JORNALISMO INVESTIGATIVO

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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PACIFICAÇÃO: OS PMs DAS UPPs NÃO SÃO O CRÈME DE LA CRÊME DO GOVERNO CABRAL?

O desaparecimento do senhor Amarildo, morador da Rocinha completou três meses, ele é um dos 35.000 desparecidos no período do governo Sérgio Cabral. 
Dez Policiais Militares foram presos ao final do inquérito policial acusados de "tortura seguida de morte" e "ocultação do cadáver". 
Nos últimos dias, finalmente, a imprensa noticiou a possibilidade de existirem provas da tortura, algo que inexistia no noticiário anteriormente. As novidades surgiram nos depoimentos prestados por PMs da UPP da Rocinha, os quais alegaram terem ouvido sons semelhantes ao produzidos no curso de agressões físicas.
Obviamente, aumentaram as possibilidades dos PMs presos serem os responsáveis pelos crimes pelos quais são acusados, situação que deverá determinar a prisão de mais uma dezena de PMs da UPP, totalizando vinte ou mais.
Isso é gravíssimo.
A gravidade não repousa apenas na possibilidade de integrantes da tropa pacificadora estarem desempenhando suas funções na contramão dos direitos humanos, empregando atitudes típicas dos piores criminosos: os traficantes de drogas. Em apertada síntese, tal absurdo sinaliza que o morador pode ter trocado seis por meia dúzia, pode apenas ter trocado de carrasco.
Deve nos causar maior repulsa e imensa preocupação o fato de que esses jovens PMs são apresentados pelo governo como os melhores treinados pela Polícia Militar, os treinados com base nos direitos humanos, na negociação de conflitos e no policiamento de proximidade. Eles seriam o "crème de la crème". Seriam a cereja do bolo. Seriam o melhor da Polícia Militar. Inclusive, segundo o governo eles são empregados nas UPPs exatamente porque não possuem os vícios dos mais antigos, tais como: a corrupção e a violência.
Recentemente, na Polícia Civil uma afirmação semelhante por parte do governo provocou a revolta de policiais mais antigos e gerou um pedido de desculpas. Na Polícia Militar, todos se calam.
Se efetivamente esses jovens PMs participaram diretamente da tortura, da morte e da ocultação do cadáver, algo está muito errado nesse projeto de pacificação. O silêncio deles por três meses diante de tamanha barbárie também é injustificado.  Não custa lembrar que os casos de violência se sucedem nas UPPs (vários moradores da Rocinha alegaram terem sido torturados, citando um exemplo) e os casos de corrupção policial também já estamparam as primeiras páginas da imprensa, envolvendo Oficiais e Praças.
Salvo melhor juízo, alguém está sendo enganado.
O povo está sendo enganado, isso na minha modesta opinião.
Juntos Somos Fortes!

4 comentários:

  1. É engraçado como são formadas as falsas memórias...Entra governo sai governo as mentiras se perpetuam. Tomemos como exemplo às polícias, especificamente a polícia militar do estado do Rio de Janeiro. Seguramente afirmo que mais de 90% de seu efetivo é composto por pessoas de bem e altamente especializada, mas assim como em qualquer profissão, se tem os maus elementos, e a PMERJ não é exceção. Por outro lado, dizer que os policias das UPP's (a mentira que deu certo no governo Cabral) são superiores aos seus pares destacados em outras unidades, é pura falácia. Mas, olhando pelo lado bom da coisa, até que foi positivo - sob o aspecto do surgimento da realidade das UPP's - o que ocorreu na Rocinha, pois mostrou ao Brasil e ao mundo que esse modelo tal qual foi implantado tem fins meramente eleitoreiros e está longe de ser o modelo ideal de segurança pública, sem mencionar que esse evento tão corrobora o que disse em linhas anteriores: o policial da UPP em nada é superior aos policiais que trabalham em outras unidades da PMERJ. Essa é minha opinião. A luta continua. Marcelo Adriano Nunes de Jesus

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  2. Artigo veementemente verdadeiro, cabendo apenas lembrar que num país falsamente democrático, como este, nosso, onde os políticos não respeitam as leis mais comezinhas (basta o exemplo de um coronel PM (o seu exemplo!), que tem direito a prisão em aquartelamento, ser trancafiado em Bangu I só por contestar esse desgoverno), é de se esperar que o desacatamento às leis no andar de baixo decorra do mau exemplo de cima. Reforça ainda a ideia de Trasímaco, atualíssima: "A justiça é o interesse do mais forte, ou seja, do governante." Esta é a triste realidade: vivemos numa sociedade falsa, sob o manto de uma democracia inexistente. Pior é que este é o legado que deixaremos aos nossos netos e bisnetos, nem mais digo aos filhos, pois estes vivenciam o mesmo estupor. Parabéns pela coragem de dizer o que precisa ser dito!

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  3. Cel Paúl: em primeiro lugar não é crível que 20 pessoas tenham torturado, matado e ocultado o corpo de uma pessoa; em segundo lugar o açodamento, a transposição de várias etapas processuais e o desprezo pelos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos policiais e suas famílias foi irremediavelmente ferido com a prisão de todos; mas finalmente vamos analisar o lócus visível do projeto eleitoreiro - o Policial Militar Pacificador! Isso é o maior embuste que este SESEG e governador já fizeram contra a população fluminense; o curso foi suprimido, os meios materiais inexistem no CFAP; aquilo é verdadeiramente uma fábrica de salsichas(e não adianta tentarem negacear) e mais: o policial militar não vem da Dinamarca, da Suécia e nem de Marte, ele é do Rio de Janeiro/Brasil; portanto se ele é ruim, é corrupto ou violento é porque a sociedade é assim. Ou os políticos, advogados, professores, médicos, enfermeiros, motoristas, jornalistas, comerciantes, juízes, promotores, etc são melhores? Ah, quer saber de uma coisa? Vão se roçar nas ostras...

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  4. Grato pelos comentários, caríssimos Alexandre e Larangeira.
    O apoio de vocês é fundamental para a continuidade na luta.
    Juntos Somos Fortes!

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