A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) e seus integrantes têm sido massacrados nas redes sociais e na imprensa, diariamente, em face da atuação nos protestos que ocorrem no Centro da Cidade Maravilhosa, que ontem virou uma praça de guerra, mais uma vez.
A cada novo protesto as imagens da violência por parte de pequenos grupos infiltrados e da violência policial ficam eternamente registradas em fotos e vídeos publicados nos jornais e revistas, assim como, na velocíssima internet e suas redes sociais, inclusive com transmissões ao vivo, direto dos locais onde os confrontos ocorrem. Imagens que são comentadas em tempo real por milhares de internautas, a maioria contrária às ações policiais.
Eu assisti inúmeras dessas transmissões, escrevo sobre o que vi.
As imagens mostraram uma Polícia Militar não apenas violenta, mas acima de tudo despreparada, com os seus integrantes desorientados correndo de um lado para o outro, atirando balas de borracha, lançando bombas e gases indiscriminadamente. Isso são fatos, as imagens não mostraram outra coisa, não podemos escondê-las ou deletá-las. Apesar dessas verdades se deve destacar que em algumas transmissões as narrativas por parte de quem filmava foram tendenciosas em vários momentos, direcionadas a prejudicar a corporação, isso é outro fato.
O que as imagens não podem mostrar é quem é esse Policial Militar que está nas ruas, escalado para atuar no controle de distúrbios civis, atividade que exige do profissional um preparo técnico específico e, acima de tudo, um preparo físico e um controle emocional muito grandes.
Eu sou Coronel PM Reformado, fui exonerado no atual governo da função de Corregedor Interno, quando integrava o grupo dos Coronéis Barbonos, nós que lutávamos para reconstruir a corporação e fomos alvo de várias represálias governamentais. Portanto, conheço sobre o que estou escrevendo e o faço no exercício dos meus direitos constitucionais, o que é bom destacar, antes que alguém pense em me aprisionar novamente de forma ilegal na penitenciária Bangu 1, como fizeram no ano passado em razão das minhas críticas ao governo.
O Policial Militar que está atuando nos protestos no Rio de Janeiro não está devidamente qualificado para tal atuação, falta o treinamento indispensável, além disso, ele está estressado física e emocionalmente.
Eis a verdade.
Sem querer justificar qualquer excesso praticado por Policial Militar, esperar que esses homens e mulheres fardados tenham o desempenho esperado de profissionais bem treinados, valorizados, fisicamente e emocionalmente equilibrados, não passa de um sonho inatingível no atual governo.
O Policial Militar dos nossos tristes dias não reúne nenhuma dessas condições, infelizmente, isso com raríssimas exceções.
A Polícia Militar é o retrato do governo estadual, não esqueçam nunca disso.
A Polícia Militar é o povo fardado, também não se esqueçam disso.
Os Policiais Militares são recrutados no seio da nossa população e recebem a formação que o governo proporciona, muito longe da ideal.
O nosso Policial Militar não é o profissional que a população merece e precisa para servi-la e protegê-la. Ele é o profissional fabricado pelo governo. Ele queria ser muito melhor.
Culpar apenas o Soldado que está na ponta da linha é covardia, temos que cobrar dos governantes, os responsáveis diretos por toda essa desqualificação e desvalorização da corporação, bem como, por toda essa violência.
O PM é apenas a diminuta ponta desse iceberg de culpas.
Juntos Somos Fortes!
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