Prezados leitores, transcrevemos um texto do Coronel PM Paúl:
"Acredito que quase toda população brasileira concordará comigo:
- É muito triste a realidade da política nacional.
Eu luto contra tal situação desde 2007, tanto na internet, quanto nas ruas, participando dos mais diversos atos cívicos.
Uma luta que comecei quando exercia a função de Corregedor Interno, portanto, quando estava no serviço ativo, exercendo função de destaque e recebendo significativa gratificação.
Sofri ao longo dos anos de luta, uma série de represálias em face dos meus posicionamentos, sobretudo em defesa do serviço público, em especial da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.
As retaliações do governo trouxeram danosos efeitos físicos, emocionais e financeiros.
Apesar dessa realidade de significativas perdas, não posso reclamar, quem escolhe lutar contra o poder sabe que as chances de vitória praticamente inexistem e que a vingança dos poderosos é uma certeza.
Eu lembrei disso quando estava trancafiado ilegalmente em uma solitária do presídio Bangu 1.
Lá tive a certeza que lutava contra uma ditadura de terno e gravata, em defesa da democracia ampla, geral e irrestrita.
O que me resta é buscar no Poder Judiciário as indenizações devidas, algo que já iniciei e que deverá se alongar por anos e anos.
Lutei nesses mais de sete anos, coloquei a cara para bater, pois esse é o meu dever de cidadão.
Não fiz nada extraordinário, apenas exerci a minha cidadania plena, algo que deveria ser comum entre todos nós, mas que infelizmente é raríssimo.
Nessa direção podemos contar nos dedos das mãos, por exemplo, os Coronéis da PMERJ, ativos e inativos, que se expuseram em defesa da bicentenária e amada corporação, nos últimos anos, foram pouquíssimos.
Não os condeno pela omissão, afinal cada um forma o seu caráter com o ferramental que a vida oferece e eu, graças ao bom Deus, tive exemplos edificantes no próprio seio familiar, o que facilitou o meu aprendizado em termos de cidadania.
Nada como um bom exemplo, algo também raro no Brasil.
Eu não lutei sozinho, devo fazer esse parêntese, cheguei a lutar ao lado de milhares, como ocorreu na mobilização dos Bombeiros Militares, mas também cheguei a lutar sozinho nas ruas, situação que me fez idealizar o boneco que apelidei de "O excluído fardado".
Enfrentei as batalhas como fazem os profissionais de saúde para salvar um paciente que está morrendo.
Eles usam todos os recursos disponíveis para alcançar o objetivo, salvar o paciente.
Eles não desistem de tentar, só parando de lutar quando a situação é irreversível, ou seja, quando as reanimações não surtem mais qualquer efeito e a morte é confirmada.
Nenhum de nós tem a capacidade de ressuscitar um morto.
Temos que fazer de tudo para salvar o doente.
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro está moribunda, logo será tarde para salvá-la, caso os Coronéis continuem inertes.
Tenho escrito e falado também que a situação política no Brasil caminha para a irreversibilidade.
A democracia está sendo assassinada no país.
O sintoma mais evidente dessa "doença" é a fuga dos eleitores, quadro que se agrava a cada eleição.
No Rio de Janeiro, onde a política vive seus piores dias, a soma das abstenções, dos votos em branco e dos votos nulos no primeiro turno, superou o número de votos do primeiro colocado.
O que isso significa na prática?
Nenhum candidato despertou o interesse dos eleitores, todos os que se apresentaram foram reprovados.
Amanhã, teremos a votação do segundo turno e podem apostar que a soma dos votos do segundo colocado mais as abstenções, os votos em branco e os votos nulos, superarão o número de votos do vencedor, seja Aécio ou Dilma no cenário nacional, seja Crivella ou Pezão no Rio de Janeiro.
O que isso significa na prática?
Nos próximos quatro anos seremos governados por uma pessoa que foi reprovada pela maioria dos eleitores.
Confirmado esse fato, a democracia terá sido assassinada.
Deixo a pergunta:
- Será que devo (ou devemos) continuar tentando ressuscitar um defunto?
Juntos Somos Fortes!