A população do Rio vive o medo nas ruas
O presente artigo da início a uma série na qual procurarei
demonstrar que após seis anos de governo, a “política” de segurança pública do
governo Sérgio Cabral (PMDB) fracassou, apesar do grande apoio recebido por
parte do governo federal, nos dois governos do PT, assim como, do apoio
recebido da quase totalidade dos prefeitos do estado do Rio de Janeiro,
sobretudo por parte de Eduardo Paes (PMDB), prefeito da Capital que gasta milhões
de reais por mês no pagamento das gratificações dos Policiais Militares que
atuam nas Unidades de Polícia Pacificadora, as famosas UPPs.
Tenho plena consciência sobre o quanto é ousado esse meu posicionamento
sobre o fracasso, o quanto serei criticado, tendo em vista que grande parte da
imprensa apregoa que a segurança pública melhorou no Rio de Janeiro, posicionamento
igualmente adotado por parcela dos denominados especialistas no tema. Os
defensores da gestão se prendem às ocupações policiais de comunidades carentes,
o que na verdade foi a ampliação dos Grupamentos de Policiamento em Áreas
Especiais (GPAE) e à diminuição de um ou outro índice criminal, números que são
ótimos para a realização de trabalhos acadêmicos e para publicação na imprensa, mas que não
refletem a verdade das ruas, onde a insegurança da população é total. O cidadão
fluminense se sente inseguro em qualquer lugar e em qualquer hora, eis a realidade
que vivenciamos.
Sei que serei criticado e, como de costume, citado como um
opositor ao governo, alguém que tem interesse político em falar mal do
governador e do seu secretário de segurança. Sim, sou crítico ácido de ambos,
mas isso não significa que estou agindo politicamente, apenas demonstra que tenho
a capacidade de formular as minhas ideias, baseadas na minha experiência
pessoal e nos fatos que chegam ao meu conhecimento, fatos esses que quase nunca
são difundidos pelos principais meio de comunicação. Sou politicamente
incorreto, não faço eco para erros, procuro ser técnico.
Aos detratores lembro que foram nas linhas desse espaço
democrático que a partir de 2009 começamos a apresentar as contra-indicações
das UPPs, defeitos que a mídia omitiu do grande público por anos e que só
recentemente começou a divulgar timidamente. Portanto, antes de criticarem,
melhor ler e avaliar.
Eu me esforçarei para escrever artigos sintéticos o
suficiente para não desestimular a leitura, mas contendo os aspectos mais relevantes
sobre o tema, os que me fazem afirmar que a “política” de segurança pública
fracassou no Rio de Janeiro, os quais você poderá incorporar ou discordar, pois
o meu objetivo primordial é provocar a discussão.
Nessa introdução devo
logo fazer uma confissão no sentido de que
o título do artigo (e dos próximos) é incorreto, foi usando para atrair
leitores, considerando que não podemos dizer que nesses seis anos de
governo, Sérgio
Cabral (PMDB) conseguiu implantar uma política de governo para a área da
segurança pública, como demonstrarei nos artigos que se seguirão. Nem
pensar no estabelecimento de uma política de Estado, o que seria o
correto, não se passou nem perto disso. Se você quiser
começar a entender sobre a inexistência de uma política de governo,
busque no
google: “programa de governo Sérgio Cabral 2006”. O primeiro item que
aparece é “Programa de Governo”, um arquivo em pdf. Baixe e leia a parte
sobre
a segurança pública. Compare com a realidade desses seis últimos anos e
comece
a entender por que não existe uma política de governo. Não existe nem um
norte. Se você preferir um texto menor, leia a entrevista que o
governador concedeu ao jornal O Globo (2006), na qual ele tratou também
da segurança pública (Leia).
Por derradeiro, como manda a boa técnica, esclareço que não escreverei
apenas sobre o que considero errado, destacarei os acertos, pois eles existem e
citarei as dificuldades que o governador enfrentou nessa área sensível,
obstáculos que começaram logo após a sua eleição em 2006 com a nomeação do
secretário de segurança, um dos temas do nosso próximo artigo.
Juntos Somos Fortes!