Prezados leitores, nós recebemos alguns comentários sobre a palestra do Coronel PM Íbis, Comandante Geral da PMERJ, proferida para os alunos do último ano do Curso de Formação de Oficiais e a seguir transcrevemos um comentário anônimo contendo críticas.
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Anônimo
20 de novembro de 2014 09:05
Manda ele ir até os líderes das facções criminosas que implantaram o terrorismo no Rio e dizer que o PM é "homem", e precisa, como ele, ser tratado com dignidade. Discurso pra sociólogo, pra ONG dos direitos humanos. É claro, somo policiais e temos, ainda que contra nossa vontade, agir dentro da legalidade, limitados e pautados pela lei. A guerra embrutece o soldado. assassina sua sensibilidade e suprime o amor pelo próximo. Então temos que ser Jesus Cristo, que ama e perdoou quem o matou? Não somos máquinas que podemos ser desligados e reprogramados. Somos humanos, imperfeitos. Nos dê amor e amaremos; nos trate com educação e seremos educados; nos tratem com carinho e seremos carinhosos. Agora, atirem em nós e responderemos com mais e mais disparos de fuzis. Queremos voltar pra casa todos os dias, mas os marginais trabalham para que isso não aconteça.
Pura retórica este discurso.
O Brasil vive uma guerra civil, mas muita gente não consegue perceber e aceitar isto (sic)".
Os grifos são nossos.
Nós temos certeza que esse comentário será aplaudido por muitos Policiais Militares e para os que concordam com o que foi escrito, propomos uma reflexão:
Dizem e escrevem que a maioria dos Praças da Polícia Militar é favorável à desmilitarização.
Vocês que aplaudem o comentarista anônimo, querem a desmilitarização?
Se a resposta for sim, algo está errado logo no começo da argumentação.
Se vivenciamos uma guerra civil (não estamos duvidando disso), como desmilitarizar a polícia?
Se os Policiais Militares e os Policiais Civis enfrentam uma guerra, temos que na verdade militarizar a Polícia Civil, aliás, isso aconteceu em parte com a criação da CORE à semelhança do BOPE.
A lógica nos conduz para tal realidade, porém, atuar em guerras é atividade própria para militares ou paramilitares (grupos organizados militarmente), assim sendo, se existe uma guerra civil no Rio de Janeiro, quem deve atuar são as Forças Armadas, não as Polícias Civil e Militar.
Não queremos desacreditar o comentário, muito pelo contrário, estamos tentando encará-lo como sendo a verdade e nesse caso concluindo que a Polícia Militar e a Polícia Civil devem sair dessa guerra, o mais rapidamente possível, pois a missão do policial não é guerrear.
No primeiro momento, as palavras do Coronel Íbis parecem realmente vindas de alguém que pertence a uma ONG dos Direitos Humanos, mas não são.
Ele falou como policial.
Os que discordam do Coronel PM Íbis acreditam que o Policial Militar deve ser um guerreiro, mas ele não deve.
Deve sim conhecer as técnicas para atuar no serviço policial, sobretudo para salvaguardar a sua vida e a vida de terceiros.
Enquanto acharmos que somos guerreiros continuaremos matando e morrendo isso ao longo dessa guerra civil que não está nem perto de acabar, alguém duvida?
Nós próximos quatro anos de governo Pezão mataremos quantos?
Quantos Policiais Militares morrerão nesse período?
Policial Militar ou Civil não deve morrer e deve evitar matar, eis a verdade.
Como fazer isso se vivemos em uma guerra civil?
Simples, provando a existência da guerra e exigindo a intervenção federal.
Ocupando todas as comunidades carentes não com Policiais Militares mas como integrantes das Forças Armadas, eles são preparados para guerrear, os policiais devem ser preparados para realizar o policiamento ostensivo, a preservação da ordem pública e a investigação policial.
O policial não pode perder o amor pelo próximo, isso é o cúmulo do absurdo, pois jura defende-lo até com o risco da própria vida.
Nós temos comentado em artigos e vídeos que a Polícia Militar perdeu a sua identidade, o conteúdo do comentário prova isso.
Nós não sabemos o que somos?
Não sabemos nem a nossa missão?
Queremos a desmilitarização, mas queremos também guerrear.
Perdemos os nossos valores, principalmente o respeito ao Policial Militar que tem sido jogado em UPPs instaladas em comunidades onde os fuzis do tráfico ainda estão presentes e atuantes.
A fala do Coronel PM Íbis é uma esperança de nos realinharmos com a nossa identidade, recuperarmos nossos valores e aprendermos a nossa missão: o servir e proteger à população fluminense.
Se lá em cima daquele morro existe um grupo paramilitar, usando armas de guerra para praticar o terror, não cabe aos Policiais Civis ou Militares o enfrentamento, não somos preparados para isso.
Se existe uma guerra civil em curso, a missão é das Forças Armadas.
Juntos Somos Fortes!