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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

PALESTRA DO CORONEL PM ÍBIS, COMANDANTE GERAL - COMENTÁRIO



Prezados leitores, nós recebemos alguns comentários sobre a palestra do Coronel PM Íbis, Comandante Geral da PMERJ, proferida para os alunos do último ano do Curso de Formação de Oficiais e a seguir transcrevemos um comentário anônimo contendo críticas.

- " Anônimo
20 de novembro de 2014 09:05
Manda ele ir até os líderes das facções criminosas que implantaram o terrorismo no Rio e dizer que o PM é "homem", e precisa, como ele, ser tratado com dignidade. Discurso pra sociólogo, pra ONG dos direitos humanos. É claro, somo policiais e temos, ainda que contra nossa vontade, agir dentro da legalidade, limitados e pautados pela lei. A guerra embrutece o soldado. assassina sua sensibilidade e suprime o amor pelo próximo. Então temos que ser Jesus Cristo, que ama e perdoou quem o matou? Não somos máquinas que podemos ser desligados e reprogramados. Somos humanos, imperfeitos. Nos dê amor e amaremos; nos trate com educação e seremos educados; nos tratem com carinho e seremos carinhosos. Agora, atirem em nós e responderemos com mais e mais disparos de fuzis. Queremos voltar pra casa todos os dias, mas os marginais trabalham para que isso não aconteça.
Pura retórica este discurso.
O Brasil vive uma guerra civil, mas muita gente não consegue perceber e aceitar isto (sic)".

Os grifos são nossos.
Nós temos certeza que esse comentário será aplaudido por muitos Policiais Militares e para os que concordam com o que foi escrito, propomos uma reflexão:
Dizem e escrevem que a maioria dos Praças da Polícia Militar é favorável à desmilitarização.
Vocês que aplaudem o comentarista anônimo, querem a desmilitarização?
Se a resposta for sim, algo está errado logo no começo da argumentação.
Se vivenciamos uma guerra civil (não estamos duvidando disso), como desmilitarizar a polícia?
Se os Policiais Militares e os Policiais Civis enfrentam uma guerra, temos que na verdade militarizar a Polícia Civil, aliás, isso aconteceu em parte com a criação da CORE à semelhança do BOPE.
A lógica nos conduz para tal realidade, porém, atuar em guerras é atividade própria para militares ou paramilitares  (grupos organizados militarmente), assim sendo, se existe uma guerra civil no Rio de Janeiro, quem deve atuar são as Forças Armadas, não as Polícias Civil e Militar.
Não queremos desacreditar o comentário, muito pelo contrário, estamos tentando encará-lo como sendo a verdade e nesse caso concluindo que a Polícia Militar e a Polícia Civil devem sair dessa guerra, o mais rapidamente possível, pois a missão do policial não é guerrear.
No primeiro momento, as palavras do Coronel Íbis parecem realmente vindas de alguém que pertence a uma ONG dos Direitos Humanos, mas não são.
Ele falou como policial.
Os que discordam do Coronel PM Íbis acreditam que o Policial Militar deve ser um guerreiro, mas ele não deve.
Deve sim conhecer as técnicas para atuar no serviço policial, sobretudo para salvaguardar a sua vida e a vida de terceiros.
Enquanto acharmos que somos guerreiros continuaremos matando e morrendo isso ao longo dessa guerra civil que não está nem perto de acabar, alguém duvida?
Nós próximos quatro anos de governo Pezão mataremos quantos?
Quantos Policiais Militares morrerão nesse período?
Policial Militar ou Civil não deve morrer e deve evitar matar, eis a verdade.
Como fazer isso se vivemos em uma guerra civil?
Simples, provando a existência da guerra e exigindo a intervenção federal.
Ocupando todas as comunidades carentes não com Policiais Militares mas como integrantes das Forças Armadas, eles são preparados para guerrear, os policiais devem ser preparados para realizar o policiamento ostensivo, a preservação da ordem pública e a investigação policial.
O policial não pode perder o amor pelo próximo, isso é o cúmulo do absurdo, pois jura defende-lo até com o risco da própria vida.
Nós temos comentado em artigos e vídeos que a Polícia Militar perdeu a sua identidade, o conteúdo do comentário prova isso.
Nós não sabemos o que somos?
Não sabemos nem a nossa missão?
Queremos a desmilitarização, mas queremos também guerrear.
Perdemos os nossos valores, principalmente o respeito ao Policial Militar que tem sido jogado em UPPs instaladas em comunidades onde os fuzis do tráfico ainda estão presentes e atuantes.
A fala do Coronel PM Íbis é uma esperança de nos realinharmos com a nossa identidade, recuperarmos nossos valores e aprendermos a nossa missão: o servir e proteger à população fluminense.
Se lá em cima daquele morro existe um grupo paramilitar, usando armas de guerra para praticar o terror, não cabe aos Policiais Civis ou Militares o enfrentamento, não somos preparados para isso.
Se existe uma guerra civil em curso, a missão é das Forças Armadas.

Juntos Somos Fortes!

7 comentários:

  1. Inicialmente, gostaria de prestar-lhe minha sincera continência Coronel Paúl.
    Gostaria de resumir em apertada síntese como entendi a palestra do Comandante Geral, copiando as palavras de Afonso Celso "Porque Me Ufano do Meu País."
    "Consiste a minha primordial ambição em vos dar exemplos e conselhos que vos façam úteis à vossa família, à vossa nação e à vossa espécie, tornando-vos fortes, bons, felizes.

    Entre esses ensinamentos, avulta o do patriotismo. Quero que consagreis sempre ilimitado amor à região onde nascestes, servindo-a com dedicação absoluta, destinando-lhe o melhor da vossa inteligência, os primores do vosso sentimento, o mais fecundo da vossa atividade — dispostos a quaisquer sacrifícios por ela, inclusive o da vida.

    Embora padeçais por causa da Pátria, cumpre que lhe voteis alto, firme, desinteressado afeto, o qual, longe de esmorecer, — aumente, quando desconhecido, injustamente aquilatado, ou ingratamente retribuído, e, jamais, em circunstância nenhuma, vacile, descreia, ou se entibie.

    Mas cumpre igualmente que não seja um amor irrefletido e cego, e sim raciocinado, robustecido pela observação, assente em sólidas e convincentes razões.

    Não deveis prezar a vossa terra só porque é vossa terra, o que, aliás, bastaria. Sobejam motivos para que tenhais também orgulho da vossa nacionalidade. A natureza não constitui o seu exclusivo e principal título de vanglória.

    Ousa afirmar muita gente que ser brasileiro importa condição de inferioridade. Ignorância, ou má fé! Ser brasileiro significa distinção e vantagem. Assiste-vos o direito de proclamar, cheios de desvanecimento, a vossa origem, sem receio de confrontar o Brasil com os primeiros países do mundo. Vários existem mais prósperos, mais poderosos, mais brilhantes que o nosso. Nenhum mais digno, mais rico de fundadas promessas, mais invejável.

    Nas linhas que se seguem procurei demonstrar estes assertos. Não as inspira entusiasmo, mas experiência e estudo. Já me alonguei da quadra em que o entusiasmo domina. Mais de meio caminho da jornada está percorrido. Andei em demoradas viagens por grande extensão do orbe. Tenho lido e meditado muito, tenho sofrido duras decepções.

    E me sinto amigo do meu país, cada dia em grau superior ao do antecedente. Em nenhum outro, fixaria de bom grado o domicílio. Peço que me deitem aqui, somente aqui, para o sono supremo.

    Quereis saber os fundamentos desse culto? A leitura dos argumentos e fatos, adiante singelamente expostos, vo-lo mostrará.

    Avigorai, meus filhos, estes argumentos; juntai novos fatos a tais fatos; propagai-os; cultivai, engrandecei o amor pelo Brasil.

    Que a vossa geração exceda a minha e as precedentes, senão em semelhante amor, ao menos nas ocasiões de o comprovar. Quando disserdes: “Somos brasileiros!” levantai a cabeça, transbordantes de nobre ufania. Convencei-vos de que deveis agradecer quotidianamente a Deus o haver Ele vos outorgado por berço o Brasil."
    Meu Comandante Geral, certo de seu AMOR pela PMERJ e pelo ser humano, ao ouvir a palestra do senhor, deixo meu sincero desejo - adaptando parte do texto copiado - se dos ensinamentos do senhor colhermos algum fruto, descansaremos satisfeitos de havermos cumprido a nossa missão.
    Que DEUS o abençoe, Coronel Íbis!!!

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  2. Caro Coronel Paúl, não sou, nunca fui e tão menos serei a favor da desmilitarização da PM. Nós vivemos sim uma guerra civil, onde grupos de marginais empregam armas e táticas de guerrilha urbana, ainda que de forma um tanto atrapalhada por vezes. Entendo perfeitamente que os coronéis, ainda que cheios de ideais patrióticos e de justiça pensem ao contrário, tem que comandar a tropa de modo que ajam sempre dentro dos preceitos da lei, pois se declarada e reconhecida pelo poder público uma guerra civil no país e, sobretudo no Rio, a vida dos civis e policiais perderá de vez o valor. Sou praça, Sgt Pm, contudo tenho total conciência da dificílima missão que é ser coronel da PM e comandar um batalhão operacional onde soldados, cabos, sargentos e tenentes saem diariamente para combater uma guerra e não podem agir como se verdadeiramente não estivessem lutando uma. Ser de uma força auxiliar como a PM e lutar uma guerra doméstica é infinitamente mais difícil do que lutar uma guerra convencional. Carregamos o peso da responsabilidade nas costas que um militar das FFAA jamais poderá imaginar o quão pesado é. O Brasil está caminhando pela mesma trilha que caminhou o México. O senhor tem dúvidas disto? Sabemos que o tráfico de drogas nunca acabará... nunca. E ainda se fará mais e mais violento gradativamente. O que atrapalha o combate à este tipo de crime, além da corrupção, do assustador aumento do número de viciados e das leis decréptas, é a política dominando as ações da polícia.
    Concordo com o senhor. A guerra civil já é uma realidade, e ninguém melhor do que as FFAA para combatê-la. Mas o que são as FFAA hoje, socateadas, mal treinadas e enfraquecidas por um governo TERRORISTA e corrupto como o PT?
    Coronel, se não me engano, mais de oitenta PMs foram mortos este ano no RIO, e ao meu ver isto não é uma coisa normal. É estatística de guerra. Civis morrem em guerra, inocentes morrem em guerra. Bandido tem que ser tratado como bandido, sob todos os aspectos. Bandido não é cidadão, não exerce cidadânia. Mas o país, a sociedade, a mídia os tratam como vítimas do sitema, como coitados que não tivera oportunidade. E eu e o senhor, melhor do que eu, sabe que isto não é direito. Não quero dizer que o coronel Ibis tem que ser uma espécie de Lenin, Mussolini ou Hitler. Mas um discurso de ONG de direitos humanos pode não ser bem interpretado pela tropa. Pelo menos no meio de uma guerra civíl, não.
    Atenciosamente, Sgt Pm.
    Um grande admirador do senhor.

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  3. É, a PM perdeu a identidade mesmo. Ela nem sabe para que serve. Primeiro porque seus agentes pensam como "combatentes"; segundo porque esta força policial não está presente nas ruas com seus uniformes e equipamentos para cumprir o que a CF manda; depois porque a PM se tornou, aos poucos, uma espécie de força aérea, marítima, polícia judiciária e outras coisas que somente esvaziam o seu contingente que deveria estar nas ruas inibindo a ação criminosa. Pelo jeito, agora será transformada em ONG, ou melhor, OG de Direitos Humanos, talvez um Viva Rio estatal de roupa cinza ou azul. Enquanto isso, os marginais continuam usando armas de guerra para atacar as pessoas em plena luz do dia. A cultura do policial militar é de guerra. Por favor, alguém avisa a eles que nós também somos homens. E mesmo que a cultura do PM não fosse formada pelos moldes da infantaria, ele não teria outra opção porque o Rio de Janeiro é um campo de batalha, uma zona de guerra que as autoridades negam existir para não se destruírem politicamente. Porra, esses filósofos querem que a PM seja uma "Scotland Yard", mas esquecem que no RJ não vive povo inglês nem escocês, vivem brasileiros, dos quais, muitos, não cumprem uma lei sequer. Quer chegar aonde com essa conversa de diretor de ONG? Apenas os policiais militares do RJ sabem o quanto é difícil ser PM por aqui. E a dificuldade não se resume nos bandidos e seus fuzis... A maior dificuldade é a insegurança produzida pela hipocrisia dos discursos politicamente corretos. Encare os problemas como policial militar, pois "quem poupa os lobos condena as ovelhas". As ovelhas ou os lobos? Faça a sua escolha, comandante!

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  4. QUANTA HIPOCRESIA, É MUITO FACIL DIZER ESSAS PALAVRAS BONITAS, QUANDO NÃO SE VIVENCIA O TERROR QUE NÓS PMs VIVENCIAMOS NO DIA A DIA, ESSES CORONÉS DE GABINETE, NUNCA FORAM ATACADOS POR MARGINAIS, QUE ATENTASSEM CONTRA AS SUAS VIDAS DE FORMA QUE PARA NÃO MORRER TIVESSEM QUE MATAR. SÃO JUÍZES DE FARDA, QUE JULGAM E CONDENAM SEOS COMANDADOS E OS CRUCIFICA EM PRAÇA PÚBLICA, PARA FICAREM BEM COM A IMPRENÇA, SÃO OPORTUNISTAS E MAL INTENCIONADOS, CASO CONTRÁRIO, A PM ESTARIA MUITO MELHOR, POIS SÓ DEPENDE DELES. E ESSA COMPARAÇÃO COM JESUS CRISTO, É UMA BOA ILUSTRAÇÃO, MAIS DE PÉSSIMO GOSTO, POIS NÓS PMs SOMOS SERES HUMANOS COMO QUALQUER OUTRO, E TEMOS QUE SER ATENDIDOS TAMBEM PELOS DIREITOS HUMANOS, NÃO SOMOS NENHUMA DIVINDADE. ISSO É RIDÍCULO.

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    1. vc foi o único q deu um comentário que preste.

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    2. Estamos todos ansiosos aguardando o seu comentário. De fato, boas falas do companheiro (21 de novembro de 2014 10:40). Mas precisa desfazer dos outros que estão apresentando o próprio ponto de vista?

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    3. Adilson Bandeira - Major BM24 de novembro de 2014 às 19:05

      Temos que respeitar opiniões, todos os comentários são válidos, cada um com seu ponto de vista, por isso que sou a favor de um encontro estadual de policiais, com debates e sugestões, de onde poderão surgir as soluções vindas de quem está nas ruas, no combate corpo a corpo. Tem muita gente falando em desmilitarização e nem sabe do que se trata. O sistema pode ser militarizado, para efeito de rotinas, hierarquia, direitos e deveres, mas o Policial não precisa ser um robô, ele é um funcionário e cidadão como qualquer outro. Se for provado que uma guerra civil está em curso, que entre em ação as FFAA, eles treinam para a guerra, é matar ou morrer, ação provoca reação, direitos humanos é para os direitos. Eu sou do tempo em que a polícia chegava e os bandidos vazavam. Nossos Policiais não precisam morrer para satisfazer programas políticos do governo.

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