Prezados leitores, não gostaríamos de voltar o nosso blog para os temas tradicionais, sem deixar de comentarmos algo que sempre nos incomodou em termos de mudanças nas regras no futebol: a vitória valer 3 pontos.
Salvo engano essa mudança ocorreu em 1994 no curso de uma Copa do Mundo, por favor, nos corrijam se isso não for verdade.
Antes a vitória valia 2 pontos, o empate 1 e a derrota nenhum ponto.
Na verdade, o jogo valia 2 pontos.
Ocorrendo um vencedor ele ficava com os 2 pontos e terminando a partida empatada cada time ficava com metade dos pontos: 1 ponto.
O advento da mudança trouxe uma situação estranha, isso sem avaliar os motivos que levaram a sua implementação, tendo em vista que passamos a ter jogos que valem 3 pontos e jogos que só valem 2 pontos.
Antes, o jogo valia 2 pontos sempre.
Hoje, ao final da partida, o jogo pode ter valido 3 pontos, quando ocorre um vencedor ou dois pontos quando ocorre um empate.
Isso nos parece irregular.
Jogam Palmeiras x São Paulo e Flamengo x Vasco por um Brasileirão, por exemplo.
Resultados:
- Palmeiras 1 x 0 São Paulo.
O jogo valeu 3 pontos.
- Flamengo 0 x 0 Vasco.
O jogo só valeu dois pontos.
Não conheço um outro jogo (esporte) onde as partidas possam ter diferentes valorizações para as partidas de um mesmo campeonato.
Não é bizarro?
Salvo melhor juízo, todos os jogos tinham que valer 3 pontos.
Por exemplo, o empate daria 2 pontos ao time visitante e apenas 1 ponto ao dono da casa, afinal jogar fora de casa é uma dificuldade, basta ver o que ocorre nas Libertadores.
Não consideramos essa a solução ideal, mas pelo menos acabaríamos com essa diferença de pontuação entre os jogos em face do resultado final.
Sim, os 3 pontos valorizaram as vitórias, os times que buscam o gol, mas desvalorizaram por completo o empate fora de casa e pior, desvalorizaram as derrotas.
Avancemos com hipóteses.
O Náutico joga fora de casa duas vezes. Uma contra o Flamengo e outra contra o Santos. Arranca dois empates heróicos. Faz 2 pontos.
O Internacional joga duas vezes em casa. Ganha do Criciúma por 1 x 0 e perde para o Vitória por 3 x 0. Faz 3 pontos.
Sinceramente, quem teve o melhor desempenho esportivo?
O Náutico que conseguiu dois empates contra grandes fora de casa, quando o esperado eram 2 derrotas ou o Internacional que ganhou uma e perdeu uma em casa, quando o esperado eram 2 vitórias?
Avaliem o seguinte exemplo.
Um time faz 9 jogos, ganha 3 e empata 6 (não perde nenhum), faz 15 pontos.
Outro time faz 9 jogos, ganha 5 e perde 4 (não empata nenhum), faz os mesmos 15 pontos, apesar de ter perdido 4 jogos.
Sinceramente, o primeiro time com 3 vitórias e 6 empates teve um desempenho esportivo muito melhor e conseguiu o mesmo número de pontos.
Perder não é mais tão terrível, se uma vitória vier em seguida.
Pior, em alguns campeonatos, o número de vitórias é o primeiro critério de desempate.
No caso o segundo time estaria na frente do primeiro, tendo 5 vitórias contra 3.
Reafirmamos, sem dúvida, o implemento dos 3 pontos valorizou a busca da vitória, mas desvalorizou muito o empate fora de casa, o que sempre foi um bom resultado entre times do mesmo nível técnico.
Na nossa modesta opinião, o grande problema é a existência de jogos com pontuações diferentes, jogos que ao final valem 3 pontos, enquanto outros valem apenas 2 pontos, isso não faz sentido.
Uma opção para equilibrar as contas seria o fim do empate, o que também não nos parece o ideal, embora alguns esportes utilizem. Ao final do jogo, persistindo o empate, o ponto extra seria disputado através de cobranças de pênaltis. Um para cada lado até definir o vencedor.
Na verdade, temos saudade do tempo que todos os jogos de futebol valiam a mesma coisa.
Juntos Somos Fortes!
