Polícia e saúde
*Marcos Espínola
O estilo de vida moderna é por si só um convite para o estresse, independente da área de atuação. Mas certas profissões sofrem ainda mais tais efeitos, pois convivem com a tensão e com o limite entre a vida e a morte. Nesse contexto estão os policiais e recente estudo divulgado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz comprova essa tese, o que deveria ser avaliado com atenção pelas autoridades no sentido de proporcionar cada vez mais, melhores condições para o exercício dessa profissão.
De acordo com o grupo de pesquisadores do Centro Latino-americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Carelli (Claves) da Ensp/Fiocruz, uma série de situações relacionadas à sobrecarga de trabalho aos constantes riscos e às relações tensas e conflituosas da profissão de policial militar pode ocasionar significativa interferência na saúde.
De acordo com o estudo, que verificou ainda prevalência de sofrimento psíquico em 35,7% dos pesquisados, no caso dos PMs do Rio de Janeiro, as condições de saúde e de trabalho tendem a ser extremas, pois eles lidam com elevados índices de criminalidade de grupos organizados e armados. Tudo isso os leva a sentir medo por si mesmo e por sua família em diversas ocasiões, dentre elas a de ser reconhecido como agente de segurança nos períodos de folga.
Enfim, não seria preciso um estudo tão aprofundado para percebermos que ser policial no Rio de Janeiro é viver no fio da navalha. Por isso, como a própria pesquisa concluiu, esses profissionais que acima de tudo são seres humanos, desenvolvem sintomas agudos e crônicos de sofrimento e de estresse cumulativo, tendo excesso de exposição ao risco e a vitimização.
*Advogado criminalista
Juntos Somos Fortes!
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