Eu sou um crítico ácido do governo Sérgio Cabral (PMDB), sobretudo na área da segurança pública, mas nunca deixei de reconhecer que o atual governo não é o único responsável pela grave situação experimentada pela Polícia Militar, considerando que a maioria dos problemas se iniciaram em governos anteriores. As minhas críticas são direcionadas a não solução dos problemas já existentes e à criação de novas e graves mazelas pelo governo em exercício.
Feita a ressalva, passo a tratar de alguns problemas que estão se agravando a cada dia na bicentenária PMERJ, tendo o salário como fato gerador.
Nós, Policiais Militares, Oficiais e Praças, adquirimos um hábito devastador com relação ao futuro institucional. Nós aceitamos trocar salários justos e dignos por outros benefícios, por assim dizer.
Primeiro, trocamos salários justos por melhorias nas escalas.
O governo ao invés de conceder salários adequados, aumentou o intervalo entre os serviços, permitindo assim que os Policiais Militares pudessem ter mais tempo para trabalhar no "bico". Trocamos salários justos para podermos trabalhar mais no "bico", isso para dar dignidade aos nossos familiares. Um erro. A luta deveria ser por salários dignos, isso sem desistir de melhorar as escalas, mas para podermos usufruir das folgas.
A segunda troca foi a de salários justos por promoções.
Novamente, o governo não concedeu salários justos, mas criou um plano de carreira baseado em promoções unicamente por tempo de serviço. Novo erro. É fato que a promoção acaba significando um pequeno aumento de vencimentos, mas nem de longe o acréscimo é significativo. Na verdade, o plano de carreira desqualificou e segue desqualificando cada dia mais a tropa da PMERJ, pois continua a pleno vapor e não representou o aumento desejado de salário. Tal desqualificação está sendo agravada com a formação aos milhares de novos Soldados, para atender interesse governamental.
A troca mais recente é a de salários dignos por gratificações.
Mais uma vez, o governo usou uma tática para não conceder salários justos para ativos e inativos, ele passou a gratificar grupos de ativos, variando as gratificações em função da atividade desenvolvida pelo grupo. Aos inativos restaram apenas pequenos reajustes, criando um abismo entre os vencimentos dos ativos e inativos, pondo fim à paridade. Isso sem falar nas discrepâncias que cria entre os próprios ativos, considerando que dependendo da Organização Policial Militar onde servem, um Soldado PM pode receber mais que um Terceiro Sargento PM. Nós erramos novamente, ao aceitarmos tal situação.
A conjunção desses problemas resulta uma verdadeira catástrofe institucional: Efetivo agigantado, desqualificado e desvalorizado.
A gravidade é geometricamente aumentada em face da completa subserviência da corporação ao poder político, que não encontra qualquer resistência para impor as suas vontades, por mais que elas sejam prejudiciais à Polícia Militar.
Diante desse quadro, o futuro da PMERJ não é promissor, muito pelo contrário.
A venda do Quartel General poderá ser um marco: o início do fim.
Juntos Somos Fortes!
Não vejo maneira para revertermos o que se transformou a PMERJ: um local onde cada um, oficiais e praças, cuida apenas da vantagem que terá individualmente. Seja comandando unidade, companhia, estando à disposição de outros órgãos, seja trabalhando onde a escala é melhorzinha e permite o bico ou ações escusas, o PM do Rio, no geral, é apenas um mercenário correndo atrás de alianças que forneçam vantagens individuais. Os citados são tão carentes de tudo que disputam uma vaguinha para trabalhar na folga em um projeto Estado e Município onde o bico foi institucionalizado (quando deveriam esvaziar o projeto para forçar a dignidade a que têm direito)... Falta moral e exemplos a esta tropa. E tudo isto se deve a subserviência instalada a partir da década de 1980. Hoje, não temos mais a cultura do policial gato contra o bandido rato (ou de qualquer espécie), mas sim a cultura do policial bem relacionado no meio político ou no meio criminoso; entretanto, em ambas as relações, a honra, a moral e o amor pela profissão policial são coisas de bobos sem o devido valor (o que vale é o abrigo, a gratificação ou a proprina). Verdadeiramente, não há solução a curto prazo. Será necessário, primeiro, resetar os valores invertidos que foram perfeitamente inseridos e mascarados em muitos de nós ao longos dos últimos 30 anos... Mas como conseguir isto se os Aspirantes e Recrutas admiram, cultuam e difundem o comportamento subserviente(às vezes criminoso)dos seus veteranos e mais antigos (sinônimo de cargos, gratificações ou valores ilícitos). Afinal, é sabido: só terão oportunidades os que estiverem ajoelhados e servindo aos caçadores de votos ou partirem para o outro lado... Mesmo que tenham de ir contra a Instituição.
ResponderExcluirCoronel Paúl, pena que outros Coronéis Honrados da nossa PMERJ estejam omissos e permitindo a destruição da briosa para não saírem chamuscados do conforto em que estão. Grande exemplo é este equivocado plano de carreira - que contempla a todos - até os que não desejam ascender profissionalmente - em detrimento do conhecimento técnico e específico para cada graduação e da própria hierarquia... o verdadeiro cala boca pela defasagem salarial sendo visto e propagado como correções das distorções.
Sgt Foxtrot, ansioso para integrar a Reserva Remunerada (já que doou a juventude a uma causa perdida... uma PMERJ melhor) e esquecer ter sido ingênuo ao ombrear por 30 anos com uma maioria de mercenários traidores da instituição.
Policial Militar do RJ recebe uma quantia insuficiente
ResponderExcluirDe acordo com a CF/88 e o DIEESE, um Soldado PM/BM deve ganhar no mínimo em torno de R$ 2.400,00 mensais (valor líquido e sem gratificações temporárias).
O Salário Mínimo Necessário divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (http://www.dieese.org.br), capaz de atender às necessidades vitais básicas (moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social), de acordo com o artigo 7º, inciso IV, da Carta Magna de 1988, em janeiro de 2012 correspondeu a R$ 2.398,82 (dois mil, trezentos e noventa e oito reais e oitenta e dois centavos). O piso salarial deve ser reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo dos Militares Estaduais do Brasil.
http://www.dieese.org.br/rel/rac/salminMenu09-05.xml
FAÇA UM VIDEO CASEIRO FALANDO DA CIDINHA CAMPOS E COLOQUE NO YOU TUBE. JUNTOS SOMOS FORTES!!!
ResponderExcluirFoi um enorme prazer reencontrá-lo hoje no saguão enquanto esperava por seus documentos e relembrar momentos no CFS em 1990.. pude perceber que o viço, a energia e o altruísmo ainda estão em sua vida.
ResponderExcluirRespeitosamente, minha continência.
Excallibur.
SERÁ QUE TAMBEM TEREMOS CH QOA A DISTANCIA.
ResponderExcluirJA TEMOS CFC, CFS, E CAS A DISTANCIA OU ONLINE , SERÁ QUE TAMBEM E POSSIVEL FAZER CH QOA A DISTANCIA????
ResponderExcluirAmigo, não é CFC e nem CFS a distância, pois os dois cursos de formação em tela nunca foram e jamais serão realizados a distância! O correto é CEFC e CEFS a distância (cursos de confirmação de jurunas). Após a implantação da Promoção de Praças por Tempo de Serviço, a PMERJ passou a ser nivelada por baixo!
ResponderExcluirTroca de salários justos por promoções - um "erro institucional"
ResponderExcluirO governo não concedeu salários justos, mas criou um plano de carreira baseado em promoções unicamente por tempo de serviço. É um erro grave! É fato que a promoção acaba significando um pequeno aumento de vencimentos, mas nem de longe significativo. Na verdade, o plano de carreira desqualificou e desqualifica cada dia mais a tropa da PMERJ, pois continua a pleno vapor e não representou o aumento desejado de salário. Tal desqualificação está sendo agravada com a formação aos milhares de novos Soldados, para atender interesse governamental. O Soldado PM chegará a Sargento PM sem concurso interno e sem a qualificação que o graduado precisa ter para desempenhar as funções inerentes ao cargo. A conjunção desses problemas resulta uma verdadeira catástrofe institucional: Efetivo agigantado, desqualificado e desvalorizado. A gravidade é geometricamente aumentada em face da completa subserviência da corporação ao poder político, que não encontra qualquer resistência para impor as suas vontades, por mais que elas sejam prejudiciais à Polícia Militar. Diante desse quadro, o futuro da PMERJ não é promissor, muito pelo contrário.
Comento: Policial Militar do Rio de Janeiro recebe uma quantia insuficiente, mas pensa que está bem porque foi promovido, se esquecendo de que as perdas salariais (devido à inflação) foram maiores do que o minúsculo "aumento" salarial concedido somente aos ativos! O PM tem que lembrar que um dia também será um inativo e perderá todas as gratificações temporárias... O QUE VALE É O SOLDO!
Plano de carreira não é erro, errado é ficar estacionado num posto como era antigamente, companheiros todos somos profissionais de fato e concursados. Em todas esferas administrativas no âmbito federal, estadual, municipal até em instituições particulares, tem a progressão de uma carreira, ou seja, na PMERJ todos somos responsáveis pelos atos, tendo vivência e experiência, não vejo como catástrofe e sim como perspectiva de vida e de projeção pessoal e familiar, como os Oficiais tem plano de carreira, sem contestação, os Praças tem o mesmo direito, pois o maior patrimônio da PMERJ, não são os postos e graduações (divisas ou estrelas), e sim o serviço policial militar. Em suma, do soldado ao coronel, temos qualificação e valorização, fazemos basicamente o mesmo sv de defender a sociedade. O sol é para todos, pois irmanados, juntamos forças.
Excluir