Ontem, o jornal O Globo publicou o editorial (Ônus da Prova) que transcrevi nesse espaço (link), tratando da necessidade do governo estadual provar as despesas feitas nas viagens para a Europa.
Hoje, o Globo publica mais um editorial, que alguns podem considerar uma mudança de rumo (página 3):
"OPINIÃO.
AVANÇO DE SINAL.
As
cenas em que o governador Sérgio Cabral compartilha a noite europeia
com o empresário Fernando Cavendish, da Delta, por enquanto não passam
de provas da proximidade entre os dois.
Para
que esse relacionamento pessoal entre na pauta da CPI do Cachoeira é
necessária alguma prova ou evidência de que a amizade gerou prejuízo ao
contribuinte, à sociedade.
Só assim o assunto passará a ser de interesse público".
A confrontação entre os dois editoriais pode levar a conclusão que O Globo colocou o pé no freio, opinião que não compartilho, pois penso que os editoriais se completam. No primeiro O Globo deixa claro que cabe ao governo o ônus da prova, a apresentação de todos os comrprovantes de todas as despesas, isso de todas as viagens publicadas no blog do deputado federal Garotinho. No editorial transcrito nesse artigo, O Globo trata de forma implícita da necessidade imperiosa da instauração de uma investigação, que na opinião do jornal deve anteceder a inclusão do caso na CPI do Cachoeira. Investigação que deve buscar as provas sobre o pagamento de cada despesa. As que foram pagas pelos cofres públicos (verificando a legalidade dos pagamentos) e as que foram pagas pessoalmente pelos envolvidos, verificando se algum dos empresários pagou as despesas do governador, dos secretários e dos seus familiares.
Eis o cerne da questão: a comprovação das despesas.
O Globo de hoje coloca mais um ingrediente nessa fritura (página 9 - Um Investidor em Paris), quando trata da participação nos fatos de outro integrante das viagens, o empresário Georges Saldala, um dos que colocaram o guardanapo na cabeça.
"Sadala disse que esteve em Paris (2009), com outros 150 empresários, convidado pelo governo do Rio, para dois eventos oficiais: a cerimônia de entrega da medalha de honra da Legião D'Honneur , concedida pelo Senado francês ao governador, e o lançamento do Guia Michelin Rio de Janeiro".
O sentido da palavra convidado deve ser esclarecido lato sensu.
Será que os cofres públicos pagaram as despesas de viagem de 150 empresários, para eventos de tão pouca relevância para o povo fluminense?
Penso que não.
Quero acreditar que não.
Apesar da minha boa vontade, só existe uma forma de me convencer: apresentando todos os comprovantes de todas despesas.
Enquanto o governo Sérgio Cabral (PMDB) não apresentá-los, eu quero que seja instaurada uma investigação sobre o fato, pois robustos indícios não faltam. Se a investigação vai ser feita por meio de um inquérito policial, um inquérito civil público, na CPMI do Cachoeira ou em uma CPI instaurada na ALERJ, pouco importa.
Investigar é imprescindível.
Juntos Somos Fortes!
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