Desde o início da minha luta em defesa dos Policiais Militares e Bombeiros Militares, integrando o movimento dos Coronéis Barbonos, passei a ser estimulado a participar de eleições.
Isso começou logo na primeira eleição após o movimento contra o governo Sérgio Cabral, ou seja, na eleição de 2008.
Eu não participei da eleição, talvez a que tivesse a maior chance de ser eleito, considerando a enorme visibilidade que alcancei na imprensa por ser o porta voz dos Barbonos e nas 10.000 visitas/dia que o blog alacançou.
A minha recusa foi por considerar que não teria uma base de apoio nem dentro da Polícia Militar, onde deveria ser o meu reduto eleitoral, em razão de ter sido Corregedor Interno de 2005 a 2008, o que ficou mais tempo no cargo. Na época considerava que teria uma campanha contra minha eleição nos quartéis, muito maior que a favorável.
O fenômeno voltou a ocorrer quando iniciei a luta pela PEC 300 no Rio de Janeiro promovendo um ato na Zona Sul e participando dos eventos que se seguiram. Apesar de manter a minha impressão sobre o que ocorreria nos quartéis, aceitei o convite para provar meu posicionamento e tive um votação pífia para deputado Federal em 2010, pouco mais de 3.000 votos. Tendo se confirmando, segundo vários narrativas que me foram feitas, que realmente ocorreu uma campanha contra a minha eleição na PMERJ. Os contrários aconselhavam aos companheiros: não vota nele não porque é Coronel e excluiu vários "irmãozinhos".
É fato também que fiz uma campanha ridícula, optando por gastar o mínimo possível do meu dinheiro, portanto, tenho minha parcela de culpa no resultado.
Em 2012, mais uma vez, a sugestão voltou em virtude da minha forte participação no movimento SOS Bombeiros, quando fui preso pela primeira vez de forma ilegal pelo grupo de Sérgio Cabral. Repeti a campanha anterior, pouco gastei, obtendo pouco menos de 1.000 votos para vereador do município do Rio de Janeiro.
Nas duas campanhas reunidas gastei cerca de R$ 6.000,00 reais, não aceitei um centavo de dinheiro externo e o partido só me deu papel. Obviamente, ser eleito com tão pouco investimento se não é impossível, deve ser raro no mínimo.
Tenho que destacar por dever de justiça que recebi apoio material de uma amigo que fez um "jingle" para a campanha, excelente por sinal.
Em seguidas vieram as eleições de 2014 e 2016 quando me mantive firme e não aceitei os estímulos.
Eu já tinha lançado três livros sobre as nossas mobilizações contra o governo Sérgio Cabral, promovo e participei de centenas de atos nas ruas e comunicava aos que me abordavam que já tinha dado a minha contribuição para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros, acrescentando que não conseguia ninguém que tivesse feito tanto e perdido tanto (exoneração, perda de gratificação, inatividade precoce e duas prisões ilegais, uma em Bangu 1).
Eis que este ano voltaram à carga!
Paralelamente, alguns companheiros passaram também a me procurar apresentando a ideia da minha candidatura para a presidência da AME-RJ (antigo Clube dos Oficiais da PM e do CBM). Algo que me fascina muito mais do que ser político. Neste caso argumentei que considerando o contido nos estatutos é muito difícil montar uma chapa de oposição que possa ser vitoriosa. Salvo melhor juízo, quem ler as regras estatutárias chegará a conclusão que foram elaboradas para facilitar a vitória da situação, diante de todos os requisitos para a montagem de uma chapa. Nunca concorri.
Dias atrás alguns vizinhos em conversa informal pediram para que eu voltasse a ser síndico do condomínio onde resido, concorrendo na eleição que se aproxima. Neguei de pronto, justificando que já exerci a função por duas vezes e outras vezes fui do Conselho Consultivo e Fiscal, considerando encerrada a minha participação na administração.
Os fatos que relatei me fizeram pensar que devo ter ficado com "cara de candidato".
Sendo ou não candidato, sua passagem pela PMERJ ficou marcada. É certo que a função de Corregedor foi seu maior adversário nas vezes que se candidatou. Eu mesmo tinha visão negativa, o que me levou a aproximar e conhecer a pessoa fora da função. Junto ao que já sabia, sobre os pareceres dos relatores que muito influência as decisões, formei minha opinião sobre o Coronel Paul e o cidadão Paulo Ricardo Paul. O restante já sabe......Aprendi muito. TAMUJUNTU!
ResponderExcluirO texto ficou sensacional, Coronel. Confesso que ri, a leitura foi muito divertida! O senhor poderia ser um bom cronista, se quisesse. Um abraço!
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