convocado nas democracias a
manifestar sua vontade por meio do voto, e em nome do qual todo poder é
exercido?
PORQUE, QUANDO RECEBE propina para que vote assim ou
assado, ou quando recebe dinheiro sujo para financiar sua eleição, o político
atenta contra a vontade soberana do povo a quem representa. Atenta contra o
Estado democrático, onde todos são iguais perante a lei. Como disputar o voto
popular, em igualdade de condições, um político que respeita a lei e outro que
a desconhece?
Como dizer que refletem eleição, a vontade do
povo eleições corrompidas pela troca de favores entre políticos e seus
patrocinadores ocultos? Vota-se por melhor educação, melhor saúde, mais
saneamento básico, mais empregos. A corrupção superfatura o preço das obras públicas,
diminui a eficiência do Estado, encarece o custo de vida e estimula a sociedade
a copiar o mau exemplo que vem do alto.
RESULTADO: UM PAÍS que vê dissiparem-se princípios e
valores da civilização que um dia imaginou cultivar. Por sua extensão, um país
gigante, mas a serviço de uma tribo de pigmeus gulosos e insaciáveis. Haverá
crime mais abominável do que esse de lesa-democracia?
(RICARDO NOBLAT, O Globo, 06/03/2017, p.2)"
Juntos Somos Fortes!
Meu caro Cel PAÚL, muito oportuna a republicação do texto de autoria do eminente jornalista Ricardo Noblat. O tema merece profunda meditação:"Haverá crime mais abominável do que esse de lesa-democracia?". Entendo, porém, que essa crítica deve abranger não só os políticos, mas também magistrados e policiais corruptos, sendo público e notório que existem em nossa sociedade. Lamentavelmente. Penso ser chegada a hora de forte reação democrática, com a renovação política necessária, para iniciar a varredura desse abjeto lixo social. O popularizado "Direito Penal de Curitiba" já nos deixa o exemplo histórico. JUNTOS SOMOS FORTES!
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