A cada Policial Militar que encontro nas ruas eu ouço histórias sobre o caos em que foi transformado o serviço extra remunerado na Polícia Militar (RAS e PROEIS). No tocante ao PROEIS a tônica é a reclamação pela falta de pagamento, enquanto com relação ao RAS as reclamações são maiores, a maioria delas sobre a desorganização na composição das escalas.
Ouvi algumas vezes que PMs saindo de serviço são escalados logo a seguir no extra (RAS), não respeitando o intervalo mínimo entre os serviços, além disso o extra é na área de outro batalhão, quase sempre distante do batalhão de origem e da residência do PM. Alguns alegam que pertencendo a escala 24 x 48 horas têm sido escalados nas duas folgas, algo inteiramente sem sentido.
Outro problema grave é o fato dos PMs terem que se deslocar entre os batalhões carregando o seu fardamento em bolsas (mochilas), alguns utilizando transportes públicos, o que é um risco muito grande, todos conhecem tal verdade.
Hoje recebi um email dando conta que diante de tantos problemas, o RAS está sendo apelidado de RASteira.
Faz sentido.
Juntos Somos Fortes!
É apelidado de RASteira porque o que seria benefício e recompensa por horas extras trabalhadas (como ocorre com qualquer trabalhador) se tornou a solução de uma política de segurança farsante e ineficiente em detrimento da saúde do profissional. É uma verdadeira rasteira porque nos atraíram com a promessa de remuneração pela carga horária que já é excessiva, bastando ser voluntário para trabalhar (como bico) nos dias que puder.
ResponderExcluirQuero ter vida social para me sentir parte da sociedade, e não ser uma espécie de animal excluída pela incompatibilidade... Dinheiro? Só quero o justo pelo meu trabalho como funcionário (tudo por mais dinheiro?).
Dou o meu melhor nas horas regulamentares e não sou obrigado a vender o que me pertence: minha folga, momento de recompor a mente e o corpo, momento de permitir que os meus filhos tenham a minha presença.
Não venderei.
Quem quiser que venda a sua e aguarde para ver como o tempo e a vida lhe cobrarão o preço...
Ser PM no Estado do Rio não é fácil. Aqui um policial recebe como remuneração o pior salário pago a um profissional da categoria em todo território nacional. Isso no segundo estado mais rico da Federação. Um grande contraste, né. Mas é real e muito triste a situação por aqui.
ResponderExcluirAgora esse governo criou o PROEIS, que seria o bico oficializado. Uma maneira mais fácil de maquiar a baixa remuneração dos policiais do estado. Esse programa daria a chance para alguns PPMM trabalharem em suas folgas em algumas instituições conveniadas com o estado. Com isso a chance de se engordar um pouco os baixos rendimentos daqueles profissionais. O PROEIS era voluntário, se inscrevia quem quisesse. Agora não é mais, o governo criou o RAS, vulgo "RASteira", como vem sendo chamado por muitos. Todos os Policiais do estado foram a se inscrever nesse programa, com isso podem ser escalados, contra a sua vontade em serviços extras. O estado tem a desculpa que paga, agora, pela folga do policial. Assim podendo escala-lo a qualquer momento.
Já se trabalha em escalas desumanas nesse estado do rio, cada policial já teria direito a receber hora extra somente pelas horas que tira no serviço. Mas não recebe um centavo por elas. Exemplo, um policial que trabalha na escala 24/48, trabalha em média dez serviços de 24 horas no mês. Multipliquem 24 horas por 10 dias de serviço. Daria como resultado 240 horas de trabalho em um mês. Dividam 240 por 30 dias que tem um mês. Isso daria a carga horaria de 8 horas de trabalho de segunda a segunda, sem direito a um dia de folga, se fosse computado como expediente. Já não é hora extra suficiente.
Muitos policiais não querem abrir mão de suas folgas. O que o estado faz é ilegal. Uma tropa cansada e estressada não prestará um bom serviço a população. Não é enchendo as ruas com policiais de folga que se melhora a segurança pública. É, sim, com melhores salários, melhores condições de trabalho, folgas respeitadas, melhor qualificação profissional.
Quer se ver quando um policial errar, por estar cansado e fatigado e estressado, porque esta trabalhando demais. Por não ter sua folga respeitada. Ter seu convívio familiar usurpado, a final policial também tem família, é humano. Seu momento de paz consigo mesmo execrado.
Quando um erro for cometido e uma vida de outrem for ceifada. Ou a do próprio policial, que errou a o tomar uma decisão errada. Por causa dos motivos já citados, quem sairá em sua defesa. Nestas horas ele, infelizmente, estará sozinho na luta, sua família desamparada. Muitos estarão prontos a condená-lo. Vão alegar que ele é um profissional de segurança pública, infalível, e que se houve um erro da sua parte, este será averiguado e punido com todo rigor. Esquece-se que por trás de uma farda, há um homem, um ser humano que se cansa, se esgota, se fatiga com labuta diária.
Que alguém ouça a voz desses bravos homens, que dão seu sangue, muitas das vezes suas próprias vidas, para dar segurança a um sociedade confusa, cada vez mais desprovida de valores éticos e morais.
Além dessas escalas absurdas,pergunte a qualquer um se recebeu um centavo até agora devido a trabalhar na Riovintfu!
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