Prezados leitores, a cada fase da extraordinária Operação Lava Jato, os responsáveis pelas investigações e operações convocam entrevistas coletivas onde explicam com detalhes o que foi investigado, as provas encontradas e os resultados das operações.
Os responsáveis respondem inclusive várias perguntas feitas pelos jornalistas em todas as entrevistas.
Isso é transparência, um valor que nenhuma instituição pública ou privada pode prescindir no conjunto dos seus valores basilares.
A frequente demonstração de transparência trouxe uma inquestionável credibilidade para as investigações.
A Operação Lava Jato se constitui em orgulho nacional e está mudando o Brasil para melhor.
Caminho inverso foi adotado pelo Ministério Público de São Paulo com relação às investigações sobre o que denominamos "o escândalo do Brasileirão 2013".
Vale reconhecer que a transparência se fez presente, mas apenas no início das investigações.
Vamos voltar no tempo para que todos os leitores, conhecedores ou não dos fatos, possam entender a nossa indicação de falta de transparência.
Ao tomar conhecimento que a Portuguesa perderia quatro pontos no Campeonato Brasileiro de Futebol de 2013, o que provocaria o seu rebaixamento para a série B no lugar do Flamengo, clube também punido com a perda de quatro pontos, o ilustríssimo promotor de justiça Roberto Senise Lisboa instaurou um Inquérito Civil Público (ICP), baseado no Estatuto do Torcedor, no intuito de que fossem restituídos os pontos à Portuguesa.
A imprensa deu grande publicidade ao fato e com frequência entrevistou o promotor.
Em dado momento o promotor declarou que estava encaminhando os autos do ICP para o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo, em razão de ter encontrado indícios da prática de crimes por parte de funcionários da Portuguesa, os quais teriam recebido vantagem para que o jogador Héverton fosse escalado de forma irregular.
Tudo fartamente divulgado pela imprensa.
A transparência acabou aqui.
Os promotores do GAECO não comentaram as investigações e a imprensa foi colocando o assunto no fundo das gavetas das redações.
Nós e outros torcedores passamos a trocar e-mails com o GAECO para obtermos informações e as respostas foram sempre no sentido que as investigações estavam em andamento.
Sem alarde, as investigações foram concluídas e encaminhadas para arquivamento no DIPO.
Não foi convocada uma entrevista coletiva para explicar o que tinha sido apurado, quem tinha sido ouvido, quais indícios foram confirmados ou não e o motivo do arquivamento.
Assim os autos foram discretamente colocados em uma prateleira do Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia (DIPO) e a transparência foi ferida de morte.
Como nos comprometemos a não desistir, encaminhamos duas correspondências registradas para o DIPO solicitando esclarecimentos de como obter cópia das investigações ou pelo menos como ter vistas aos autos.
O tempo passou, passou e passou.
Não obtivemos nenhuma resposta.
O silêncio se mantém e a transparência ganhando a cada dia mais opacidade.
Lamentamos que os ilustríssimos promotores do GAECO de São Paulo não tenham se inspirado nos ilustríssimos Procuradores e Delegados da Lava Jato, mas isso não nos fará desistir.
Em consequência do exposto:
1) Solicitamos aos Presidentes do Flamengo, Fluminense e Portuguesa, clubes que foram envolvidos nos acontecimentos, que através dos seus departamentos jurídicos cobrem cópias das investigações e convoquem uma entrevista coletiva para restabelecer a transparência, revelando o que foi investigado.
2) Como não acreditamos que os presidentes dos clubes se movam, solicitamos aos advogados que amam o futebol e que residam em São Paulo que desenvolvam as medidas necessárias para a obtenção das cópias e, em seguida, divulgarem os resultados publicamente para dar a transparência que o caso exige.
Nós temos todos os dados necessários para ser feita a solicitação, as quais poderão ser obtidas encaminhando e-mail para pauloricardopaul@gmail.com
3) Se nenhum advogado proceder conforme solicitado, nós teremos que gastar dinheiro para viajar até São Paulo e para constituirmos um advogado para garantir os nossos direitos de cidadãos, de torcedores e de consumidores.
Por derradeiro, ratificamos que não desistiremos e que se for indispensável procederemos como contido no item 3, o que não fizemos até a presente data por motivos de saúde, os quais deverão estar equacionados até o final desse mês, após a recuperação de uma nova cirurgia a que seremos submetidos.
Juntos Somos Fortes!
Relamente é lamentável todo esse silêncio para o caso. Gostaria muito, até para o bem e a moralização do futebol, que o desfecho fosse aquele que todos nós aguardamos. Estou à disposição para qualquer ajuda.
ResponderExcluirA Honra do Fluminense foi arranhada, o Flu não pode ser calar apenas por corporativismo. Pelo menos acredito que seja.
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