Prezados leitores, bom dia!
NÃO CUTUQUE A ONÇA
Aileda
de Mattos Oliveira*
Primeiro
foi o Jobim. Abraçou a onça do CIGS para mostrar ser tão fera quanto a fera.
Acredito que o felino estivesse sonolento com o odor petista que devia exalar
do arrogante chefão. Daí, aguentar tirar uma foto com o falso ‘quatro
estrelas’, sem lhe arreganhar os caninos.
A
situação é outra, de seriíssimas consequências. Mas a presidente não quer
copiar o seu antigo ministro e abraçar a onça. Ao contrário, vem de cutucá-la
com o canetaço guerrilheiro, substituto das armas pesadas de outrora. Mas essa
onça é de outra categoria, portanto, cautela com as disparatadas assinaturas
apostas em Medidas Provisórias, que na concepção estranha dos ocupantes do poder,
são sempre definitivas, já que o Poder Legislativo faz vista grossa quanto às
suas validades, pois, esta Casa regulada pelo Executivo, é mera ficção.
Dar
um salário mais alto a um agente penitenciário ou de polícia em início de
carreira do que recebe um coronel com vinte e cinco anos de serviço, e
equiparar o salário de um carcereiro ao de um general é abusar demais do poder
de desenhar seu nome búlgaro nos documentos oficiais brasileiros.
Se
a presidente é Comandante em Chefe das Forças Armadas, e é com horror que
escrevo isto, deve saber que se algo acontecer ao país será a única acusada de
crime de lesa-pátria. Será a única acusada de displicência com as coisas do
Estado e com a sua defesa. Será a única acusada de responsabilidade pelo
desaparelhamento das Forças. Será a única acusada de ter negado o aumento justo
àqueles que são realmente os únicos que pensam o Brasil, mas também
pensam nas suas famílias e têm filhos para criar e educar.
Carlos
Lacerda, o melhor, o mais empreendedor governador do então Estado da Guanabara,
agora espoliado Estado do Rio de Janeiro, sempre dava aos servidores
(policiais, bombeiros, professores) o mesmo índice salarial que o governo
federal. Assim eliminava as distorções, tão aberrantes nos dias de hoje. Mas
Lacerda era inteligente e sabia governar.
Infelizmente,
essas Forças, na hora em que a presidente estiver em aperto, sairão em seu
socorro. Infelizmente, repito. Como advogo pela Pena de Talião, deveriam deixar
acontecer, já que a comandante nada faz em benefício dos seus comandados, nada
faz em benefício das que são consideradas as mais respeitáveis instituições
nacionais. Nada faz, por medo. MEDO!
Paradoxalmente,
ao final de mais um ano de desgoverno, o rancho presidencial com a trupe
familiar começa a se movimentar em direção a uma das Organizações Militares,
que tem de gastar o que não lhe dão para satisfazer a truculenta e os seus
graciosos descendentes, nas felizes férias de verão.
Expressando-se
mal, organizando pior as ideias que brigam entre si, foi galgando os degraus da
política pelos acordos e não pelo saber. Para ser presidente da república,
atualmente, basta comprar votos e aliados de ocasião, não precisando, em
absoluto, ser alfabetizado. Mas para se atingir o generalato, a cara senhora
desconhece que é preciso viver com os livros, fazer cursos, aprimorar-se
continuamente, acumular conhecimentos específicos à sua área de atuação, sem os
quais o militar não chegará ao último estágio de sua carreira, aos quarenta
anos ou mais de serviço.
A
insensatez dessa senhora é tão grande que a impede de ter um raciocínio lógico,
de enxergar as evidências de que provocar o desequilíbrio do país pela
desmoralização dos membros das Forças, ao equipará-los ao abridor e fechador de
portas da carceragem, é brincar com a sorte que AINDA está do seu lado. Mas não
se iluda a eterna guerrilheira: apesar de esta onça não ser pintada (ou por
esta mesma razão) quando acuada, adquire uma força extraordinária que a sua
bisonha imaginação não pode supor.
É
chegado o tempo. O tempo kairós, como diziam os gregos. É o momento
exato de se tomar a decisão correta. Se essa pequena presidente tivesse
coragem, não fosse dominada pelos seus retrógrados parceiros, não ouvisse a voz
rouquenha de um Lula ignorante e ultrapassado, transformaria as Forças Armadas
no sustentáculo do desenvolvimento do país, de sua defesa, levantando o moral
de seu medíocre governo e reintroduzindo a moral que não existe nele.
Mas
falta-lhe coragem, falta-lhe coragem de romper com o passado, falta-lhe coragem
de ver que os tempos mudaram, falta-lhe coragem de reescrever o futuro do país
com clarividência, falta-lhe coragem de dar às costas aos parceiros internos e
aos da periferia latina, desequilibrados detentores do poder. Falta-lhe coragem
porque lhe falta personalidade. Mas sobra-lhe medo, o medo das Forças. Medo de
aliar-se a elas para dignificar o país, para elevar a nação à posição de
potência atlântica. Por isso, tropeça seguidamente como chefe de Estado, por
isso, fracassa continuamente como comandante em chefe.
Quanto
à onça, está quieta além do desejável, parecendo frouxa, como já disseram
alguns, mas está alerta, felinamente alerta. É bom não cutucá-la com o canetaço
do poder, instrumento mais adequado ao demagógico assistencialismo, corrosivo
meio de submeter o povo, já de natureza, servil.
(*Prof.ª
Dr.ª em Língua Portuguesa. Membro da Academia Brasileira de Defesa)
Juntos Somos Fortes!
O dinheiro público deveria ser utilizado para pagar os profissionais que prestam serviços essenciais à população, como Bombeiros e Policiais Militares. Um Estado que tem a segunda maior arrecadação de impostos do país poderia, ou melhor, deveria pagar aos "heróis sociais" cerca de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mensais, para cobrir as despesas básicas de sobrevivência, já que o custo de vida no Rio é altíssimo! A insatisfação das tropas da PMERJ e do CBMERJ, por ter o pior salário do Brasil e pelas péssimas condições de trabalho, é evidente!
ResponderExcluirEm campanha por melhorias salariais, agentes da Polícia Federal fizeram hoje (25) um protesto em frente ao edifício-sede da PF durante o qual prometeram “radicalizar” o movimento caso não tenham resposta positiva até o fim do mês para as reivindicações. Gritando palavras de ordem, os policiais também pediram a saída do atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.Continua....
ResponderExcluirfonte:http://campos24horas.com.br/site2/geral/pf-25/
Precisamos disso: a sociedade civil se indignando com a situação do país... uma ditadura civil revanchista e permissiva com a falta de ciência e tecnologias em suas instituições, permissiva com a falta de saúde, educação e segurança para os seus cidadãos, e não menos omissa com as suas sucateadas forças armadas.
ResponderExcluirUm dos melhores textos que já li por aqui, NÃO CUTUQUE A ONÇA. São verdades que nossos cidadãos, normalmente, não ousam proferir.
Somos um país com dimensões continentais que os patrícios, lá nos idos do ano de 1500, já retratavam como terras que, em se plantando, tudo dá! Mais de quinhentos anos passaram e ainda somos um povo miserável, sofrido e com poucas perspectivas além do próximo desfile de escolas de samba para turistas empolgados com os corpos nus de nossas mulheres - e para afogarmos nossas tristezas - "o que lembra a mesma vista dos marinheiros portugueses ao desembarcarem por aqui". O Japão, por exemplo, vem passando por inúmeras tragédias desde a 2ª Guerra, mas seus governantes e povo sempre superam e reconstroem os estragos usando a honra e o trabalho diário. Um simples conjunto de ilhas, uma empolgante potência mundial sustentada pela vergonha na cara (coisa que poucos têm no Brasil).
Sgt Foxtrot.