Prezados leitores, o tema desmilitarização das Polícias Militares tem sido recorrente no nosso espaço democrático, tão liberal que publica com frequência comentários ofensivos contra nós, algo raro na blogosfera.
Os comentários continuam enveredando para um antigo e grave problema existente nas Polícias Militares: a divisão entre Oficiais e Praças.
Uma odiosa separação que também existe nas polícias que não são organizadas militarmente no Brasil: as Polícias Civis e a Polícia Federal. No caso a separação é entre os Agentes e do Delegados.
Quem tiver alguma dúvida sobre isso pode procurar as opiniões da FENAPEF, por exemplo, sobre os Delegados da Polícia Federal.
Os comentários também se reportam com frequência aos ultrapassados regulamentos das Polícias Militares.
Prezados leitores, o tema que propomos não são os problemas do militarismo, esses todos nós conhecemos e sofremos com eles.
A nossa proposta é que alguém apresente o resultado final da desmilitarização das Polícias Militares e da unificação com as Polícias Civis.
Nós queremos discutir a nova polícia, sua estrutura e seu funcionamento, mas isso de forma prática, permitindo aos nossos leitores não policiais participarem da discussão sobre o fato.
Os Policiais Militares e os Policiais Civis têm conhecimento suficiente para apresentarem o novo modelo.
Lembramos que não podemos avançar na discussão de uma mudança, qualquer que seja, sem analisarmos exaustivamente os efeitos futuros das alterações.
Isso é contraproducente, tendo em vista que corremos o risco de mudar para pior e termos que retroceder para o passado.
Por favor, apresentem a nova estrutura e a nova forma de atuação da polícia resultante.
Na questão hierárquica:
- Quem dirigirá a nova polícia?
- Quais serão os níveis hierárquicos?
- Todos serão extintos (Delegados, Coronéis, Tenentes, Inspetores, Cabos, ...) e criados novos?
- Como os novos níveis hierárquicos serão equiparados entre as duas polícias existentes?
- Um Subtenente será equiparado a qual nível hierárquico da atual Polícia Civil?
No tocante à unificação:
- Se unificar as Polícias Civil é Militar é uma medida acertada e que gerará melhores resultados, então temos que discutir uma polícia única no Brasil fazendo a unificação das PMs, PCs e PF. Isso não é lógico?
Na questão funcional:
- Os atuais Policiais Militares continuarão atuando unicamente no policiamento ostensivo ou atuarão também nas atividades de polícia investigativa?
Os atuais Policiais Civis passarão a atuar no policiamento ostensivo?
A nova polícia unificada será uma polícia de ciclo completo, isso é um fato, portanto, o mais natural é que os efetivos estejam preparados para essa nova realidade.
A Perícia Criminal continuará atrelada a essa nova polícia ou conseguirá sua almejada independência, passando a ser uma instituição independente e vinculada ao Ministério Público?
Leitores, não queremos defender ou condenar a desmilitarização e nem a unificação, nós escrevemos várias vezes sobre isso.
Nós precisamos debater da forma mais ampla, geral e irrestrita possível como será a polícia resultante.
Caso contrário, a mudança poderá ser um retumbante fracasso e isso ninguém quer, temos certeza, principalmente, a população que também sofre com o nosso deficiente sistema policial.
Não podemos seguir em frente sem sabermos se não estamos rumando para um abismo.
O grande erro que estamos cometendo é não discutirmos o produto final.
Quem deve fazer isso primeiro são os Policiais Militares e Civis.
Não percam a oportunidade.
Juntos Somos Fortes!
Senhores que frequentam este espaço, não se enganem, os coronéis jamais irão aceitar que se tornaram obsoletos, hoje aqui no RJ os coronéis são diretamente manipulados pelo governo e não tem a menor autonomia, por isso vemos aparecer do nada coronéis que não tem bagagem nenhuma, e assumirem cargos de chefia e passarem por cima dos mais antigos e mais capacitados.
ResponderExcluirSe o coronel Paúl republicar aquele texto dele que fala maravilhosamente bem sobre "a polícia militar de joelhos", você verá que suas palavras representam exatamente o pensamento dele.
ExcluirEu concordo com a sua colocação. Temos uma carência de pensamento institucional no topo da pirâmide. A subserviência é total. Tudo indica que teremos grande dificuldade para que surjam os novos Coronéis Barbonos, pois aquele momento foi único na história das PMs do Brasil.
ResponderExcluirTodavia, precisamos de alguém que nos apresente a nova polícia após a PEC 51, esse é o objetivo.
Grato!
chega de militarismo covarde, na verdade só o usam quando convém, acabei de ver uma entrevista do chefe da pcerj, onde o mesmo deu seu total apoio aos policiais, quando que na pmerj iremos ver isso? nunca, pois os oficiais não querem perder as boquinhas que tem chega de covardia, fim do militarismo já.
ResponderExcluirBem... Os Coronéis Barbonos fizeram isso em 2007 e 2008. Botaram a cara... Você não viu?
Excluira pcerj vai ganhar tudo que estão pedindo, e a pmerj? vai ficar olhando a banda passar... vamos parar também. não tem essa que não pode...o que não pode é todos os dias pms sendo baleados e mortos na cidade. por um salário de fome.
ResponderExcluirPolícia não faz greve, mas faz Operação Padrão.
ExcluirVejo comentários aqui neste blog,claro de Oficiais criticando a PCERJ, realmente há uma grande diferença com a PMERJ, na PCERJ eles são unidos, tem um representante,podem se manifestar,Direitos Constitucionais preservados receberam apoio do Chefe de Polícia Dr.Fernando Veloso, diante da greve anunciada, este que é detentor de um cargo político, não se intimidou,não se vendeu por gratificações(como aconteceu com Coronéis da PMERJ) e vem acontecendo,quem é antigo sabe do que estou falando, e não se aproveitou da sua posição HIERÁRQUICA,para COAGIR os seus subordinados,evidente que na PCERJ existe hierarquia e disciplina,pois se não houvesse, tudo estaria um caos,ainda mais diante dos últimos acontecimentos, e eles são Servidores Públicos Civis, não são regidos por regulamentos militares,o que sempre é alegado pelos Oficiais, para "que exista hierarquia e disciplina",ou para que " não façamos o que queremos", ou "para que não vire bagunça", a prova real está diante de nós, acontecendo com a PCERJ, e eles vão conseguir os seus objetivos, respeitaram e foram respeitados por seus superiores e não sofreram arbitrariedades ou qualquer tipo de punições do Governo, porque estão amparados e agindo com sabedoria,e também conforme estabelece a nossa CFRB/88.
ResponderExcluirNa PMERJ, o que vemos, são os Comandantes, sejam "Geral ou de Batalhões" totalmente vendidos pelos cargos obtidos, tenho 21 anos nesta PMERJ e nunca vi um Comandante Geral ou qualquer Oficial,lutar pela PMERJ, e já escutava isso dos policiais mais antigos, o que vimos nos últimos acontecimentos envolvendo a PMERJ, foi totalmente lamentável, com prisões arbitrárias, exclusões,abuso de poder e da "dignidade da pessoa humana"("vide" invasão do quartel dos Bombeiros" pela PMERJ) ,inclusive o próprio Cel Paul provou do próprio "veneno", uma vez na vida, e isso não aconteceu somente nesta ocasião, já se passaram 200 anos e nada mudou, os abusos de poder e as mais diversas atrocidades continuam a serem praticadas na PMERJ, e os Oficiais os administradores da PMERJ e destes abusos, não são punidos, pelo contrário, os casos envolvendo crimes de Oficiais são arquivados pela Corregedoria da PMERJ,e eles continuam sendo promovidos numa total afronta ao Direito,claro, amparado por este regime arcaico e totalmente favorável a eles,e vocês acreditam que os Oficiais, querem que isso seja alterado por um regime amparado pela nossa Constituição Federal,esta que é garantidora dos direitos de qualquer Brasileiro?
Enfim, diante desta PEC apresentada para a mudança do sistema, pior do que está,tenho certeza que não fica, certo que, como já comentado ,já se passaram 200 anos e tudo continua na mesma, com um porém, agora com esta movimentação popular e até da ONU para extinção das Policias Militares, os Oficiais estão se movimentando querendo rever o RDPM, até dizendo que o mesmo está ultrapassado, admitindo abusos, e demais "gentilezas" que eles vivem praticando contra os praças ao longo destes 200 anos, não porque eles queiram, tudo isso devido ao perigo iminente da desmilitarização da PM , para a população tão pouco importa se o policial é " SOLDADO OU CORONEL", ela quer a presença policial no local e isso já basta, mais para os Oficiais, seria o fim das suas prerrogativas,abusos,desmandos, vaidades, proporcionadas pelo regime atual, mais todo este conservadorismo esta levando a PM para a sua breve extinção quem viver verá!
Ass: GLADIADOR
Gladiador, você não conheceu o grupo dos Coronéis Barbonos?
ExcluirLamento. Perdeu um movimento de Coronéis em defesa da tropa que foi único no Brasil. Sofremos todas as represálias.
Quem sabe surjam novos Coronéis Barbonos...
O ponto principal da desmilitarização é se vai ou não dar aos policiais “o direito de greve”:
ResponderExcluirO governo diz que “forças armadas não tem direito a greve” e inclui nisto a Polícia Civil (isto é o inverso – militarizar a policia civil) o que covenhamos é seguir um posso para frente (desmilitarizar a policia militar) e dar 10 passos para trás (militarizar a policia civil).
Não, coronel! Diversos serviços públicos precisam manter um mínimo atuante durante as greves. Os serviços essenciais, como de policiais, médicos, etc., não pode simplesmente parar 100%. E isto é justíssimo, não é militarismo. Os senhores oficiais sempre tentam mostrar que sem o militarismo vira anarquia, mas não é bem assim. Ninguém quer anarquia, nem praça nem oficial nem o cidadão de bem, todos queremos serviços públicos eficientes com profissionais respeitados, pois, do contrário, o cidadão também não será respeitado. O jogo de palavras que o senhor está usando não mudará o curso natural da evolução. O texto do Gladiador é perfeito!
ExcluirHISTÓRIA DA PMERJ, como o Coronel Paúl tanto vem nos pedindo para conhecer e estudar.
ResponderExcluir(Apertada síntese)
"Com a implacável perseguição de Napoleão Bonaparte contra aqueles que se opunham aos interesses do seu país - questões político-econômicas com a Inglaterra - D. João VI, a Família Real e seu séquito fugiram para o Rio de Janeiro. Logo que chegaram ao Brasil, Dom João VI criou o cargo de Intendente Geral de Polícia da Corte (origem da Polícia Civil) para se proteger dos espiões de Napoleão Bonaparte, e não para manter a ordem na cidade. E para promover a confortável instalação de todos, muitos imóveis foram desapropriados por ordem do Príncipe Regente. E, já que os portugueses vieram com muitas riquezas causadoras de inevitáveis cobiças e, com o povo insatisfeito por causa das desapropriações, as tensões sociais tornaram-se ameaçadoras para os membros da corte. Os quadrilheiros (uma espécie de milícia que cuidou da segurança pública de 1603 até 1809) já não resolviam os problemas da "ordem pública", nem mesmo com o reforço do Corpo Militar da Guarnição da Cidade (militares que atendiam as necessidades da Coroa), quando, então, apoiado pela experiência de haver criado em Lisboa uma espécie de polícia controlada politicamente e militarizada, surgiu a ideia de criar uma por aqui - a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Corte (que hoje tanto orgulha os nossos atuais coronéis PM). Quem deveria ser o patrono da PMERJ era o Desembargador Paulo Vianna, pois foi ele quem sugeriu ao Príncipe criar um modelo de força militar semelhante ao Lisboeta aqui no Rio de Janeiro. Notem, companheiros, a PMERJ é ideia militar de portugueses, mas hoje em dia eles não possuem uma lá em Portugal. Por conseguinte, podemos concluir que o modelo de polícia defendido até hoje pelos oficiais é aquele que foi importado para a proteção dos interesses da burguesia e do próprio "Estado" português face às desigualdades impostas por eles mesmos ao povo brasileiro. Resumindo: uma ditadura".
Ass. Policial Ostensivo, atual Praça da PMERJ.
Eu tenho orgulho da PMERJ. Homens e mulheres que trabalham em péssimas condições e recebendo salários miseráveis, cumprem seu . dever. Você devia se orgulhar também. Sim, precisa mudar regulamentos, isso é fto. Os Coronéis Barbonos lutaram por isso em 2007/2008. Não viu? Pena! Talvez nunca mais volte a ocorre de Coronéis lutarem pela tropa.
ExcluirTambém tenho orgulho de policiar as ruas da minha cidade e resolver conflitos sociais existentes entre nossos compatriotas. Amo vestir "o uniforme" e impedir a ocorrência de delitos ou, simplesmente, resolver uma briga de casal e impedir um homicídio passional... Mas vejo que minha amada instituição precisa ser reformulada porque há muito vem sendo usada politicamente ou em proveito individual daqueles que se locupletam de cargos e funções. E é por isso, meu respeitável Coronel Paúl, com quem ombreei em 2008 no Leblon, em Copacabana e na Camerino (já postei isso outro dia), que é hora de mudanças radicais (sem medo do futuro porque pior não vai ficar).
Excluir“De tanto ver triunfar as nulidades,
ResponderExcluirDe tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus,
O homem chega a descrer da honra,
A rir-se da virtude,
A ter vergonha de ser honesto”.
(Rui Barbosa).
Policial Ostensivo, atual Praça da PMERJ.
Boa lembrança.
ExcluirCoronel Paúl, vi sim. Já disse, eu estava lá muito perto do senhor... e não foram duas ou três vezes, não! Aliás, ainda creio que o senhor irá lutar muito, seja pela tropa de hoje, seja pela Polícia Ostensiva desmilitarizada de amanhã; afinal, poucos dos seus pares estariam habilitados a fundar uma nova ordem. Bom seria se o senhor comprasse esta ideia com sua honestidade e garra. Não vejo melhor nome para ser o primeiro Chefe de uma nova polícia.
ExcluirCoronel, Paúl!
ResponderExcluirMesmo sabendo que sua formação militar tende a lhe fazer repudiar o novo, o contemporâneo, sei que és um homem do bem e inteligente e, por isso mesmo, um dia o senhor concordará conosco.
Abraço,
Sgt Foxtrot
Dá agonia ver nosso pessoal querendo a desmilitarização como se isso fosse o "ovo de Colombo".
ExcluirCoronel, tantos outros coronéis estavam em casa, no sofá, aguardando uma nova publicação do Diário Oficial que garantisse novo comando... Enquanto isso, o senhor ardia em Bangu 8. Lembra o que realmente desandou o movimento de 2007/08? Sei que o senhor lembra, pois até tem nome e é seu vizinho. Não foram as Praças que arruinaram aquela luta (apesar de que muitos não tiveram coragem de botar a cara). Bem, se o meu texto sobre a História da PMERJ não recebeu sua réplica é porque estou correto. De qualquer forma, que bom tê-lo alegrado com Rui Barbosa... Agora, por favor, libere meus outros textos da censura, sei que o senhor reconhece quais são os meus.
ResponderExcluirAbraço.