A
DEMOCRACIA TUPINIQUIM E O MOMENTO HISTÓRICO
(Nelson HERRERA Ribeiro, Cel PM Ref, advogado e
professor)
Em primeiro, alerto aos inevitáveis críticos, que não
estou filiado a partido político algum, não sou e não pretendo ser
candidato a nada. Porém os companheiros mais antigos poderão
lembrar dos tristes episódios que relato.
Há quase trinta anos, então major PM, em 1984 e 1986,
atrevi-me a criticar pela imprensa várias ações do governo
estadual (Leonel Brizola) em detrimento da Polícia Militar. Fui
acusado, entre tantas coisas, dee propósito de oposição
reacionária, de oculta intenção de candidatura política. Até de
maluco me chamaram. E, na prática, fiquei clamando no deserto. Nada
se modificou.
Meu preço foi: sofrer duas punições disciplinares,
ter sido ameaçado de PAD para exclusão, amargar três anos
afastado (DGP, na chamada “geladeira”), permanecer longo tempo em
último lugar no quadro de acesso por merecimento, ser promovido por
antiguidade depois de dez anos no posto de major e, enojado pelo
sistema, sentir-me obrigado a abreviar meu tempo de serviço,
requerendo precoce passagem à inatividade. Tudo isso talvez numa
época mais difícil, ainda sem a ampla proteção da Constituição
Cidadã de 1988.
Constato, infelizmente, ao longo das últimas três
décadas, que nada mudou em relação à ambiência política e à
atividade funcional dos bravos policiais militares e, porque
submetidos a legislação e tratamento semelhantes, aos nossos
heroicos colegas bombeiros.
O que se constata, na atualidade, é o exercício do
arbítrio, a violência antidemocrática, o ódio gratuito contra os
PM e BM que também se atreveram a opor alguma resistência. Isso de
forma desumana, a atingir também violentamente o coração de suas
esposas e filhos.
Mas o que buscavam eles? Vantagens pessoais? Cargos
políticos? Mordomias palacianas? Precisavam trocar sua liberdade,
sendo submetidos a torturas físicas e psicológicas, apenas para
almejarem candidaturas?
Não seria razoável. Pretendiam apenas – e esse
parece ter sido o crime maior – respeito próprio e dignidade
profissional, consubstanciados no pleito de melhores condições de
trabalho e remuneração justa!
O preço deles foi: prisões arbitrárias, violência a
direitos constitucionais e prerrogativas legais, rigorosos processos
administrativos disciplinares, subsequente “guerrilha”
administrativa na sonegação de dados e documentos, perda de seus
proventos previdenciários, tudo envolto em reprovável tratamento
desumano e humilhante, precedido de casuística alteração de
regulamentos.
Claro está que militares não podem fazer greve e estão
sempre submetidos aos princípios basilares da Disciplina e
Hierarquia. Claro está que há regulamentos e leis penais militares
a serem acatados. Mas ninguém, governador algum ou qualquer
comandante lhes podem tirar a cidadania e arrancar direitos
constitucionais e prerrogativas legais. E tudo isso foi e está sendo
feito sob a serena imagem da Justiça com o semblante vendado e a
espada em repouso. RELEMBREM BANGU 1!
As próximas eleições municipais, posteriores ao
episódio dessa triste repressão, constituem a primeira barreira
democrática para que todos possamos reagir, pelo voto consciente.
Ainda que todos saibamos os vícios e os nefastos hábitos da nossa
democracia tupiniquim. Mas o momento é histórico. PODERÁ SER O
NOSSO VERDADEIRO BRADO DE REPROVAÇÃO!
Por isso, tenho a ousadia de conclamar aos policiais e
bombeiros militares que, em todos os Municípios, votem nos
candidatos corporativos que, por seu passado e por sua luta, possam
ser nossos lídimos representantes. Ao menos, em agradecimento pela
conquista de alguma melhoria do serviço e da nossa remuneração.
Há vários deles muito valorosos. São nosso heróis. O
meu já escolhi:
25.190 PAÚL NELES! E NA CABEÇA!
Juntos Somos Fortes!
CEL. PAUL, ACABA DE MORRE UM TRAFICANTE A TIROS NO VIDIGAL, ÁREA QUE DIZ ESTÁ PACIFICADA. SEGUNDO MORADORES FORAM 05CINCO TIROS. DIGO MAIS, PELA EXPERIÊNCIA QUE TENHO EM OBSERVAR O COMPORTAMENTO DOS BANDIDOS DESSA REGIÃO, UMA COISA É CERTA: VAI MORRER MAIS GENTE. É ORDEM DO TRÁFICO DA ROCINHA.
ResponderExcluirCel Herrera, também estou de acordo. O único que poderá ecoar realmente nosso brado de reprovação ao sistema deturpador de direitos dos policiais e bombeiros, em princípio, é o cel Paul. Que já demonstrou mais do que suficiente que é o Cara. Com o seu blog, fomos ouvidos em certos direitos e garantias constitucionais embora parciais e minguados. Se alguém não se lembra, faça uma pesquisa nos assuntos do blog, principalmente, com relação a descaso e desumanização ocorridos, nos serviços de UPP (carro-propaganda do governo estadual). Mostrou-nos como polícia militar está (ou é) subserviente ao poder político mesmo que esta subserviência venha a ferir gravemente direitos constituídos de cidadãos-policial. Estou ciente de que a vaga que ele concorre é para o legislativo municipal, porém não lhe impede de repassar aos deputados estaduais de seu partido os reais dificuldades dos policial e bombeiro militares deste estado, além de exercer plenamente seu papel de vereador, fiscalizando os atos governamentais municipal e propondo leis que ajudarão a melhorar a saúde, educação, habitação, e outros. Por isso, meu voto é 25190 - Cel Paul Neles!!!
ResponderExcluirCMT HERRERA, PERMITA-ME FAZER MINHAS AS SUAS PALAVRAS. TAMBÉM JA ESCOLHI O MEU CANDIDATO, GUERREIRO, QUE BRIGA DESDE 2007, CONTRA OS DESMANDOS E COVARDIAS DO SISTEMA. 25.190 PAUL NELES. E NA CABEÇA. TEN PM SERGIO.
ResponderExcluirDe acordo, Cel Herrera! Ombreamos muitas vezes nessa luta, não seria agora que iríamos deixar de apresentar nossa Espada pela causa.
ResponderExcluirA exemplo de 1980, quando FARDADOS e ARMADOS marchamos ao Palácio Guanabara e depois ao QG dos Barbonos, HOJE mantemos a mesma chama de idealismo e destemor em prol desse ideal.
Juntos Somos Fortes!
É disso que precisamos: Os Chefes e Líderes da nossa PMERJ libertos do cabresto "politiqueiro-eleitoreiro" que, apenas, garante promoções, cargos, comandos e gratificações aos que fingem - em nome da Hierarquia e Disciplina - estar se submetendo às aberrações desta democracia tupiniquim por cumprimento do dever institucional. O Coronel Herrera se libertou numa época em que nem havia, de fato e direito, Democracia; o Paúl, embora coronel em uma época com mais amparos, também. Aliás, acho que jamais estiveram cativos.
ResponderExcluirEmbora o chamado Movimento dos Coronéis Barbonos tenha se mostrado, inicialmente, firme e determinado em seguir na direção que citei no parágrafo anterior, a corrente foi quebrada por falta de articulação política e pelo oportunismo barato de um certo coronel que jamais seria o Comandante-Geral de nossa Corporação pelo método tradicionalista... senão pelo método que também quebrou a corrente de Jesus Cristo, a traição.
O nobre Coronel Herrera está coberto de razão!
Se não construirmos uma corrente "legalalizada", organizada, democrática e politizada não deixaremos a submissão no passado. Sobretudo, porque sempre irá existir aqueles que se submeterão para obter vantagens individuais.
Coronel Paúl, está provado que a luta deve ser realizada com a caneta como arma. Nada de greves. Um dia conseguiremos reverter o quadro atual diretamente na legislação... ATRAVÉS DO VOTO CERTO!
Assim, contamos com sua mais que provada intenção de combater os desmandos - a cleptrocracia - para ser o nosso representante político (dos homens e mulheres do bem existente em nossa PMERJ e CBMERJ e funcionários públicos em geral). Inicialmente, será conduzido à Câmara Municipal e, a posteriori - pois não tenho dúvida de que honrarás os seus princípios e família -, à cadeiras mais significativas às nossas condições de servidores públicos estaduais.
Deus está conosco!
Sgt Foxtrot.