JORNALISMO INVESTIGATIVO

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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

UPPs: A ENTREVISTA TARDIA QUE VEIO DO FRIO

 
 
Prezados leitores, aconselhamos a leitura da excelente entrevista concedida pelo Coronel PM Robson Rodrigues ao jornal O Globo sobre as UPPs e outros temas.
Só lamentamos que ela tenha sido concedida quando o Oficial se encontra sem função da DGP ("geladeira"), pois se fosse concedida quando ele comandava todas as UPPs ou quando atuava no Estado Maior Geral, o impacto seria muito maior e as chances de produzir mudanças também.
 
"O GLOBO
‘A secretaria ficou refém do discurso político de ter 40 UPPs’, diz ex-comandante
Coronel Robson Rodrigues, ex-chefe do Estado-Maior Administrativo da PM, conta ao GLOBO como tentou reformular estrutura da corporação para superar mazelas internas
por Alexandre Rodrigues 26/08/2014 6:00 / Atualizado 26/08/2014 17:19
RIO — Criado em Nilópolis, na Baixada Fluminense, o coronel Robson Rodrigues, ex-comandante da Coordenadoria de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e do Estado Maior Administrativo da Polícia Militar do Rio, frustrou o pai duas vezes na juventude. Na primeira, não confirmou o talento para o futebol virando jogador profissional. a segunda foi quando fez de tudo para escapar do serviço militar obrigatório. O pai queria que ele fosse oficial do Exército, mas, em plena ditadura, nos anos 1970, o jovem tinha aversão total ao militarismo. Pouco tempo depois, ironicamente, trocou a faculdade de estatística pela academia da Polícia Militar, atraído pela promessa de uma carreira estável que viu num anúncio de jornal. Acabou “viciado” na profissão, mas, confessa, nunca se sentiu à vontade na condição de militar. Um ano depois de deixar a cúpula da PM em meio à crise provocada pela reação da polícia às manifestações de rua, Rodrigues revela em entrevista ao GLOBO que chegou perto de promover uma reforma profunda na estrutura da PM. Depois de dirigir as UPPs por um ano, entre 2010 e 2011, Rodrigues foi transferido para o Estado Maior para liderar um projeto de unificação da carreira dos policiais militares. Soldados passariam a ter um caminho aos postos de comando por meio de um curso realizado em paralelo com o trabalho, sem a obrigação de passar pelos três anos da academia de oficiais. Era o passo principal do projeto de instaurar o que ele chama de “militarismo mitigado”, uma forma de modernizar a gestão da PM sem abrir mão da hierarquia militar, imposição da Constituição. Para Rodrigues, seria um passo importante para incorporar a meritocracia e os princípios do policiamento de proximidade das UPPs na ação de toda a Polícia Militar. Mas o projeto não resistiu à troca de comando e às resistências corporativas dos oficiais.
As UPPs são o tema mais importante da disputa eleitoral pelo governo do Estado este ano, mas, para o coronel Rodrigues, ainda não é possível dizer se elas são um sucesso ou um fracasso. Ele alerta que, sem mecanismos de avaliação e uma reforma profunda da PM como um todo, as UPPs não passarão de mais uma expectativa política frustrada. E fala isso não apenas como um policial com 30 anos de experiência, mas como pesquisador e antropólogo. Rodrigues foi um dos primeiros (e ainda poucos) policiais militares a fazer o caminho dos quartéis para a academia, justamente onde se encontram alguns dos maiores críticos da atividade policial. Formado em direito pela Uerj, ele fez mestrado em Antropologia na UFF e dá aulas na Universidade Candido Mendes. Enquanto aguarda, “na geladeira”, o início do processo que o levará para a reserva da PM, Rodrigues trabalha como consultor para o Instituto Igarapé, um centro de estudos dedicado à segurança no Rio. Com os cabelos crescidos e roupas informais no lugar da farda, ele participa de um grupo de especialistas de vários estados que elaborou um documento com propostas para a segurança pública que foi entregue a presidenciáveis. “Fui descartado pela minha instituição, mas quero continuar a contribuir para a mudança na gestão da segurança por uma obrigação cívica, não corporativista”, diz (Leiam mais)".
 
Juntos Somos Fortes!

4 comentários:

  1. Está vendo, Coronel Paúl! Entende porque sou tão azedo?
    É por isso que sou considerado um crítico ácido em relação à subserviência reinante na corporação... Conheço o Coronel Robson desde que ele era um jovem Tenente. A vida inteira se dedicou mais ao futebol do que a PM. Certa ocasião, 1995 ou 1996, o "bichão", Cel. Paulo César, o mandou procurar uma unidade que tivesse campo de futebol porque era a única coisa que ele sabia fazer. O tempo passou, o jovem amadureceu, conquistou suas estrelas amarelas, grandes cargos cobiçados no organograma. Estudou bastante, fez mestrado em Antropologia, leciona em universidade, integrou o alto escalão da segurança pública porque esteve à frente das UPP's e do EMG. Portanto, teve a intelectualidade e a oportunidade para corrigir muitos defeitos da PM... Entretanto, mantivera-se como todos os outros que o antecederam fazendo o jogo de políticos que não têm qualquer compromisso com a corporação para poder conservar o próprio "status" e farinha do pirão.
    Hoje, descartado como seria liquido e certo, sem função, na geladeira, se enche de propriedade para criticar aquilo que ajudou ser implantado mesmo sabendo que estaria destruindo a segurança dos cidadãos e o próprio sistema policial militar.
    O maior problema da PM é que quase nenhum dos seus oficiais tem coragem para fazer o que o Tenente-Coronel Vilares fez: entregou o comando porque não acreditava na ideologia de políticos e seus asseclas, pois sabia, inteligente como é, que lhe deram um comando de mentira, para sair na foto de jornal e manutenir o poder do governante, sem objetivo preventivo, operacional, administrativo e policial; uma unidade igual as manilhas de obras largadas em um canteiro em véspera de eleição.
    Honrado, ético, oficial superior,comandante,homem, não aceitou ver a sua tropa fazendo o papel de palhaços eleitorais, entregou o comando. Ele, o Vilares, sim, pode criticar tudo o que quiser porque teve peito para fazê-lo, dentro da legalidade, da hierarquia e da disciplina, quando estava na ativa (ainda está) e ostentando a coroa de comando.
    A entrevista do coronel Robson retrata o tamanho de sua hipocrisia e covardia.
    Sgt Foxtrot.

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  2. PS.: De qualquer forma, mesmo um pouco tarde, o Coronel em questão salvou sua honra ao colocar para fora o que realmente acredita... E isto demonstra dignidade humana. Também posso afirmar que ele sempre foi oficial honesto.
    Sgt Foxtrot

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  3. Só abriu a boca agora, porque esta GELADEIRA, senão estaria dizendo que esta uma maravilha. Hipócrita!

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  4. ele fechava com o corrupto sergio cabral, tava tudo bom!!! agora vem chorar. kkkk!!!!!!!

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