JORNALISMO INVESTIGATIVO

JORNALISMO INVESTIGATIVO
Comunique ao organizador qualquer conteúdo impróprio ou ofensivo

quinta-feira, 28 de junho de 2012

RIO - COMUNIDADES PACIFICADAS - A POLÍCIA MILITAR NA BERLINDA


Ontem, as comunidades pacificadas e as suas UPPs estiveram na berlinda, sendo fontes de notícias para a imprensa.
Na comunidade do Fogueteiro surgiu a denúncia de que um jovem teria sido executado por Policiais Militares (Leiam) e na comunidade da Mangueira, 12 (doze) Policiais Militares da UPP foram presos acusados de extorsão (Leiam).
Nem tudo foram notícias ruins, isso é certo, pois o governo inaugurou duas novas UPPs no Complexo do Alemão e o secretário de segurança anunciou a instalação de uma UPP na Baixada Fluminense, não informando a data (Leiam).
As UPPs têm sido o carro chefe da propaganda do governo do PMDB do Rio de Janeiro e não deve ser diferente nas próximas eleições, quando o candidato à reeleição no município do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, deverá usar e abusar de visitar as UPPs e de colar seu nome a elas. Aliás, Eduardo Paes (PMDB) tem esse direito, afinal é ele quem com o dinheiro público paga as gratificações para os PMs das UPPs, que hoje somam mais de 4.000 homens e mulheres, efetivo de 8 (oito) batalhões da Polícia MIlitar. Cada PM recebe por mês R$ 500,00 de gratificação pagos pela prefeitura, algo da ordem de R$ 2.000.000,00 por mês e de R$ 24.000.000,00 por ano.
O pagamento dessas gratificações é o principal fator inibidor da instalação de UPPs em outros municípios, onde os prefeitos teriam que concordar em pagar esses valores. Como o secretário de segurança anunciou uma UPP na Baixada Fluminense, certamente as negociações devem estar em curso para que o prefeito do município se responsabilize por esse pagamento. Apenas para estabelecer um referencial, uma UPP com 200 PMs custará para a prefeitura com o pagamento das gratificações um total de R$ 100.000,00 por mês e R$ 1.200.000,00 por ano.
No concernente às denúncias de extorsão, elas surgirão de tempos em tempos nas UPPs, pois ela nascem de um erro de projeto que pode ser identificado no próprio discurso governamental no sentido de que as UPPs não visam acabar com o tráfico nas comunidades, mas sim retomar o território e coibir a exibição de armas. Isso faz com que ocorra uma convivência entre os Policiais Militares e o tráfico que continua existindo nas comunidades, como a mídia já noticiou algumas vezes. Tal coexistência é um prato feito para a corrupção policial, todos que militam na área da segurança pública conhecem tal verdade. Situação semelhante, por exemplo, ocorre nas ruas com relação ao jogo dos bichos, que funciona em cada esquina do Rio de Janeiro. O processso é idêntico e a corrupção policial se instala para não incomodar o bicho, como também ocorrerá nas UPPs para não incomodar o tráfico.
As UPPs têm vários aspectos positivos, mas também possuem inúmeras contra-indicações, como temos denunciado desde 2009 nesse espaço democrático, sem encontrarmos o eco necessário. Tal realidade chega a ser engraçada, considerando que quando um "estudioso" de segurança pública faz uma crítica idêntica ou semelhante a que fazemos há anos, a imprensa divulga. Temos destacado que outro erro de projeto das UPPs é a não prisão dos criminosos para a implantação das UPPs, pois só ocorre uma transferência entre comunidades e uma troca de atividade criminosa.  Pegue esses conceitos e compare com o conteúdo da matéria que O Globo online publicou sobre o aumento de alguns crimes (Leiam), certamente entenderá o nosso posicionamento.
Juntos Somos Fortes!

Um comentário:

  1. Na Mangueira, os policias estão divididos uma parte ganha o arrego e deixa rolar os eventos e os que não ganham são hostilizados por moradores (e olha que são muitos) e são atacados por traficantes. Basta ir na localidade Olaria na qual rola um pagode e boca de fumo, com a segurança dos policias do arrego. Quanto a denúncia, como pode familiares de um bandido acusar Policias de corrupção? Esses familiares que cometem na minha visão 2 crimes que são: associação e cumplicidade.

    ResponderExcluir

Exerça a sua liberdade de expressão com consciência. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste blog.