Prezados leitores, dois comentários anônimos nos causaram surpresa, talvez pelo longo tempo transcorrido após o governador Sérgio Cabral ter nos transferido compulsoriamente para a inatividade, isso alterando o Estatuto dos Policiais Militares diminuindo o tempo de permanência no serviço ativo, retroagindo a aplicação da nova lei.
Sendo anônimos os comentários devem ser analisados com cautela.
Devemos lembrar que como ocorre em todas as instituições (ou empresas privadas), a Polícia Militar é um sistema de papéis, sendo diferentes as atribuições entre os diferentes níveis hierárquicos, algo que começou a ser modificado quando ainda estávamos na ativa, infelizmente.
Em apertada síntese, considerando os aspectos administrativo e operacional, no contexto histórico que vivenciamos, o Oficial Subalterno (Aspirante, 2o Tenente e 1o Tenente) tinham maior participação na atividade operacional, embora também exercia atividades administrativas. Atuava nas escalas de Oficial de Dia, de Oficial de Operações e de Supervisão. O Oficial Intermediário (Capitão) tinha menor atuação na área operacional, onde atuava como comandante de operações de médio porte e de Supervisor e aumentava a sua carga na área administrativa. Uma tendência que se mantinha com o Oficial Superior (Major, Tenente Coronel e Coronel). O Oficial Superior era empregado no comando de grandes operações e na supervisão.
A atual realidade é outra, não temos dúvida, mas os comentários dão a entender que não existem Oficiais atuando no policiamento ostensivo, algo incompreensível e indesejado.
Aguardamos maiores esclarecimentos sobre o tema.
Eis os dois comentários:
- "Anônimo
23 de fevereiro de 2017 15:12
A missão principal da Polícia Militar é o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública.
Por que que os oficiais fogem do policiamento ostensivo e da manutenção da ordem pública? Uma vez que esta, é missão da Policia militar, e a Polícia Militar é composta de oficiais e praças e não só de praças, para que o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública fique só a cargo dos praças. Por acaso, o serviço burocrático fica só a cargo dos oficiais? Por que que os praças podem trabalhar na burocracia e o oficiais não podem trabalhar no combate ao crime. Não foi para isto que ele foram formados? Ou juraram sacrificar a vida se preciso for, à toa?
Os oficiais são comandantes dos praças que fazem o policiamento ostensivo, só na teoria, porque na prática os praçam trabalham sem comando, por opção dos oficiais e não porque a missão de policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública não diz respeito as suas atividades, faz sim, é missão da Polícia Militar, não diz que é missão dos praças da Polícia Militar, principalmente se levarmos em consideração que a atividade de combate ao crime é a que exige maior responsabilidade, pois são patrimônios e vidas em risco, e não papéis e ordens, para que os oficiais dê menos atenção e prioridade, não faz sentido os cargos exercidos pelos oficiais priorizem a burocracia e não a ordem pública. Estou convicto de que os oficiais são formados para assumires maiores responsabilidades, que as dos praças.
Portanto fica a pergunta: qual das duas missões é a principal – proteger vidas e patrimônios ou manter o serviço burocrático em ordem?"
- "Anônimo
23 de fevereiro de 2017 22:02
Sempre me fiz a pergunta que você fez. Por que os oficiais, mestres do ofício, as cabeças pensantes não cumprem a missão constitucional da polícia militar? É muito fácil exigir que outrem faça aquilo que você mesmo não tem coragem de fazer. Senhores, vamos espalhar essa ideia pelas redes sociais e blogs:uma campanha para que os oficiais exerçam a atividade fim da PM. Onde já se viu tropa sem comando de oficial? Acho que é justamente isso que está faltando na PM, oficiais conhecerem a atividade policial militar no teatro de operações. Vamos lá! Sabemos que qualquer oficial terá desempenho acima da melhor média de um praça.
Está aberta a campanha QUEREMOS OFICIAIS PM NO POLICIAMENTO OSTENSIVO.
#vempraruafazercumpriralei "
Juntos Somos Fortes!