JORNALISMO INVESTIGATIVO

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domingo, 18 de fevereiro de 2018

INTERVENÇÃO FEDERAL NA SEGURANÇA PÚBLICA - COMENTÁRIO DO CORONEL PM REF HERRERA

Bangu 1

Transcrevo comentário recebido: 

"Nelson HERRERA Ribeiro, Cel PM Ref, advogado e professor
17 de fevereiro de 2018 15:52
Prezado "Sgt Foxtrot", sempre admirei suas críticas e seu louvável comprometimento com a nossa Polícia Militar. Compreendo também seu anonimato, pois já presenciei muitas injustiças e covardias do "sistema". Por isso, não escrevo para censurar, nem tenho autoridade para tanto nem a intenção. Peço apenas que me considere como mais velho, como um pai que busca orientar seu dileto filho, pois, afinal, agora completo 53 anos de praça e 74 de idade. Sou "mais antigo". Então suporte, por favor, meus comentários. 
De início, discordo com sua autodeclaração de que "sou um semianalfabeto". Mesmo que você não seja "doutor", o experimento de vida obtido na dureza do serviço policial militar, aliado ao bom caráter que demonstra, já tornam você "sociólogo prático". Daí a consciência de seus sadios comentários. Vou apenas atrever-me a retocá-los, para afirmar: 
(1) Corregedoria e Polícia Judiciária Militar são órgãos de suma importância em toda organização policial militar no Brasil ou no mundo. Quanto mais oficiais e praças que as compõem possuam formação jurídica tanto melhor desempenharão suas atividades. Não há como negar. O objetivo não seria "para se igualarem, vagarosamente, aos delegados de polícia". Sabidamente, as funções da Polícia Civil e da Polícia Militar são absolutamente distintas. 
(2) Aduzo às suas indagações finais outras perguntas. Quem fez críticas, quem se opôs ao nefasto "Projeto UPP", cuja implementação era evidente "tragédia anunciada" para a PM? O tempo demonstrou que era apenas uma plataforma eleitoreira. 
Quem se levantou, publicamente, em defesa dos nossos heróis jogados em "Bangu 1", em plena violação constitucional, em desacato ao nosso Estatuto? Até nossos órgãos de classe silenciaram, apesar de serem agremiações de natureza civil, portanto livres do pesado tacão draconiano dos regulamentos militares. Só conheço os brados do Cel PAÚL neste blog. Até escreveu livro sobre o grave problema da UPP, cujo título já o define: "UPP - Uma  farsa eleitoral". Escreveu outro sobre o autoritarismo do corrupto governo Cabral: "A ditadura de terno e gravata - A luta de Bombeiros e de Policiais Militares". 
Finalmente, concordo que "ainda vai piorar muito até que ocorra a nossa conscientização". Mas já ensinou Confúcio: "A caminhada dos mil passos começa com o primeiro". Então, primeiro, vamos conquistar uma tribuna democrática, com a imprescindível imunidade parlamentar, para que, através dela (e você, por certo, seria um dos eméritos colaboradores), se tornem públicas e notórias as críticas consensuais da nossa tropa, colaborando com o engrandecimento da nossa bicentenária Polícia Militar. Essa a caminhada. Não posso encerrar, contudo, sem declarar meu respeito e admiração por você, "Sgt Foxtrot", incentivando-o a futuros comentários, que terei o prazer de ler. 
PARABÉNS!" 

2 comentários:

  1. Meu ilustre e digno Coronel Herrera, sempre ouvirei suas sugestões, orientações, críticas, elogios ou comandamentos, pois o considero uma das referências em minha vida profissional.

    Apesar de pertencermos a gerações diferentes que serviram ao Estado, a História PM me concedeu a honra e o privilégio de conhecê-lo (e um pouco de sua trajetória em defesa da PM e dos PMs), e a muitos outros oficiais e praças honrados que envergaram a nossa farda.

    Às vezes, no calor da indignação, as minhas palavras acabam potencializadas por mim mesmo durante as críticas, mas, com absoluta certeza, sempre amei nossa briosa, desejei, lutei e atuei como praça por uma PMERJ melhor, mais profissionalizada e mais respeitada do que aquela que me foi apresentada quando ainda criança pelo meu pai e meu avô paterno - ambos policiais militares -, sendo aquele sargento e este tenente-coronel. Hoje, não tenho dúvidas de que nossos ancestrais da PMERJ a tratavam com muito mais amor e respeito do que meus contemporâneos, mas ainda assim constato a existência de muitos que não a maculam, mesmo entre tantos que não são bons referenciais unidades afora.

    Saudações, e obrigado por todas as colocações!

    Perdoe-me por eventuais excessos e/ou omissões naquela minha crítica apontada em seu belo texto.

    Sgt Foxtrot

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    1. Nelson HERRERA Ribeiro, Cel PM Ref19 de fevereiro de 2018 às 15:35

      Prezado "Sgt Foxtrot", agradeço suas palavras elogiosas a mim, com certa emoção até. Permita-se alongar minha conversa, para contar duas histórias a você.

      Primeiro, informo que sou oriundo do Colégio Militar e tenho 2 irmãos coronéis do Exército: um já falecido e outro reformado. Eu poderia ingressar na AMAN diretamente, mas preferi vir para a então PM da Guanabara, por influência de velho tio, Cabo reformado da antiga PMDF. Sempre achei a Polícia Militar com a mais importante missão social de todas as instituições. Se alguém contestar que é o Magistério, respondo que assim deveria ser, porém indago se o professor (ou qualquer outro profissional) poderia exercer seu labor, se não tiver a garantia da ordem pública. Somos uma reserva de verdadeiros heróis, ainda que não reconhecida e sempre desmoralizada perante a opinião pública. Mas isso seria tema para aprofundados estudos.

      Uma vez um Sargento, que servia sob minha chefia de uma das Seções do EM, com visível ressentimento, por ele ter sido censurado pelo Subchefe do EM por estar cursando Direito, qual era a minha opinião acerca disso, e eu respondi claramente:"Prefiro comandar uma tropa constituída de doutores a uma tropa com baixa escolaridade". Ele sentiu-se recompensado, mas não digeriu a humilhação gratuita, e, tão logo pôde, deixou a PM, para ser Auditor da Receita Federal. Foi um dos homens íntegros que conheci na ativa.

      Digo isso para alertar que somente nosso respeito mútuo, somente o amor corporativo, somente a decência dos comandantes de qualquer nível, tudo isso aliado a outros fatores administrativos é que poderão reverter esse quadro caótico a que foi relegada nossa tropa. Não é fácil, até compreendo. Mas tenho a certeza de que, se Deus permitir darmos "o primeiro da nossa caminhada dos mil passos", muito faremos pela PM os oficiais íntegros com o apoio de outros praças dignos como você -- nós, os verdadeiros policiais militares.

      Atrevo-me a corrigir outra vez sua palavras: são imerecidas e supervalorizadas a meu respeito. Quando um chefe age em favor de sua Instituição nada mais faz que cumprir sua obrigação. Talvez eu me tenha destacado apenas diante da simples desídia e omissão de outros comandantes. De toda forma, MUITO OBRIGADO! Guardarei no coração suas gratificantes palavras.

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