sábado, 24 de março de 2018

DIREITA? ESQUERDA? MEIA-VOLTA, VOLVER! - CORONEL PM REF ROSETTE



"DIREITA? ESQUERDA? MEIA-VOLTA, VOLVER!
A lembrança do período do regime militar ainda é tida como um assunto extremamente melindroso, delicado e polêmico, para alguns (forçoso dizê-lo...).

Existem diversos entendimentos para os que viveram naqueles tempos e as opiniões dependem de fatores como a idade, a profissão (a própria e a dos pais), a localização geográfica, a escola ou a faculdade e existe também uma geração que sequer conheceu um dos generais-presidente, mas também formou uma opinião sobre o tema.

Ao escrever, cônscio da pluralidade cognitiva que advirá, buscarei suscitar justamente o choque das idéias para despertar alguns (pois obviamente nunca terei a pretensão de alcançar a todos) para o fato de que precisamos romper com determinados paradigmas, sob pena de nos tornarmos anacrônicos e obsoletos política e economicamente falando.

Dentre os inúmeros anacronismos que residem no ideário de parcela significativa da sociedade brasileira está o emprego das expressões “direita” e “esquerda”. Sei que não é o caso aqui neste blog, mas muitos brasileiros ouvem tais palavras serem pronunciadas e as repetem sem nem ao menos saberem seu significado político e muito menos sua atualidade, ou, ao contrário, seu anacronismo.

De plano vamos estabelecer que “direita” não tem paralelismo com os militares, pois militares são apartidários. 

A seguir vamos desmistificar a “esquerda” como sendo o reduto dos “intelectuais e da classe estudantil”, posto que tanto existem governos militares “de esquerda” , como em Cuba e Coréia do Norte, como existem intelectuais e estudantes “de direita” a exemplo dos EUA e Israel. 

Portanto os pressupostos de Norberto Bobbio baseados na oposição entre o capitalismo e o socialismo não parecem ser mais adequados para os adeptos do maniqueísmo político. 
Talvez para estes a discussão deva girar em termos de individualismo X coletivismo, ou entre iniciativa privada X Estado-empresário


Pois se a democracia tem na sua essência os opostos, o mundo globalizado de hoje tem mais inferências econômicas do que ideológicas.

Recortando a discussão para a nossa realidade poderíamos dizer, face estes parâmetros, que o atual governo é essencialmente “de direita”

Tal afirmação poderá escandalizar alguns “comunistas de pedra”, assim definidos por Arnaldo Jabor : “os adeptos desta corrente não mudam um milímetro de suas convicções. Acham a tal da realidade objetiva ’volúvel e reacionária’, com sua mania de mudar e ter reviravoltas”; portanto se o liberalismo econômico é axioma de um “menos Estado”, ou “Estado Mínimo”, se preferirem, e o governo que se autoproclama como “esquerda liberal” emprega as políticas econômicas de outrora onde, por imperiosa necessidade busca reduzir o tamanho do Estado, e realizar ações que antes acusava como sendo de “direita”, estamos diante de um paradoxo ou de uma grande farsa?

Como estou convicto da segunda assertiva, entre “direita” e “esquerda” talvez seja melhor darmos “meia-volta”, antes que acabemos dando o último passo na beira do abismo ou enveredemos pela "contramão" da História.


Coronel PM Ref Rosette

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