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Lembro os clássicos no antigo Maracanã lotado com mais de 100 mil torcedores mal acomodados nas suas arquibancadas de cimento, nas suas cadeiras de ferro e, no espaço mais democrático, nas sua geral onde os espectadores ficavam em pé.
As arquibancadas eram nosso lugar escolhido.
Não foram raras as vezes que tivemos que evitar levantar, isso para não perder o lugar, sendo a exceção a vibração a cada gol.
Íamos em três: meu avô, meu pai e eu.
Três tricolores de coração.
Tal rotina agradável se repetia toda semana até o falecimento do meu avô, que chegou a ir conosco ao Maracanã praticamente só enxergando vultos. Ele levava o seu rádio de pilha e ficava ao nosso lado ouvindo as transmissões.
Optamos na época por não vestirmos as camisas do clube e não também não levarmos bandeiras, a violência já se fazia presente, sempre foi melhor prevenir do que remediar.
Morávamos longe do Maracanã, isso justificava nossa prevenção.
Sim, a violência entre torcedores não é coisa nova, tanto que cada torcida entrava por uma rampa do estádio, mas saíam pela mesma rampa após cada jogo.
Hoje grupos violentos integram todas as torcidas dos grandes clubes do Brasil, grupos que se enfrentam fora e dentro dos estádios, em verdadeiras batalhas, sendo que muitas mortes aconteceram nesses confrontos.
A violência se instalou de tal forma que grupos diferentes da mesma torcida, brigam entre si, talvez em busca da hegemonia na prática desses crimes.
Como escrevi anteriormente, tal violência não é uma exclusividade brasileira, assistimos ela em diversos países, isso é fato, mas no Brasil a situação está completamente fora de controle.
As autoridades até tentam evitar esse flagelo que afasta o futebol da qualificação de esporte, mas não conseguem obter sucesso.
Se determinam que apenas a torcida de um clube possa entrar no estádio, as brigas ocorrem no entorno ou no caminho, não conseguem evitar as brigas.
Apedrejar ônibus do clube adversário, por exemplo, virou rotina.
Isso sem falar nos encontros marcados através da internet para confrontos em locais combinados, o que beira o surreal.
Até os jogadores ficaram mais violentos...
Se vivos fossem meu avô e meu pai, nós três só iríamos para os estádios em um veículo blindado e com armadura, mas isso dificultaria muito comemorarmos os gols do nosso amado Fluminense.
Não tenho dúvida, optaríamos por assistir através da televisão, postura que penso que milhões (ou milhares) de torcedores de cada time de futebol já estão adotando.
Juntos Somos Fortes!
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