Acessem o link para a leitura da primeira parte:
https://blogcoronelpaul.blogspot.com.br/2016/12/artigo-crise-da-vergonha-na-cara.html
A CRISE DA
VERGONHA NA CARA
(Conclusão)
A crise aí está acentuada, com
tendência a piorar. Atrasos sucessivos e parcelamento de vencimentos e
proventos, ameaça de adiamento do 13º salário, revogação de reajustes, aumento
da contribuição previdenciária. Na prática, ocorrerá a redução de vencimentos e
proventos. Por natural consequência uma previsível supressão de direitos e
prerrogativas. Quem viver verá.
E o mais grave: tratamento desigual
no calendário de pagamento entre os servidores
ativos e inativos, entre militares e civis, ocorrendo total
menosprezo à situação das pensionistas. A proposta do Governo visa apenas
ao sacrifício do funcionalismo, a quem caberá “pagar o pato”.
O discurso tendencioso parece levar à
interpretação rasteira de que inativos e pensionistas são a causa primeira do
desequilíbrio financeiro do Estado.
Nada se diz em razão do mar de lama
advindo da corrupção praticada pelos corruptos inquilinos do Poder. Nem sequer
se notam críticas ao desastroso desempenho do Secretário BELTRAME, que, na desatinada política de UPP,
inchou os quadros com mais de 10.000 novos policiais militares, os quais, além
de sua formação em condições precárias, vieram agravar os já combalidos
serviços de assistência médica e a crônica situação de remuneração. Fatos
sempre denunciados pelo Coronel PAUL e mais, em minudente análise, explicitados
em seu citado livro sobre o tema. Ninguém mais apareceu para falar das mazelas
herdadas pela Polícia Militar, o nosso maldito “Legado Beltrame” que
amargaremos por longo período.
É público e notório que a continuada
gestão irresponsável de CABRAL, permeada por sofisticado esquema de
corrupção, desaguou na grave crise financeira que todos padecemos, agora sob a
temerária gestão PEZÃO-DORNELLES.
Por declarações do atual Secretário
de Fazenda, GUSTAVO
BARBOSA, o défice
acumulado até 2018 será de 52 bilhões de reais. Entretanto, as isenções
fiscais concedidas chegam a 167 bilhões de reais. Pasmem! Segundo a mídia,
isenções concedidas inclusive à H. STERN e à SARA JOIAS, fornecedoras das caríssimas joias da Drª ADRIANA ANCELMO, estilosa esposa do corrupto ex-governador CABRAL.
A mídia divulga que, além de fazer
novas nomeações de apaniguados, foram concedidas 76 isenções fiscais mesmo
após o próprio Governo ter decretado “estado de calamidade
administrativa”.
Obviamente, eis o cerne da crise: a
redução de receitas conjugada ao incremento de despesas, tendo a deslavada
corrupção por cenário.
Ademais, procura-se fazer uma cortina
de fumaça, em continuados “releases”, deturpando a opinião pública,
batendo-se na tecla de que as categorias de bombeiros e policiais militares
respondem pela metade do défice previdenciário. Só se esquecem de expor que
os militares estaduais inativos permanecem com a contribuição previdenciária de
11% de seus soldos, vitaliciamente, ainda que disso não obtenham qualquer outro benefício
adicional. Absurdo flagrante. E ninguém fala em gestão temerária do RIO PREVIDÊNCIA, com desastrosa aplicação de fundos.
Nem em fraudes, muito menos em auditoria. A quem pode interessar tudo isso?
Nossos desavisados Comandantes
parecem não perceber que, por trás de tudo, correndo por fora, está o lobby
do movimento de extinção da Polícia Militar.
O governador PEZÃO, quando formulou seu alcunhado “Pacote das
maldades”, veiculou pela mídia (transparecendo até certa ironia) estar
aberto a sugestões para a solução da crise. Crise esta – fique bem claro – causada pelo próprio Governo, do qual PEZÃO é colaborador há mais de 10 anos. Então ouso dar
uma sugestão:
Penso que uma só medida bastaria para
solucionar a crise financeira: projeto de lei para reduzir as isenções
fiscais em 50%, em razão da grave crise financeira do Estado. Isto geraria nova
receita da ordem de 84 bilhões de reais, mais do que suficiente para fazer
frente ao défice previsto, sem violar direitos de servidores públicos. E sem
maiores riscos, pois, na crise disseminada pelo país, não seria economicamente
viável a saída de empresas aqui já estabelecidas. Simples assim.
Historicamente, o jogo sujo dos
governantes alimenta-se na máxima “Dividir para conquistar”. Não fizeram
outra coisa os “desgovernos” CABRAL e PEZÃO, sempre estimulando o confronto entre pares. Basta
citar, por exemplo, o tratamento desigual no calendário de pagamento de
servidores civis e militares, e, ainda, na PM, a adoção de vencimentos
diversificados por função (ganham mais os policiais do BPChq e do BOPE),
criando-se também RAS e outros penduricalhos para submeter a tropa pela
necessidade financeira, reduzindo-a, na prática, à condição análoga de escravo.
Com isso, estimularam-se os atos de
corrupção. Passa a ser a luta desigual pela sobrevivência. Parece ser melhor
aos governantes uma Polícia toda fracionada e a mais corrupta possível. É
fácil admitir esta realidade: basta não sermos hipócritas.
Porém restam derradeiras perguntas:
Que estudos estratégicos desempenhará
o nosso Estado-Maior? E por que não nos espelhamos nas heroicas PM de Minas Gerais e Brigada
Militar do Rio Grande do Sul – exemplos
de amor corporativo, as únicas a desobedecerem ao regime militar de 64,
mantendo Comando Geral próprio de coronel PM? Lembram-se?
Onde estarão nossos deputados, capazes de “comprar a briga”,
partindo para essa luta (visando ao esclarecimento do povo e defesa dos
direitos dos bombeiros e policiais militares, como de resto dos servidores
públicos), abstendo-se de conchavos, manobras partidárias, vantagens pessoais e
interesses não-republicanos, ou continuarão com as cenas de vaga oratória, até com
sentidas loas a Fidel Castro (como discursou o nosso Deputado PAULO RAMOS pateticamente, em meio à grave crise,
com bombas estourando no exterior)?
Como agirão nossos comandantes, atendo-se aos princípios de chefia e
liderança, prioritariamente zelando pela preservação da nossa histórica
instituição, ou, de modo pragmático, agarrarem-se aos cargos, com suas
atrativas vantagens e mordomias?
Como atuarão nossas entidades de
classe, no empenho
para a reunião de forças, visando a democráticos movimentos de repúdio e para
nossas verdadeiras conquistas sociais, ou apenas se limitarão a eventuais notas
de desagravo?
O que pretendem, afinal, os atores
desse preocupante processo institucional?
Será que vai restar apenas um ou
outro coronel reformado a protestar, a bater-se em luta inglória, como
andorinha solitária que não faz verão?
Se, no momento atual, nem o guarda
da esquina tem mais dúvida de que se implantou no nosso país a Cleptocracia
– o governo de ladrões, até quando abusarão da nossa paciência?
Porém se deve considerar que, pairando
sobre tudo isso, resta o mal maior: a crise da vergonha na cara. Atrevo-me
a repetir. Ainda como metralhadora giratória.
Nelson HERRERA Ribeiro Cel PM Ref, advogado, professor.
Juntos Somos Fortes!
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