Prezados leitores, a "Lei de Gérson" está entranhada em todos os lugares.
"Jornal O Dia
Justiça e Cidadania
Adriana Cruz
PUBLICADO EM 07.05.2016 - 23:40
Tenente-coronel do extinto Grupo de Prevenção e Estádios pedia empréstimos a subordinados e não pagava
‘Tirei dinheiro do meu sustento para dar ao oficial. Sonhei muito com essa farda, para agora ser humilhado como homem e chefe de família por causa da pressão da hierarquia”. A revelação é de um dos militares que caiu no conto do tenente-coronel Carlos Marcelo Corrêa de Mello Silva, do Corpo de Bombeiros.
Segundo depoimentos, em 2009, quando estava à frente do comando do extinto Grupo de Prevenção e Estádios (Gpreve), no Maracanã, Corrêa usava a boca de ferro — como é chamado o auto-falante do quartel — para convocar ao seu gabinete os subordinados. O chamado provocava calafrios em praças e oficiais porque, a portas fechadas, Corrêa anunciava que precisava muito de ajuda financeira. O oficial seria um especialista em contar histórias tristes envolvendo até mesmo a própria mãe, já idosa, e aproveitava-se da alta patente para pressionar a tropa a emprestar-lhe algum dinheiro. E não era qualquer trocado. Corrêa contaria ainda com a ajuda de funcionários do Banco BMG para saber a margem de crédito consignado dos militares na instituição.
O arsenal de informações e o poder da hierarquia intimavam os bombeiros a pegar empréstimos de R$ 5 mil a R$ 10 mil no BMG. O dinheiro parava depois na conta de Corrêa. Ele prometia pagar as prestações, mas não honrava a palavra, e o prejuízo — que chegou até a R$ 20 mil em alguns casos — ficava com os subordinados.
Seis militares tiveram coragem de denunciar o caso à Corregedoria do Corpo de Bombeiros. Corrêa foi denunciado pelo Ministério Público que atua junto à Auditoria da Justiça pelo crime de estelionato. A pena varia de dois a sete anos de prisão. O MP quer ainda que o oficial seja obrigado a devolver R$ 51.296,03 aos militares.
Em setembro, a juíza da Auditoria da Justiça Militar, Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, determinou que Corrêa fosse afastado da função. À época, ele estava lotado na Escola Superior de Comando de Bombeiro Militar. No entanto, no Boletim Interno de 25 de abril, ele foi lotado no Departamento Geral de Defesa Civil. A lotação gerou reação. Agora o MP quer saber se o mesmo tratamento costuma ser dispensado a outros réus em processos.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que instaurou Inquérito Policial Militar contra o tenente-coronel e resultou em processo na Justiça. Alegou que a atual lotação do oficial cumpre a decisão judicial porque ele está afastado da atividade operacional ou administrativa.
Sobre a denúncia de envolvimento de funcionários no esquema, o banco BMG alega que segue a legislação dos contratos de empréstimos (Leia mais)."
Juntos Somos Fortes!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Exerça a sua liberdade de expressão com consciência. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste blog.