Coronéis Barbonos
Prezados leitores, nocauteados pela demonstração de força institucional vinda da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais, tentamos encontrar explicações para o abismo que separa essas instituições da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do estado do Rio de Janeiro.
A missão não é fácil de ser cumprida, tanto que preferimos deixar para um Bombeiro Militar, Oficial ou Praça, a tarefa de tentar explicar tamanha diferença comportamental.
Em termos de Polícia Militar, alguns dos fatores que contribuíram para a destruição institucional são fáceis de serem elencados, considerando que pertencem ao passado recente e foram em grande parte vivenciados por nós.
Hoje a Polícia Militar existente, resultado da fusão em 1975 dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, não pode ser considerada uma instituição, isso sendo pragmático, tendo em vista que conceitualmente, ela reúne todos os atributos.
Em apertada síntese, justificamos nossa posição afirmando que não temos mais VALORES INSTITUCIONAIS e só temos MISSÃO em razão dela ser prevista no texto constitucional.
Tal quadro nos coloca em posição diametralmente oposta aos mineiros e explica o comportamento dos Coronéis de lá e o comportamento dos Coronéis de cá.
Lá eles pensam e agem institucionalmente, enquanto aqui nem sabemos mais o que significa agir dessa forma.
Nós desaprendemos a amar a instituição.
Nos socorremos em Saul Halinsk que usa a expressão "passar a tocha da experiência" para explicar a diferença.
No início do governo Sérgio Cabral, aquele que está preso em Bangu 8, acusado da prática de inúmeros crimes, dois grupos tentaram salvar a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar: os "40 da Evaristo (parabéns Coronel PM Wanderby pela promoção)" e os "Coronéis Barbonos".
Sérgio Cabral, tendo apoio de Coronéis e de Tenentes Coronéis da Polícia Militar, impediu a transformação (revolução) que era indispensável para o renascimento.
Exonerou, puniu e aposentou precocemente os "Barbonos", inclusive de forma ilegal.
Os "Barbonos" deixaram o serviço ativo e com eles outros Coronéis antigos acabaram sendo atingidos também pela aposentadoria precoce.
A "ERA DA MODERNIDADE" foi implantada na Polícia Militar.
"Antiguidade não era mais posto", bradou um desses modernos, no auge dos seus devaneios.
Neste período de sombras, os jovens Coronéis e Tenentes Coronéis aprenderam que fazer continência e dizer sempre "SIM SENHOR!" a qualquer pessoa que usasse terno e gravata, significava comando, gratificação e promoção; enquanto ter comportamento semelhante ao dos "Barbonos" significava exoneração, punição e aposentadoria precoce.
A maioria optou pelo "SIM SENHOR!"
Criou-se um hiato de experiência, de competência e de amor corporativo dentro da Polícia Militar, a "era da modernidade" era linda nos discursos e uma catástrofe na prática.
Assumiram a cadeira 01 Oficiais que nunca tiveram o perfil para o exercício da nobre função de Comandante Geral.
Não podia dar certo e não deu.
O maior símbolo do fracasso da "modernidade" foi a tentada "pacificação de Beltrame", secretário de segurança a quem os Coronéis PM seguiam ordeiramente, apesar dos absurdos praticados.
A Polícia Militar que ia mal das pernas já no início do governo Cabral, aquele que está preso em Bangu 8, acusado da prática de vários crimes, foi cambaleando na "modernidade" e se espatifou no chão, sem qualquer cerimônia e sem direito a qualquer honra militar.
O que fizeram os Coronéis PM e BM de Minas Gerais, uma postura na linha dos "Coronéis Barbonos", não ocorrerá em terras fluminenses.
Nossos Coronéis e Tenentes Coronéis aprenderam (e estão ensinando aos Oficiais mais jovens) que é melhor prestar continência e dizer "SIM SENHOR!" logo que avistar alguém que use terno e gravata.
Deus salve a honrada e gloriosa Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro!
Juntos Somos Fortes!
PS: Em artigos pretéritos esses temas já foram abordados neste espaço democrático.
Se os descendentes do Alferes Tiradentes o fizeram, por quê aqueles que vieram com a Família Real portuguesa, a Primeira Polícia Militar do Brasil, do Caxias, Castrioto, do Vidigal e de tantos outros Heróis nacionais não agem da mesma forma? O que ocorre com a cúpula dos militares do Estado do Rio de janeiro? Seriam covardes?
ResponderExcluirEu já tenho a resposta, sem ler tudo apenas as iniciais, e digo que aqui no Rio de Janeiro é briga de vaidade, e começa entre os oficiais mesmo. Um querendo ocupar cargo melhor do que o outro, só por status.
ResponderExcluirCaro Paúl. Como sabiamente disse o "André Luiz", a vaidade não permite aos nossos oficiais ver os valores institucionais. Estão cegos pelo desejo de poder, pela vaidade de ser mais que o seu semelhante.
ResponderExcluirÉ uma pena. Jovens tenentes noutro dia. Pensamos que chegariam ao último posto e melhorariam a PM. Ledo engano. Poucos estão preocupados com o destino da nossa PMERJ, a maior parte quer ser amiga dos reis para garantir o que é melhor para os seus. Triste fim prepararam para a PM.
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