JORNALISMO INVESTIGATIVO

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quarta-feira, 25 de julho de 2012

A UPP FICOU NUA, EXIBINDO TODOS OS SEUS DEFEITOS

 
UPP - Alojamento dos PMs - 20 MAI 2010

O assassinato da Soldado PM Fabiana Souza não foi uma fatalidade, muito longe disso, a morte de Policiais Militares nas áreas das UPPs sempre foi previsível, sobretudo diante da forma como esse projeto eleitoreiro tem sido implantado no Rio de Janeiro. Isso é fato.
Eu tenho denuciado todas as contra-indicações das UPPs desde 2009, mas nada podia interferir no projeto de reeleição do governador e a imprensa se calou. Só após a vitória de Sérgio Cabral (PMDB), isso em 2010, começaram a piopocar aqui e ali algumas notícias sobre os problemas com as UPPs. Não vou repetir o que já postei em dezenas de artigos, isso já se tornou enfadonho, mas peço sua atenção para a seguinte matéria:
O GLOBO:
Coletes são alvos de críticas dos policiais.
Equipamentos não resiste a tiros de fuzil; armamento da UPP "engasgou".
RIO - A ineficácia do colete usado pela soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 31 anos, para a proteger de tiros de fuzil custou a vida da policial. A bala disparada por um dos bandidos que atacaram a UPP da Nova Brasília, no Complexo do Alemão, atingiu-a mortalmente no peito. O equipamento usado por Fabiana é de nível III-A, que resiste a tiros de todos os calibres de pistola, mas não suporta disparos de fuzis. Segundo o comandante-geral de Polícia Pacificadora, coronel Rogério Seabra, esse tipo de colete é padrão nas atividades dos policiais envolvidos na pacificação.
Na terça-feira, policiais daquela UPP afirmaram não contar com equipamentos adequados para enfrentar confrontos como o que ocorreu na noite de segunda-feira. A tropa reclama que não há fuzis para todos os policiais. Eles dizem ainda que a sede da Nova Brasília, toda envidraçada, é vulnerável porque não é blindada e fica no alto do morro, numa área descampada. O coronel Seabra rebateu as críticas:
— O colete usado por Fabiana e por todos os policiais das UPPs é o adequado para esse tipo de policiamento. Coletes capazes de segurar balas de fuzil são para uso apenas de forças táticas da polícia. A atividade da polícia pacificadora é muito mais ampla do que reagir a tiros de fuzil.
O coronel nega a inadequação dos coletes, mas a PM admitiu na terça-feira que fuzis da UPP atacada não puderam ser usados contra os bandidos porque “engasgaram”. Em nota, a PM diz que “a falha de alguns fuzis foi constatada pelo comandante da UPP (capitão Márcio Rodrigues), que verificou que os policiais não fizeram o procedimento adequado de limpeza da arma antes de usá-las”. Segundo a nota, houve falha no manuseio.
Inaugurada no dia 18 de abril, a UPP da Nova Brasília receberá pela primeira vez em setembro as gratificações de R$ 500 a serem pagas aos policiais. Na segunda-feira, dia da morte de Fabiana, o governo do estado encaminhou à Secretaria da Casa Civil da prefeitura o requerimento para que as gratificações em atraso possam ser pagas. Ontem, a secretaria fez o depósito das gratificações, que só serão incluídas nos contracheques de agosto.
Retrato da insatisfação
A insatisfação de policiais com as condições de trabalho nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Complexo do Alemão também apareceu numa pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Candido Mendes divulgada este mês. Realizado com 885 policiais de 20 UPPs, o estudo foi coordenado pelas pesquisadoras Bárbara Soares, Julita Lemgruber e Leonarda Musumeci.
Segundo a pesquisa, apenas dois itens relativos a condições de trabalho listados no questionário foram avaliados como bons pela maioria dos policiais: escala de trabalho (52%) e relacionamento com policiais de batalhões (64%). Em todos os outros, a avaliação “bom” foi francamente minoritária: salário (6%), pontualidade da gratificação (6,3%), auxílio para transporte (1,5%) e para alimentação (12,3%).
Também foram ruins as avaliações para assistência psicológica — apenas 14,6% a consideram boa —, assim como para a assistência médica (19,3%), local para refeições (22%), dormitórios (7,4%) e sanitários (22,2%). Na pesquisa, quando o policial foi perguntado sobre a pior coisa do trabalho na UPP, as respostas mais frequentes foram as condições de trabalho (40,6%) e a relação negativa com a comunidade (34,1%). Apesar de tudo, 46,2% dos policiais entrevistados se sentem satisfeitos por trabalharem em UPPs.
Julita Lemgruber e Leonarda Musumeci explicaram que, em relação a outra pesquisa feita em 2010, aumentou a presença de mulheres no conjunto da tropa das UPPs. O percentual passou de 0,8% para 11%. Também cresceu o número de policiais com curso superior completo ou incompleto, passando de 37% para 47%.
Para os policiais, piorou a preparação que recebem para atuarem nas UPPs: em 2010, 63% deles se consideravam adequadamente preparados para trabalhar numa UPP, enquanto em 2012 o percentual caiu para 49%. Eles se consideraram pior instruídos em mediação de conflitos, prática de policiamento em favelas, atuação em caso de violência doméstica e uso de armamento menos letal. Segundo o trabalho do Cesec, aumentou ainda de 24% para 43% o percentual de policiais que percebem o tráfico como ocorrência muito frequente (Fonte).
Juntos Somos Fortes!

3 comentários:

  1. Como, de costume, a culpa é do PM (praças). CAPACHÕES!!!

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  2. Com certeza há muito que precisa ser melhorado , tanto nas condições de trabalho dos policias como na segurança da população. Mas aos poucos as coisas estão melhorando... As Upps tem ajudado muito na melhora da segurança, ainda há um longo caminho pela frente, mas Cabral está no caminho certo!

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  3. Em campanha por melhorias salariais, agentes da Polícia Federal fizeram hoje (25) um protesto em frente ao edifício-sede da PF durante o qual prometeram “radicalizar” o movimento caso não tenham resposta positiva até o fim do mês para as reivindicações. Gritando palavras de ordem, os policiais também pediram a saída do atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.Continua....
    fonte:http://campos24horas.com.br/site2/geral/pf-25/

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