domingo, 19 de agosto de 2018

DELAÇÃO IMPLODE POLÍTICA NO RIO

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Operador de Cabral delata 40 políticos do estado; deputado de Campos entre os delatados
18 de agosto de 2018
Ralfe Reis

Um novo trecho da delação de Carlos Miranda, o operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), revela uma lista de 40 políticos do Rio de Janeiro que tiveram suas campanhas financiadas por caixa dois. Dentre eles, está o atual governador Luiz Fernando Pezão e o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), apontado pelo delator por pedir dinheiro a empreiteiras para Cabral e campanhas do MDB no estado.
Entre os delatados também aparece o presidente estadual do PSDC, deputado João Peixoto, de Campos dos Goytacazes, que teria recebido R$ 1 milhão, segundo Miranda.
Atual candidato ao governo do estado, Eduardo Paes negou as acusações, disse que nunca conversou com o delator. O atual governador Luiz Fernando Pezão afirmou que todas as doações para sua campanha foram feitas dentro da legalidade.
A delação de Carlos Miranda foi homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em 6 de março deste ano. A Globo teve acesso exclusivo ao resumo do anexo de número 73, que contém a relação dos políticos citados pelo delator.
Miranda contou que executava a parte administrativa e financeira das campanhas do MDB no Rio de Janeiro e que havia combinações com os fornecedores para que eles subfaturassem as notas apresentadas. Assim, havia nas notas pagamento parte dos valores de forma oficial e a outra parte por fora, em dinheiro, ou por meio de pagamentos das empresas doadoras diretamente aos fornecedores. Os pagamentos eram feitos principalmente por empreiteiras, como é o caso da OAS, Delta, Carioca e Andrade Gutierrez.
O delator afirmou que Sérgio Cabral, que governou o estado de 2007 a 2014 também ajudava outros candidatos, seja com ajuda em dinheiro, seja com pagamento de despesas de campanha. Miranda apresentou uma relação dos beneficiados, entre eles Paulo Melo, Jorge Picciani, Graça Matos, Edson Albertassi, Wagner Montes, Marcos Figueiredo, Édino Fonseca, Roberto Dinamite, Coronel Jairo e Cidinha Campos.
Carlos Miranda contou também que na eleição para prefeito em 2008, Sérgio Cabral atuou como arrecadador para Eduardo Paes, utilizando-se do cargo de governador para obter o valor de praticamente toda a campanha, assim como atuou para viabilizar a campanha de Rodrigo Neves para a prefeitura de Niterói. Ele disse ainda que o ex-governador atuou na campanha de Nelson Burnier em 2008 e 2012 para a prefeitura de Nova Iguaçu, e para a campanha de Graça Matos à prefeitura de São Gonçalo.
Miranda afirmou que Wilson Carlos apoiou a campanha do vereador eleito Eduardão em 2012, destinando dinheiro para tanto. Em 2010, Miranda disse que o deputado estadual Wagner Montes recebeu recursos para despesas de campanha no valor de R$ 1,5 milhão para não se candidatar como governador. Disse ainda que, também em 2010, Chiquinho da Mangueira, Edson Albertassi, Paulo Melo e Nelson Gonçalves receberam dinheiro.
O dinheiro arrecadado para a campanha vinha, segundo o delator, de empresas como empreiteiras e fornecedores do governo do estado. Ele citou a Fetransport, prestadores de serviços e também hotéis. Muitas empresas contribuíram para a campanha visando manter a relação com o governo do Rio.
Em 2014, Miranda disse que Cabral lançou seu filho Marco Antônio Cabral como candidato e tinha interesse na reeleição de Pezão como governador. Para tanto, atuou na arrecadação de recursos e e para viabilizar a campanha de ambos, além de candidatos que apoiassem seu filho.
Ainda em 2014, segundo Miranda, Cabral também apoiou Aécio Neves (PSDB) no Rio de Janeiro durante a campanha presidencial e, juntamente com Wilson Carlos, planejou como seria feita a contribuição às campanhas de Pezão e do filho, definindo a estrutura, o material, o apoio, assim como buscando fornecedores. Destacou ainda que candidatos vinculados à campanha de Marco Antônio receberam apoio financeiro, tanto em dinheiro em espécie...
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