JORNALISMO INVESTIGATIVO

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sábado, 26 de maio de 2012

A CPI E O RISCO DA PANTONIMA AUTORITÁRIA DA BASE ALIADA - REINALDO AZEVEDO


REVISTA VEJA:
Blog do Reinandlo de Azevedo.
26/05/2012
A CPI e o risco da pantonima autoritária da base aliada. Se for o caso, oposição tem que deixar comissão e denunciar o jogo fraudulento.
É grande o risco de a CPI do Cachoeira degenerar — ou voltar às suas origens no que concerne às intenções — numa pantomima autoritária. PT e PMDB se articulam para convocar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), deixando de fora os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). A justificativa vigarista, pilantra, para pegar trouxas mesmo, é que Cabral nem mesmo é citado nas gravações e que os indícios contra Agnelo seriam menos graves do que os contra Perillo. Esse é só o argumento da força contra a força do argumento; é a desculpa da maioria para intimidar a minoria.
Que fique claro: dado o que circula até agora, acho, sim, que Perillo tem de ser convocado. Mas livrar a cara de Agnelo e Cabral é um acinte, que desmoraliza a comissão. Do mesmo modo, a articulação de peemedebistas e petistas contra a quebra de sigilo da Delta nacional é uma ofensa à inteligência dos brasileiros. Reportagens do jornal O Globo já demonstraram que a empresa tem um verdadeiro laranjal no Rio e em São Paulo. O deputado Odair Cunha (PT-MG) já havia afirmado que a quebra seria inevitável, mas, diante das pressões, recuou. O relator emitiu outro péssimo sinal quando, no não depoimento de Wladimir Garcez, formulou 19 perguntas tentando implicar o governador tucano e apenas uma sobre o governador petista. Uma desnecessidade! A maioria governista na CPI já é acachapante. O relator até pode se dar ao luxo da isenção. Mas ele preferiu, nesse caso, ser um petsita típico: “Estou aqui para pegar adversários, não para o bem do país”.
Picaretagem
HÁ UMA PICARETAGEM ESSENCIAL NESSAS DESCULPAS QUE AINDA NÃO FOI DEVIDAMENTE EXPLICITADA. A CPI não está ali apenas para ler relatórios da Polícia Federal e ouvir grampos, ora essa! Que sentido faria investigar só o que já foi investigado? Uma comissão DE INQUÉRITO pode e deve, como diz o nome, avançar. Ou não tem razão de ser. Qualquer pessoa razoavelmente informada sobre o assunto já percebeu que Carlinhos Cachoeira é só um braço, uma parcela, de um corpo bem maior chamado “Delta”. E, minhas caras, meus caros, ninguém neste Brasil é tão íntimo de Fernando Cavendish, como as fotos deixaram pateticamente claro, quanto Cabral.
Não houvesse entre os dois amigos contratos que ultrapassam R$ 1 bilhão, boa parte sem licitação, ninguém estaria tentando xeretar relações privadas. E, é evidente, a venda da empresa a toque de caixa a um grupo que recebeu uma fabulosa injeção de dinheiro do BNDES é um escândalo em si. Cumpre agora só apurar a sua extensão e conhecer detalhes.
Quanto a Agnelo, dizer o quê? Um de seus braços direitos caiu logo na segunda semana do escândalo. O esforço para fazer do petista apenas uma pobre vítima de chantagistas perversos é história da carochinha. Não obstante, os petistas decidiram blindar Agnelo, os peemedebistas decidiram proteger Cabral, e ambos decidiram preservar a Delta. Juntos, formam a maioria da CPI. A rigor podem convocar e livrar a cara de quem bem entenderem.
Comissões de inquérito no Poder Legislativo, em todo o mundo democrático, são um instrumento a mais de que dispõe a minoria para vigiar e conter o governo — e o governismo. CPI da maioria contra a minoria está mais para regimes autoritários. Caso petistas e peemedebistas se juntem para proteger a Delta e seus respectivos governadores, resolvendo convocar apenas Perillo, não restará às oposições outra saída que não melar o jogo. Têm, a meu ver, de abandonar a CPI, denunciar a manipulação e acusar o ato político fraudulento. O deputado Odair Cunha reflita com cuidado. A única personagem politicamente inimputável do Brasil é Lula. Nenhum outro petista tem a mesma licença.
A sessão administrativa em que essas coisas serão decididas ocorrerá na terça. Vai dizer se essa CPI tem salvação ou se vai se perder na politicagem mais rasteira. Qualquer decisão que não passe pela convocação dos três governadores e pela quebra do sigilo nacional da Delta merece ser qualificada de vigarista e de tentativa das forças do governismo de usar uma comissão de inquérito, que é uma prerrogativa do Poder Legislativo, para fazer a política partidária da pior espécie. Que façam, mas sob o signo da ilegitimidade, sem que a oposição seja cúmplice da pantomima.
Por Reinaldo Azevedo.
Comento:
Concordo, a CPI deve considerar não apenas o que foi investigado, deve investigar.
Caso os três governadores sejam blindados pela união do PT com o PMDB, a oposição deve abandonar a CPI e denunciar, essa é a melhor opção.
Sérgio Cabral (PMDB) deve ser ouvido.
Agnelo Queiroz (PT) deve ser ouvido.
Marconi Perillo (PSDB) deve ser ouvido.
Sem a oitiva dos três, melhor todo mundo ir para casa.
Se existisse uma bolsa de aposta sobre a convocação ou não dos governadores, eu apostaria na convocação, considerando que se isso não ocorrer, a desmoralização, inclusive do governo federal, será total.
Juntos Somos Fortes!

2 comentários:

  1. Concordo, Coronel.

    A falta de respeito e vergonha desses políticos é assustador. Se a CPI não investigar a fundo todos os envolvidos nesse escândalo e de forma séria e honesta, temos que nos mobilizar ir pra as ruas e pedir para fechar o Congresso Nacional e as Assembléias Legislativas e o povo exigir a prisão todos em penitenciárias de segurança máxima. Para tentar salvar o nosso país. Chega de Roubo!!!!

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  2. Coronel,
    Temos que ir para as ruas. O povo não aguenta mais!!!!! Chega de asistir tudo passivamente. Temos que mostrar que corre sanguie nas nossas veias. Vamos honrar nossa Pátria.Para garantir o futuro dos nossos netos, por que dos nossos filhos já perdemos.

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