O inquérito policial instaurado para apurar o desaparecimento do senhor Amarildo, morador da comunidade pacificada da Rocinha, está sendo revelado aos poucos pela imprensa, sobretudo pelas Organizações Globo, que exibe uma imagem aqui, outra ali, assim como, trechos de interceptações telefônicas, embora isso não seja permitido pois tais interceptações são protegidas por sigilo, o que não tem sido respeitado.
Dez Policiais Militares (PMs) estão presos em face do contido no citado inquérito, acusados de "tortura seguida de morte" e de "ocultação de cadáver". Todos os presos faziam parte do efetivo da UPP da Rocinha, sendo um deles o ex-comandante.
Lendo e relendo as reportagens, assistindo algumas vezes as imagens das câmeras também divulgadas pela imprensa, ainda não encontrei qualquer prova no sentido de que o senhor Amarildo esteja morto. Obviamente, elas podem existir nos autos, mas se existem ainda não foram divulgadas.
O concreto é que os PMs estão presos e não apareceu na imprensa qualquer prova sobre a morte de Amarildo. Nenhuma prova técnica e nenhuma prova testemunhal. Nada.
Diante do exposto, surgem os seguintes questionamentos:
- Como alguém pode ser preso acusado de "torturar e matar" uma pessoa, inexistindo o mínimo, ou seja, a constatação da morte da vítima?
- Como alguém pode ser preso acusado de "ocultar o cadáver", inexistindo o mínimo, ou seja, a constatação de que existe um cadáver?
Prezado leitor, isso não é estranho?
Eu considero um absurdo considerando que se estamos vivendo em um estado democrático de direito, a presunção da inocência, por exemplo, deveria ser respeitada pois constitui direito de todo cidadão.
Reafirmo, não escrevo para defender os PMs, escrevo para tentar mostrar que os direitos dos PMs não estão sendo respeitados no Rio de Janeiro.
Eles podem ter torturado e matado Amarildo, ocultando seu corpo?
Sim. Eles podem.
Até o presente momento, baseado no que foi revelado pela imprensa, isso é uma possibilidade.
Não esqueçam que enquanto não for comprovada a morte, ela própria é presumida.
O governo Cabral sempre que é questionado sobre o gigantesco número de desaparecidos durante a gestão do secretário de segurança Beltrame, não pestaneja e logo informa que muitos dos desaparecidos acabam voltando para casa, isso para justificar que o número elevadíssimo é irreal.
Surpresa!
Imagine se Amarildo for um desses que o governo Cabral cita, um dos que desaparecem por muito tempo e depois retornam para suas casas.
Respeitando a dor dos familiares de Amarildo, isso é uma possibilidade e continuará sendo enquanto a morte for presumida, só deixando de ser quando a morte for comprovada.
O triste é que embora a morte seja presumida, a prisão dos Policiais Militares acusados pela morte é uma dura realidade.
Juntos Somos Fortes!
Caro Cel Paúl,
ResponderExcluirComo já disse: se ele voltar a mulher, filhos e advogados matam ele! Está todo mundo ganhando alguma coisa!
Abraço fraterno,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
Amiga Christina, não creio que ele possa aparecer, mas por enquanto ele é um desaparecido e não um morto.
ResponderExcluirJuntos Somos Fortes!