Jornal Extra
O governo Sérgio Cabral teve em parte da imprensa o grande aliado para superdimensionar o sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), uma ação que foi realizada da forma mais simples: os pontos positivos do projeto de implantação foram repercutidos ao máximo, enquanto os pontos negativos demoraram anos para surgirem no noticiário.
Após sete anos do governo Cabra-Beltrame a área da segurança pública enfrenta novamente uma grande crise, semelhante a que ocorreu nos dois primeiros anos de governo (2007-2008), quando os organismos internacionais condenaram a tática do "tiro, porrada e bomba", a que ainda é usada até a presente data nas comunidades não ocupadas, nelas nada mudou.
Se o sucesso teve as UPPs como base, inclusive para reeleger o governador, elas agora fazem parte da crise, tendo em vista que os pontos negativos não puderam mais ser mantidos embaixo do tapete.
O governo tem agido como o PM que diante de um problema para execução do serviço, ouve do superior: dá seu jeito!
E, está tentando salvar o projeto, para salvar Pezão.
Para aplacar o descontentamento dos moradores que não residem na Capital, único município com UPPs, por exemplo, o governo tem implantado verdadeiras UPPs, mas com o nome de Companhias Destacadas, assim não pagam a gratificação dos PMs, o que era um impedimento para a implantação de UPPs fora do município, pois é a prefeitura que arca com as gratificações.
A imprensa tem dado a maior força, leiam:
1) O GLOBO
8 de dezembro de 2013
Mais vida nos morros pacificados
Taxa de homicídios em UPPs é quase 1/3 da média nacional
Índice nas favelas pacificadas é de 8,7 mortes por 100 mil habitantes, enquanto a taxa média de assassinatos do país é de 24,3 por 100 mil
Dona Marta, em Botafogo, que recebeu a 1ª Unidade de Polícia Pacificadora, não tem assassinatos há 5 anos
Chances de um assassinato são maiores em Washington e Medellín do que nas comunidades pacificadas (Leia mais)
2) O GLOBO
9 de dezembro de 2013
Negócios em UPPs
Negócios em áreas pacificadas crescem até 30% em 5 anos.
Com o aumento da confiança e do crédito, biroscas dão lugar a restaurantes presentes em guias gastronômicos.
Dos 2.161 pequenos comerciantes que formalizaram suas atividades com a ajuda do Projeto Bacana da prefeitura, 1.761 são donos de estabelecimentos abertos em favelas com UPPs (Leia mais).
A imprensa fazendo o seu papel, destacando aspectos positivos.
Isso nos sugere que o candidato do governo Cabral, o seu vice Pezão, vai seguir o caminho do líder e tentar pegar na única ação do governo que (ainda) possui forte apelo popular, a "pacificação" das comunidades carentes.
Infelizmente, nos dias atuais, a imprensa não pode mais esconder os aspectos negativos e assim fica muito difícil defender a forma como estão sendo implantadas as UPPs, como comprovam as matérias a seguir:
1) O DIA
9 de dezembro de 2013
Policial de UPP é baleado na comunidade Camarista Méier
Unidade de Polícia Pacificadora foi inaugurada na última semana
LUARLINDO ERNESTO
Rio - Um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Camarista Meier, na Zona Norte, foi baleado no peito na madrugada desta segunda-feira durante policiamento na comunidade. Ele foi levado para o Hospital Salgado Filho e encaminhado em seguida para o hospital da PM, no Estácio. De acordo com a corporação, o policial não corre risco de morte (Leia mais).
2) EXTRA
7 de dezembro de 2013.
Quatro feridos em tiroteio na Rocinha; policial foi atingido na manhã deste sábado.
Um policial foi atingido no ombro após novo confronto na comunidade da Rocinha, em São Conrado, Zona Sul do Rio, por volta das 8h deste sábado. Ele foi encaminhado para o Hospital Municipal Miguel Couto e não corre risco de morrer (Leia mais).
3) EXTRA
8 de dezembro de 2013.
Homem leva tiro no rosto em confusão entre PM e moradores da Cidade de Deus.
Um homem levou um tiro no rosto durante confusão entre moradores e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, na manhã deste domingo (Leia mais).
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