JORNALISMO INVESTIGATIVO

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O RAS, A KRYPTONITA, OS PMs E O SUPER HOMEM

O governo tirando a folga do PM


Prezados leitores, eu comecei a semana enfraquecido física e emocionalmente, situação vivenciada por todos nós, seres humanos, várias vezes em nossas vidas, diante dos problemas que são inevitáveis. Nenhum de nós consegue ser uma fortaleza inabalável, cada um tem a sua capacidade de resistir aos infortúnios, uns mais, outros menos. 
O meu estado me transportou no tempo e me fez lembrar do Super Homem. Um herói que frequentou a minha infância nas revistas e na televisão. Naquela época era comum ver crianças com tecidos simulando a capa do herói, correndo com os braços abertos, como se estivessem voando. Sonhando que estavam cruzando os céus e que eram invencíveis.
Ele era quase indestrutível, uqse, pois até o homem de aço tinha um fraqueza: o mineral krytonita, oriundo do seu planeta Krypton.
O Super Homem sobreviveu ao tempo é foi revivido nas telas dos cinemas, ele continua invencível e kryptonita continua sendo um problema.
Saindo do mundo da ficção e entrando na realidade, penso que o governo e a população acreditem que existam Super Homens no mundo real, personificados nos Policiais Militares de todo Brasil.
A população quer que o PM seja invencível, capaz protegê-la em cada situação de risco que a vida apresentar, como se o PM tivesse a força, a velocidade e a invulnerabilidade do herói. Por sua vez, o governo quer que ele resista ao acúmulo de estresse físico e emocional, dia após dia, quando impede que o PM tenha as indispensáveis folgas.
Se o PM é um Super Homem, a falta de folgas é a sua kryptonita. 
No Rio de Janeiro, apesar de incorporar milhares de novos PMs nos últimos anos, o secretário de segurança, Delegado PF Beltrame, acabou aumentando as deficiências dos efetivos dos Batalhões de Polícia Militar, ao direcionar todos os recém formados para as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Hoje temos mais de 8.500 PMs nas UPPs e temos efetivos de batalhões sucateados, o que fez com que o policiamento ostensivo ficasse enfraquecido, facilitando a ação da criminalidade.
Qual a solução encontrada?
Comprar a folga dos Super Homens, digo, Policiais Militares.
Programas conhecidos como PROEIS e RAS passaram a remunerar serviços extras dos Policiais Militares, os quais se ofereciam para tirar o serviço (uma forma de complementar os salários miseráveis) ou eram compulsoriamente escalados.
A primeira vista remunerar serviços extras é bom, considerando que sempre existiram serviços extras não remunerados, algo que ainda acontece, apesar do surgimento do PROEIS e do RAS, o que deveria por um ponto final em extras não remunerados.
Só a primeira vista, considerando que ao sacrificar a folga, voluntaria ou compulsoriamente, o Super Homem fica exposto à kryptonita, ela o enfraquece ao perder o repouso e o lazer indispensáveis para a manutenção da saúde física e emocional. O afasta do convívio com seus familiares, algo irrecuperável.
A repetição serviço, serviço extra e serviço vai cada vez mais debilitando o Policial Militar, o ser humano que o governo e a população pretendem que seja um Super Homem.
O estresse físico e emocional vai desequilibrando o PM, lenta e continuamente, o tornando cada vez mais suscetível ao cometimento de falhas, inclusive quando faz uso de armas de fogo, o que constitui um grave risco para o PM e para a população.
É por isso que temos muitos Super Homens sentados no banco dos réus no Rio de Janeiro.
A falta de folga é a kryptonita dos PMs do Rio de Janeiro.
Juntos Somos Fortes!

Um comentário:

  1. VERGONHA!!! VOU FAZER DE TUDO PARA DERRUBAR ESSA COVARDIA. TO COM NOJO DA PM.

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