Prezados leitores, transcrevemos artigo do SubTen PM Ref CHAGAS sobre a matança de Policiais Militares.
"A MATANÇA DE POLICIAIS - II
De janeiro a outubro de 2016, 556 policiais ficaram feridos e 106 foram assassinados no estado do Rio de Janeiro (sendo 90 PMs e 16 Policiais Civis), segundo dados da Polícia Militar apresentados na CPI dos Policiais Mortos, da Assembleia Legislativa (Alerj) em outubro do ano passado. Mais 36 seriam mortos até 31 de dezembro, elevando o número para 142. Os dados se somam ao total de 3.087 agentes das forças policiais do Estado do Rio mortos e 13.735 feridos entre 1994 e 2015, de acordo com outro levantamento feito pela PM e publicado no GLOBO em 3 de novembro de 2016. No período, o número de PMs mortos corresponde a mais de 80% do total, sendo o restante de policiais civis. A explicação está no exercício da atividade policial. Ou seja, o policial militar é aquele que se expõe mais nas ruas. Em 2017, só nos 11 primeiros dias do ano, sete policiais foram mortos e vários feridos, infelizmente prometendo uma ano de matança e caça aos nosso heróis anônimos!
Pasmem senhoras e senhores!
Entre 1994 e 2015 foram mortos 3.087 agentes e 13.735 feridos! Se isso não é uma guerra civil então o que é? Enquanto a população carcerária, segundo uma ONG Americana, aumentou em 85% em dez anos e está 67%, acima da capacidade. Segmentos da sociedade ignoram e se omitem e este fato acontece aqui no Brasil! Em nosso jardim!!
Um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir!
O desespero começa a tomar conta dos governantes que somente agora, se preocupam com este fato escandaloso de descaso público. “Não acreditaram quando, há 50 anos, Darcy Ribeiro, este um grande estadista, afirmou categoricamente que se não construíssem escolas, teríamos de construir presídios.. Sobre a crise penitenciária que atravessamos é produto de descaso de todos...Governantes e da própria sociedade!
Passaram-se cinquenta anos! Inacreditável!
Infelizmente no Brasil, que já foi taxado de não ser um país sério.,.Infelizmente pois quando as coisas se complicam demais por aqui, à falta de melhores argumentos, sempre alguém acaba por rematar com a velha frase atribuída a De Gaulle – “Lé Brésil n’est pas un pays sérieux...” Mas se trata da cristalina verdade! Ou como bem ensinou Jobim, e toda a gente sabe, “o Brasil não é para amadores.”
Há uma tensão na segurança pública e temos uma população carcerária crescente, girando próxima aos 608 mil presos, muitos dos quais ligados ao tráfico de drogas, alguns mais e outros menos perigosos e disso se aproveitam as facções que disputam palmo a palmo seus terrenos. Senão vejamos: Segundo fontes da Organização das Nações Unidas sobre drogas e Crimes(Undoc), o tráfico de drogas no Brasil arrecada aproximadamente cerca de R$ 1,4 bilhão ao ano! A conta partiu dos percentuais médios da produção mundial de drogas que é apreendida: cocaína(41,5%), maconha (10%) e ecstasy (9%), por exemplo. Retirados esses percentuais, sobrou o que efetivamente é distribuído no mercado interno. Os resultados obtidos foram cruzados com a quantidade do produto comercializado em quilos, toneladas ou em comprimidos, no caso do ecstasy. E depois multiplicados pelo preço da droga no varejo. Por exemplo: Em 2008, foram apreendidas 21,5 toneladas de cocaína no Brasil, de acordo com a Undoc. Isso significa que outras 30,3 toneladas chegaram aos consumidores. Multiplicando esse número pelo preço de venda da droga no varejo, em média cerca de R$ 24,00 por grama, a receita bruta obtida com a venda aos consumidores foi de R4 727,2 milhões!! Um mercado criminoso promissor portanto! E ninguém se dá conta disso! Aproveito a oportunidade para
citar a frase célebre do então Delegado de Polícia Helio Luz que afirmou categoricamente na época que “Ipanema brilha a luz da lua”!!
Nossos estabelecimentos prisionais merecem ser cotidianamente revistos, no que tange aos aspectos de segurança. De nada adianta a Polícia prender e a Justiça condenar, se dentro da prisão o bandido consegue estruturar sua organização, liderar ações criminosas, e até fugir. Isso interfere na segurança pública.
Existem modernas tecnologias de barreiras e monitoramento de presos que podem ser aplicadas nos estabelecimentos prisionais, conforme sua classificação de segurança. Em tempos de cofres baixos, outrossim, os projetos de parcerias com a iniciativa privada parecem apropriados, em áreas menos sensíveis.
Enfim, o que não se admite é “depois da porta arrombada, colocar a tranca”, pois, o problema existe e é de conhecimento público e a sociedade ainda não percebeu ou se percebeu. Se omite e não entende que a última barreira é a Polícia!
Celso Chagas..SubTenPM Ref.
Fonte: O Globo"
Juntos Somos Fortes!
Lúcido, coerente e alarmante o excelente texto!
ResponderExcluirEu estive pensando... Se organização criminosa é um tipo penal, se associação criminosa também é tipo penal, por qual motivo o Estado brasileiro divide as cadeias em facções? Acho que o simples fato de existir facção A, B, C e D dentro dos presídios significa que os presos praticam o crime de organização criminosa, enquanto o Estado, omisso, contribui com esta orcrim e, portanto, pratica o crime de associação.
ResponderExcluirEstá na hora de mudanças radicais para que nós, contribuintes, possamos ter futuro.
Pensem nisso.