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domingo, 2 de março de 2014

O FRACASSO DAS UPPs: PMs NÃO SÃO COBAIAS DE LABORATÓRIO



O governo Sérgio Cabral instalou a primeira UPP no final do segundo ano de mandato, ou seja, em dezembro de 2008. Isso por si só demonstra que tal modelo de policiamento não fazia parte dos planos do governo para a área de segurança pública, o que pode ser comprovado através da leitura do plano de governo, como demonstramos mais de uma vez nesse espaço. Na verdade o plano demonstrava claramente que Cabral pretendia investir no BOPE e na CORE dando continuidade ao "tiro, porrada e bomba".
Tal preâmbulo é necessário, sobretudo se considerarmos o fracasso do projeto de instalação das UPPs, um conjunto de erros que já produziu a morte em serviço de vários Policiais Militares, algo que deve ser evitado a todo custo e que deve fazer parte de qualquer planejamento operacional da Secretaria de Segurança.
Hoje o local mais perigoso para os PMs trabalharem são as UPPs, isso é um fato.
A boa técnica determina que a implantação de qualquer projeto, seja em que área for da atividade humana, deve ser monitorada o tempo todo, para que possam ser realizadas as correções necessárias, pois todo projeto pode apresentar erros na hora de ser operacionalizado.
Infelizmente, está mais do que claro que isso jamais aconteceu no projeto das UPPs, as quais foram implantadas uma após a outra, apesar dos erros que logo se evidenciaram, mas que foram encobertos durante anos pela imprensa, que só destacava os aspectos positivos e eles existem, sem dúvida.
As UPPs viraram um projeto eleitoral, diga-se de passagem vitorioso pois levaram Sérgio Cabral a reeleição, mas deixaram de ser um projeto de segurança pública, aliás, nunca foram.
Hoje o que temos é um completo absurdo.
Nas UPPs consumimos o efetivo de 20 (vinte) Batalhões de Polícia Militar, um efetivo que tem feito muita falta nas ruas para ser empregado na prevenção de crimes, ou seja, no policiamento ostensivo, principalmente nos bairros e municípios que receberam os criminosos oriundos das UPPs.
Para que o nosso leitor possa ter uma ferramenta para comparar, no município do Rio de Janeiro estão instalados o 1o, 3o, 4o, 5o, 6o, 9o, 14o, 16o, 17o, 18o, 19o, 22o, 23o, 31o, 40o e 41o Batalhões de Polícia Militar, isso se a memória não estiver nos traindo.
Nas comunidades carentes temos o efetivo de 20 (vinte) BPMs e para policiar todo o restante do município temos o efetivo de 16 (dezesseis) BPMs.
Obviamente, isso está errado, as ruas não estão inseguras sem motivo.
Pior, empregamos quase 10.000 PMs nas UPPs e não conseguimos controlar o tráfico de drogas, nem conseguimos garantir a segurança da população e dos PMs.
É hora de trabalhar cientificamente, abandonando o interesse político, temos que fazer um estudo para identificar todas (algumas já estão identificadas) as causas do fracasso do único projeto do governo Cabral na área da segurança pública.
Basta de empirismos, os PMs não podem continuar morrendo nas UPPs, não somos cobaias de laboratório.

"JORNAL O DIA
28/02/2014 13:54:09 
PM baleado na UPP Vila Cruzeiro passa por cirurgia e segue em estado grave 
Policial permanece internado no CTI do Hospital Estadual Getúlio Vargas. Policiamento foi reforçado na Vila Cruzeiro
Rio - O soldado da PM Wagner Vieira Cruz, atingido no rosto durante um ataque a UPP Vila Cruzeiro na madrugada desta sexta-feira, passou por cirurgia e seu estado ainda é grave. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, ele está internado no CTI do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. 
Ataques simultâneos ocorreram em vários pontos da UPP pouco antes de 1h da manhã. Wagner foi atingido na localidade Esquina do Pecado, enquanto fazia patrulhamento na região. Ele chegou sem pulso ao Hospital Getúlio Vargas, mas foi reanimado. O policiamento na região foi reforçado com PMs de outras UPPs (Leiam mais).

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