sábado, 25 de agosto de 2018

ARTIGO: A CURA QUE MATA (NA SEGURANÇA PÚBLICA)



Republico artigo que postei anos atrás com adaptação no titulo.


A CURA QUE MATA
O presente artigo é uma obra de ficção. Baseado em fatos reais, faço nele vertiginosas ficções.
Fora do nosso sistema solar existe um pequeno planeta habitado por um povo que guarda semelhança conosco, os seres humanos. Lá o povo padecia, morrendo aos milhares por ano, em razão de uma doença muito grave, contra a qual os cientistas não conseguiam descobrir o remédio adequado, insistindo em drogas que não debelavam a doença mortal, isso ano após ano, dirigente após dirigente. A doença era conhecida pela sigla FUZIL.
Certo dia, um doutor vindo de uma região distante, assumiu a direção do departamento de saúde de uma importante área do planeta. Nascia novamente a esperança de cura.
No início da sua gestão ele deu prosseguimento às ações dos seus antecessores e a doença continuou existindo e matando, sobretudo em algumas  regiões montanhosas, onde a epidemia se instalou.
No meio do fracasso o destino colocou no seu caminho um novo remédio que estava sendo testado em algumas montanhas com relativo sucesso. O doutor não teve dúvida, assumiu a posse do remédio e saiu espalhando o medicamento, dando prioridade às classes economicamente mais privilegiadas do povo.  Ali estava a salvação, pelo menos, a sua salvação no departamento de saúde.
Criou para o remédio uma sigla para facilitar a divulgação: SDPM.
Doses maciças de SDPM eram jogadas nas montanhas.
O sucesso foi retumbante e o doutor passou a ser o salvador da pátria. A imprensa do pequeno país passou a publicar reportagens diárias sobre a cura e sobre o doutor, ambos atingindo popularidade nunca vista. Ele ganhou prêmios em abundância.
Populações das montanhas pareciam curadas e novas montanhas eram conquistadas, enquanto a fábrica do medicamento se desdobrava na fabricação, dia e noite, sem parar, descuidando do controle de qualidade.
No meio da festa, a imprensa que apoiava incondicionalmente os dirigentes, não deu ouvido às poucas vozes que alertavam que além das populações das montanhas não estarem curadas, pois a doença continuava presente, muitos doentes estavam saindo sem serem hospitalizados e estavam levando a doença para outras regiões, algumas que eram anteriormente sadias, regiões onde não ocorria FUZIL, passaram a conviver com a doença e seus efeitos mortais.
Não a bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe.
Hoje, lá no pequeno planeta, o doutor começa a perder prestígio. A própria imprensa que tanto o elogiou, passou a divulgar que a doença FUZIL estava se espalhando por todo planeta e que o remédio SDPM, fabricando em escala gigantesca, não estava curando a doença FUZIL, além de apresentar efeitos colaterais.
O doutor poderá ficar conhecido no planeta como sendo o inventor da cura que mata.
Juntos Somos Fortes!

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