sábado, 14 de outubro de 2017

O BRASIL É UM PAÍS INACREDITÁVEL (01) - A IMPRENSA, O FUTEBOL E O MINISTÉRIO PÚBLICO



Prezados leitores, o Brasil é um país inacreditável, contando ninguém acredita que exista um país como o nosso. 
Cito um caso concreto relacionado com a imprensa esportiva, o futebol e o Ministério Público:
- Os fatos a seguir relacionados, TODOS COMPROVADOS, ocorreram na última rodada do Brasileirão 2013 que ocorreu nos dias 7 e 8 de dezembro.
- Naquele ano, Fluminense e Vasco da Gama estavam entre os clubes que lutavam contra o rebaixamento, enquanto o Flamengo tinha escapado matematicamente.
- Nos dias 6 e 7 de dezembro a imprensa esportiva publicou artigos em sites dando conta que o jogador André Santos do Flamengo não poderia enfrentar o Cruzeiro no dia 7 (sábado) por estar suspenso.
- Abro um parêntese para lembrar que o profissional da imprensa esportiva deve conhecer minimamente os regulamentos dos campeonatos, não sendo aceitável a alegação de desconhecimento sobre a irregularidade a respeito da escalação de jogador suspenso.
- Apesar da suspensão e da publicidade do impedimento do jogador dada pela imprensa, o Flamengo resolveu colocá-lo em campo, ou seja, o Flamengo cometeu uma irregularidade.
- Em conformidade com o regulamento o Flamengo perderia - como perdeu - 4 (quatro) pontos, o que colocou o clube na luta contra o rebaixamento, bastando que Fluminense ou Vasco vencesse seus jogos para que o clube da Gávea caísse.
Diante dessa situação fática, o que esperar da imprensa esportiva que publicou (no dia anterior e no próprio dia do jogo) que André Santos não poderia jogar por estar suspenso?

1) Publicar no dia 7 e no dia 8 (antes do início dos jogos) que o Flamengo tinha escalado um jogador irregular e que seria punido com a perda de 4 (quatro) pontos, podendo ser rebaixado. O fato era o "furo do campeonato" e, certamente, um dos maiores "furos" da história do futebol brasileiro, afinal envolvia o clube de maior torcida do país.

2)  Publicar no dia 7 e no dia 8 (antes do início dos jogos) que o Flamengo tinha escalado um jogador irregular e que seria punido com a perda de 4 (quatro) pontos, podendo ser rebaixado, acrescentando a versão oficial do clube sobre o motivo da escalação do jogador.

Por mais inacreditável que possa parecer, a imprensa não adotou as posturas enumeradas.
As possibilidades condizentes com a ética e a moral que deve nortear as ações de quem tem o dever de informar e que assim contribui para a formação da opinião pública.
A imprensa adotou uma terceira alternativa: omitiu-se!
Nenhuma palavra.
Nenhuma linha.
O comportamento contrário à ética e à moral gera um questionamento lógico:

- Quem (ou o quê) silenciou os microfones e travou os teclados da imprensa esportiva?

Hoje nós poderíamos ter a resposta para essa pergunta, mas o Ministério Público de São Paulo que apurou a possibilidade da Portuguesa ter "vendido" a sua vaga,  optou por não ouvir nenhum jornalista envolvido neste silêncio.
Por derradeiro, demonstrando que o Brasil é um país inacreditável, deixo para reflexão um novo questionamento:

- Por que o Ministério Público arquivou o processo sem ouvir os principais envolvidos?

Juntos Somos Fortes!

5 comentários:

  1. Além de não ter ouvido os jornalistas, o MP não fez praticamente nada do que se espera em uma investigação. Não ouviram os diretores dos clubes em questão, o técnico da Lusa que escalou o jogador Heverton, o próprio jogador, demais jogaodres. Não houve acareaçōes de suspeitos, quebras de sigilos telefonico ou bancário... não houve nada. Simplesmente o MP optou por arquivar um processo por falta de provas, sem que tivesse tentado chegar às provas. Isso depois que o próprio promotor Senise (que encaminhou o processo ao Gaeco) ter expressado publicamente a existência de fortes indícios de corrupção para que a Portuguesa errasse propositalmente na escalação do Heverton. Uma vergonha!
    Uma manobra clara envolvendo autoridades e imprensa com o objetivo de salvar o flamengo e abafar o caso.

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  2. Boa Noite pessoal.
    Desculpem-me, mas terei que discordar do comentário acima e explico meu ponto de vista.
    Não acredito que o MP tenha tenha deixado de investigar, de forma correta, as questões e as pessoas envolvidas no caso como deu a entender ao arquivar o processo.
    Se puxarmos pela memória, lembraremos que foram divulgadas, pelo próprio MP, quantias de dinheiro que foram depositadas em certas contas, inclusive no exterior, portanto foram quebrados, no mínimo, os sigilos bancários e talvez os telefônicos de envolvidos no caso.
    Outro episódio que aponta que houve sim investigação, e que foram descobertos os envolvidos, foi o radialista du Bocage ter dito no seu Twitter que o jornalista Osvaldo Pascoal avisou de São Paulo que o MP preparava uma bomba que atingiria o futebol carioca.
    Pelo que deu a entender du Bocage, O MP já tinha tudo solucionado, porém no decorrer dos fatos du Bocage foi demitido inesperadamente da Globo e a tal bomba nunca foi detonada.
    Portanto me parece que o MP desvendou o caso, mas por algum motivo resolveu repentinamente não divulgar o resultado.

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  3. Samuel contra o Bahia15 de outubro de 2017 às 02:25

    Foi isso mesmo que aconteceu. O promotor Senise do MP/SP afirmou com todas as letras que teve corrupção, baseado em uma série de indícios por ele descobertos.
    Depois que ele foi afastado do inquérito e substituído por uma promotora, o caso foi arquivado por falta de provas, sem a menor explicação à sociedade.
    O que será que a promotora fez com o trabalho do Senise?
    Jogou tudo no lixo enquanto assistia alguma novela da Globo?
    Pois é! Pelo visto, nosso destino é sermos pra sempre uma República de Bananas.

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  4. Boa tarde, Coronel Paúl.
    Sempre bato na mesma tecla. A imprensa esportiva foi cúmplice do caso Héverton, o popular Flalusagate ou Flamenguesa.
    Isso porque se ela noticiasse a escalação irregular do André Santos, a Portuguesa nunca escalaria o jogador chuchu (apelido dado pelo próprio advogado que defendeu a Lusa).
    Caso saísse, a notícia teria chamado a atenção de todos os clubes, que ficariam ligados nas escalações pra não cometer o mesmo erro e a Portuguesa nunca toparia participar de uma manobra que visivelmente beneficiaria outro clube, trazendo todas as suspeitas pra si.
    A imprensa então funcionou como alcoviteira, limpando e preparando o terreno pra que a corrupção acontecesse.
    Não foi só isso. A inversão da ordem de apresentação das irregularidades fez a opinião pública achar que a Portuguesa salvou o Fluminense, quando na verdade ela salvou o Flamengo.
    Entrevistas e reportagens cujos objetivos eram somente denegrir a imagem do Tricolor e jogar todas as culpas sobre ele, desviando o foco, pra não chamar a atenção sobre o Flamengo.
    Tantos crimes, mas nenhum jornalista foi chamado pra depor no MP/SP. Como pode? Isso é um descaso com o dinheiro público que paga os salários dos promotores do Ministério PÚBLICO.
    Por isso concordo com o Samuel acima. Por fatos como esse, temos que aceitar que nós somos mesmo um país de quinta categoria, onde quem deveria nos proteger só o faz se for do seu interesse e não for desagradar os poderosos.

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  5. Perfeito... mas a pergunta que não quer calar é: qual a motivação para que o Gaeco não investigasse os indícios?
    O Cel. Paúl teve acesso aos autos do processo que foi arquivado e os relatos no blog são de uma análise totalementensuperficial, sem nenhum aprofundamento ou busca por provas como citado no primeiro comentário acima. Confere ou não, coronel?

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