JORNALISMO INVESTIGATIVO

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A VISÃO DA ÁRVORE E A VISÃO DA FLORESTA - TENENTE CORONEL PM RR PAULO FONTES



"Tomei conhecimento que uma alta autoridade do poder executivo deste estado, diante da luta dos Policiais Militares comprometidos com a história da bicentenária Corporação, pela manutenção do seu Quartel General histórico, teria dito para um interlocutor: “ - Eles (nós PPMM), têm a visão da árvore e eu(autoridade) tenho a visão da floresta, numa clara alusão de que a nossa luta era menor e de que a sua vontade absoluta, monocrática e unilateral tinha maior alcance. Vou procurar responder à deselegante, inconveniente, inoportuna, atrabiliária e preconceituosa afirmação, discorrendo em breve digressão sobre a mais conhecida composição dialética de Platão, que Thomas Hobbes considera o maior filósofo da humanidade: a Teoria da das Idéias. 
“Para Platão tudo o que podemos tocar e sentir na natureza "flui". Não existe, portanto, um elemento básico que não se desintegre. Absolutamente tudo o que pertence ao mundo dos sentidos é feito de um material sujeito à corrosão do tempo. Ao mesmo tempo, tudo é formado a partir de uma forma eterna e imutável”. 
“Platão ficou admirado com a semelhança entre todos os fenômenos da natureza e chegou, portanto, à conclusão de que "por cima" ou "por trás" de tudo o que vemos à nossa volta há um número limitado de formas. A estas formas Platão deu o nome de idéias. Por trás de todos os homens, animais e plantas existe a "ideia “homem", a “ideia” animal e a “ideia” planta. 
Para exemplificar a visão de Platão, considere um conjunto de cavalos. Apesar deles não serem exatamente iguais, existe algo que é comum a todos os cavalos; algo que garante que nós jamais teremos problemas para reconhecer um cavalo. 
Logo, se é assim, e aplicando-se a Teoria das Idéias à visão da árvore e da floresta, primeiro então temos a ideia da árvore e depois a ideia da floresta, esta última do mundo dos sentidos. Primeiro vinha a ideia cavalo e depois todos os cavalos do mundo dos sentidos. 
Assim como os filósofos que o antecederam, Platão também queria encontrar algo de eterno e de imutável em meio a todas as mudanças. Foi assim que ele chegou às idéias perfeitas, que estão acima do mundo sensorial. Além disto, Platão considerava essas idéias mais reais do que os próprios fenômenos da natureza. 
Para Platão há uma conexão metafísica entre a visão do olho da alma e o objeto em razão do qual tal visão não existe, ou seja, mais uma vez aplicando-se a Teoria das Idéias à realidade fática em questão, podemos concluir que a visão do olho da alma capta melhor a idéia da árvore do que a da floresta, simplesmente pelo fato de que primeiro vem a parte depois o todo, primeiro a árvore e depois a floresta”. 
“Thomas Hobbes considerou Platão como o melhor filósofo da Antiguidade clássica, pela razão de sua filosofia ter como ponto de partida ideias, enquanto que Aristóteles partia de palavras. Para Hobbes, Platão estaria apto a elaborar uma filosofia política por evitar conclusões falaciosas acerca do "o que é", "o que foi", "o que deveria ser". 
A autoridade que se intitula detentora da “visão da floresta, vive das aparências, das futilidades da vida e embora seja de origem humilde, gosta de tomar um champanhe francês, de preferência na França, enquanto corpos estão ainda insepultos na tragédia da serra fluminense, com mais de 900 mortos, ocorrida há mais de dois anos atrás. 
Se possuir a visão da árvore significa pertencer à uma instituição que fundada em 13 de maio de 1809, vem prestando serviços à sociedade a partir dos seguintes eventos históricos: luta pela proclamação da independência do país, as revoltas internas do primeiro e do segundo reinado, a Guerra dos Farrapos, a Guerra do Paraguai, a Proclamação da República, a primeira e a segunda Revolta da Armada, a Revolução Federalista, o Movimento Tenentista de 1922, o Golpe de Estado de 1930, a Revolução Paulista de 1932, a Intentona Comunista de 1935, o Estado Novo de 1937, e o maior conflito de todos os demais aqui citados: a diuturna, ininterrupta e interminável luta contra o crime, que neste país há muito tempo pode ser considerada epidemia, com o sacrifício de milhares de vidas de seus servidores, aí senhor poderoso dono da “visão da floresta”, então nós Policiais Militares possuímos de fato a Visão da árvore! 
Entretanto, se possuir a visão da floresta significa ser político profissional desde mal saído da adolescência, herança do feudo familiar, sem nunca ter de fato laborado em outra atividade, então nós Policiais Militares não possuímos a visão da floresta. 
Não fosse a visão da árvore do Sargento Mór da Província do Pará Francisco de Melo Palheta, que conseguiu contrabandear da Guiana Francesa para o Brasil, algumas sementes de Café, provavelmente o Brasil não seria hoje um imenso cafezal e o maior produtor mundial do café do mundo. 
Ressalte-se que essas mudas foram também plantadas no interior do Quartel General da PMERJ, edificação histórica que o senhor dono da visão da floresta pretendia reduzir a pó. 
Se não fosse a visão da árvore do Major Manoel Gomes Archer, da Guarda Nacional (PM), que em 1864, após uma grande seca que ameaçou os mananciais da cidade, plantou cem mil muda de plantas nativas na Floresta da Tijuca e na Floresta das Paineiras, não existiria no Rio de Janeiro a maior floresta urbana do planeta – a Floresta da Tijuca. 
O Major Manoel Gomes Archer foi o primeiro administrador da floresta e é considerado no Brasil, o pioneiro da Silvicultura, a ciência que tem por finalidade o estudo e a exploração das florestas. 
Se possuir a visão da floresta significa ser tomado por uma fúria iconoclasta de tal forma que pretendeu botar abaixo, reduzir à pó, edificações de valor histórico incalculável, todas elas com um legado incomensurável de ancestralidade e tradição das instituições permanentes do estado, então nós Policiais Militares não possuímos a visão da floresta. 
Assim creio ter encontrado a melhor resposta para tão preconceituosa afirmação em questão, mas para finalizar quero dizer que: 
Lao Tzé ou Lao Tse foi um famoso filósofo chinês que viveu no século VII A. E a ele é atribuída a obra que lastreia o Taoismo – o Tao-Te – Ching. 
E do Tao Te Ching vou retirar alguns pensamentos que podem ter alguma relação com o texto em questão: 
Poema 64: 
"Uma viagem de mil léguas começou com o primeiro passo”.
Poema 11:
“O oleiro faz um vaso manipulando a argila, mas é o oco do vaso que lhe dá utilidade” 
Poema 76:
“O que parece grande e forte já etá a caminho da decadência. Mas o que é pequeno e plasmável, isto cresce”. 
Assim, senhor detentor da visão da floresta, gostaria de lhe concitar em primeiro lugar à considerar que é muito mais sábio e útil em todas as atividades da vida, dar um pequeno passo, possuir a visão da árvore antes da visão da floresta, e aí então quem sabe,Vossa Senhoria possa tentar conseguir, ou até mesmo impedir, que a nossa Floresta Amazônica, seja impiedosamente devastada, pois afinal, o senhor está na política há mui tos anos e já é mais do que tempo, já passou da hora de merecer o que amealhou na vida e urge realizar algo de palpável para o contribuinte, para o povo brasileiro, no que diz respeito à este particular intento. 
Quem sabe V Exª não começa a a impedir a devastação da floresta amazônica partir da visão de uma pequena árvore! 
Paulo Fontes - Tenente Coronel PMERJ RR"

Juntos Somos Fortes!

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