sábado, 5 de agosto de 2017

BRASIL, UM PAÍS FORJADO PARA OS CRIMINOSOS (01)



Prezados leitores, inicio a publicação de alguns artigos sob o título "Brasil, um país forjado para os criminosos", como divulguei nas redes sociais, esclarecendo nessas primeiras linhas que não farei uma retrospectiva sobre a formação do povo brasileiro, algo que considero improdutivo e repetitivo sobre o tema e me mantendo fiel a minha postura pragmática.
A pretensão é provocar reflexões dos leitores sobre a situação atual, na busca de ideias que possam servir de base para um processo de reconstrução, adiantando que considero muito difícil qualquer reversão do quadro em razão da solidificação do status quo, como ficou evidenciado na votação da Câmara dos Deputados sobre a negativa de autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) processar o excelentíssimo Presidente da República, senhor Michel Temer.
Em consonância com esses parâmetros convido para a reflexão inicial:
- Se o leitor pudesse construir um país onde a instalação de atividades criminosas e a vida dos criminosos fosse facilitada, qual setor da vida social você debilitaria desde a criação?
Eu atacaria a educação pública.
Um povo sem acesso à educação de boa qualidade facilita muito a proliferação das atividades criminosas nas suas diferentes matizes.
A desqualificação das pessoas facilita a opção errada pelo dinheiro mais fácil através da prática de atividades criminosas, onde "tomam" de quem tem aquilo que não conseguem conquistar pelo trabalho.
Por sua vez, a sua incapacidade de interpretar os fatos permite a instalação de quadrilhas no próprio Estado, gerando o surgimento de um regime cleptocrático.
O Brasil dos nossos tristes dias nunca investiu como deveria ter feito na educação do seu povo, o que resultou no crescimento da violência e na implantação da cleptocracia, como o noticiário comprova diariamente.
Ao optar pelo descaso com a educação pública, os governantes ao longo desses pouco mais de quinhentos anos, tornaram o Brasil um país fértil para a proliferação das atividades criminosas e para a ação dos criminosos.
Não tenho como voltar no tempo para investigar se isso foi feito de propósito para alcançar o estágio atual, mas não tenho dúvida que a falta de compromisso com a educação que persiste nos nossos dias, essa é proposital.
Os criminosos de colarinho branco precisam de um povo que não saiba interpretar os fatos e que possa ser iludido facilmente, portanto, não valorizar o ensino público é indispensável para os seus cruéis objetivos.
O ataque à educação tem uma outra vantagem: a durabilidade.
Gerações de brasileiros foram educadas (e serão) de forma deficiente e com isso foram apartados da cidadania, situação que milhões de brasileiros nem conseguem perceber.
A péssima educação pública está de tal forma enraizada que se amanhã o atual governo resolvesse reverter esse quadro, os primeiros efeitos só surgiriam após uma sequência de gerações.
E, como vimos na Câmara dos Deputados, não existe qualquer interesse em mudar o rumo.
Para construir um país como o Brasil do século XXI, eu destruiria desde o começo a educação com a certeza que isso daria certo.

Juntos Somo Fortes!

4 comentários:

  1. Como sempre um texto oportuni e esclarecedor do cel Paulo Paul! Será que não vai cair a ficha do carioca?!

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  2. Eis aqui um brasileiro que te ama Brasil, que chora a morte do teu futuro.

    Esta é a minha última participação neste blog, quero deixar o meu abraço ao Cel PM Paul e a mais duas pessas que aprendi admirar muito: Dinho Souza e Sgt Foxtrot.

    Até um dia . . ., Deus é mais.

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    1. Oh, rapaz, obrigado!
      Respeito a sua retirada, mas em poucas mídias nós temos a oportunidade de ler sobre segurança pública sob o ponto de vista de gente que a conhece por dentro e que não se prende ao discurso politicamente correto...

      Forte abraço,
      Sgt Foxtrot

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  3. O fundamento está correto: a falta de educação. Entretanto seu posicionamento temporal está equivocado: não são os últimos 500 anos, mas um período mais recente. Pelo menos os últimos 30 anos. Espero que tenha ainda em mente a sua época de estudante, certamente bem melhor do que a atual. Nesse período é possível mensurar a degradação da educação, ao contrário "dos últimos 500 anos" que, obviamente e como escreve, são imensuráveis.

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